Em meio a ataques, líderes do Leste Europeu viajam a Kiev
15 de março de 2022
Premiês da Polônia, República Tcheca e Eslovênia visitam a capital ucraniana representando o Conselho Europeu, para reiterar apoio à Ucrânia. Cidade amanheceu sob fortes bombardeios russos.
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Em meio a bombardeios russos à capital ucraniana e às vésperas de um toque de recolher de 35 horas em Kiev, três primeiros-ministros da União Europeia (UE) viajam nesta terça-feira (15/03) à capital ucraniana para manifestar apoio ao país. A cidade amanheceu sob fortes bombardeios, que atingiram ao menos dois prédios residenciais, matando ao menos duas pessoas.
Mesmo assim, os primeiros-ministros da Polônia, Mateusz Morawiecki, da República Tcheca, Petr Fiala, e da Eslovênia, Janez Jansa, se dirigem de trem a Kiev, representando o Conselho Europeu.
Eles vão se reunir com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e o primeiro-ministro, Denys Chmygal, para "reafirmar o apoio inequívoco da União Europeia à Ucrânia e a sua liberdade e independência", afirmou Fiala no Twitter.
De acordo com o assessor presidencial da Polônia Michal Dworczyk, os líderes também devem apresentar um pacote de ajuda da UE para a Ucrânia. "Em Kiev, além de um forte sinal de apoio à Ucrânia, um pacote concreto de apoio será apresentado pelos primeiros-ministros", disse Dworczyk.
A viagem ocorre de trem, uma vez que o espaço aéreo ucraniano está fechado desde o começo da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Sinal de apoio a Zelenski e afronta a Putin
Os três países são Estados-membros da UE e da Otan. Além disso, as três nações ficam no Leste Europeu, região onde Putin tem pretensões de manter sua influência.
A decisão sobre a visita foi tomada na cúpula de chefes de Estado e de governo da UE em Versalhes, na França, na sexta-feira - e o governo de Varsóvia a preparou no mais absoluto sigilo.
A viagem foi coordenada com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A comunidade internacional foi informada sobre o encontro através da ONU.
De acordo com o porta-voz do governo polonês Pjotr Müller, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e o governo dos EUA também foram informados da decisão.
Müller disse que os especialistas analisaram minuciosamente a situação de segurança e concluíram que a visita simplesmente tinha que acontecer.
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Kiev sob ataques
Após mais de duas semanas de guerra, Kiev está quase completamente cercada por tropas russas. No início da manhã desta terça-feira, a capital ucraniana foi abalada por uma série de fortes explosões.
De acordo com o jornal The Kyiev Independent, dois prédios residenciais foram atingidos por bombardeios russos. Um deles teria 16, e o outro, cerca de dez andares. Ao menos duas pessoas morreram, e 27 foram resgatadas, segundo os serviços de resgate ucranianos.
Também de acordo com o The Kyiev Independent, uma estação de metrô foi danificada por uma onda de choque e permanecia fechada na manhã desta terça-feira.
Após os novos ataques, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou um longo toque de recolher. De terça-feira às 19h até quinta-feira às 6h (horário local), os moradores só poderão deixar suas casas para procurar abrigos subterrâneos, escreveu Klitschko no Telegram. Exceções se aplicam somente a pessoas com documentação especial.
"Peço a todos os moradores de Kiev que se preparem para o fato de terem que ficar em casa por dois dias ou, em caso de alarme, em abrigos", enfatizou Klitschko.
LE/LF (Lusa, DPA, AP, Reuters, EFE, ots)
Sanções do Ocidente atingem círculo íntimo de Putin
Em reação à invasão da Ucrânia, UE, EUA e outros países ocidentais impuseram sanções severas à economia russa e aos associados do presidente Vladimir Putin. Quem são os bilionários atingidos?
Foto: Christian Charisius/dpa/picture alliance
Igor Sechin
Sechin é ex-primeiro-ministro da Rússia e diretor executivo da estatal petroleira Rosneft. No documento da União Europeia relativo às sanções, ele é descrito como "um dos assessores mais próximos e amigo pessoal" de Vladimir Putin. Além disso, apoia a consolidação da anexação ilegal da Crimeia à Rússia, sobretudo com o envolvimento da Rosneft no fornecimento de combustível à península.
Foto: Alexei Nikolsky/Russian Presidential Press and Information Office/TASS/picture alliance
Alisher Usmanov
Nascido no Uzbesquistão, Usmanov é magnata de metais e telecomunicação. A UE o cita como um dos oligarcas favoritos de Putin, tendo pago milhões a um de seus principais assessores, hospedado o presidente russo em sua luxuosa residência pessoal, além de atuar em sua "linha de frente" e "resolver seus problemas de negócios". Os EUA e o Reino Unido também o acrescentaram a suas listas negras.
Foto: Alexei Nikolsky/Kremlin/Sputnik/REUTERS
Mikhail Fridman e Petr Aven
A UE descreveu Fridman (c.) como "importante financiador e facilitador do círculo íntimo de Putin". Ele e seu parceiro de longa data Aven (dir.) lucraram bilhões de dólares com petróleo, transações bancárias e comércio de varejo, segundo a agência de notícias Reuters. A UE acrescenta que Aven é um dos homens de negócios russos ricos que se reúnem regularmente com Putin no Kremlin.
Foto: Mikhail Metzel/ITAR-TASS/imago
Negando conexões com Putin e o Kremlin
Numa coletiva de imprensa após o anúncio pela UE, tanto Fridman quanto Aven (dir.) negaram ter qualquer "relação financeira ou política com o presidente ou o Kremlin" e prometeram combater as punições, supostamente sem base, "com todos os meios à disposição". Nascido no oeste da Ucrânia, Fridman é um dos poucos russos submetidos a sanções que se pronunciou publicamente contra a guerra.
Foto: Alexander Nenenov, Pool/AP/picture alliance
Boris e Igor Rotenberg
A família Rotenberg é notória por seus laços estreitos com Putin. Boris é coproprietário do SMP Bank, associado à petroleira Gazprom. Seu irmão Arkady, já sob sanções da UE e dos EUA, praticava judô com Putin desde adolescente. Igor, filho de Arkady, controla a campanha de perfuração Gazprom Bureniye. Após a invasão russa, Boris e Igor entraram para as listas britânica e americana de sancionados.
Foto: Sergey Dolzhenko/epa/dpa/picture-alliance
Gennady Timchenko
Timchenko é um importante acionista do Rossiya Bank – definido no documento da UE como o banco pessoal das autoridades russas, investindo nas emissoras de televisão que apoiam ativamente as medidas do governo russo para desestabilizar a Ucrânia. Além disso, o Rossiya teria aberto sucursais na Crimeia, apoiando sua anexação ilegal.
Foto: Sergei Karpukhin/AFP/Getty Images
Alexei Mordashov
Mordashov investiu seriamente no National Media Group, o maior holding particular de mídia da Rússia, que apoia as medidas estatais de desestabilização da Ucrânia, afirma a UE. Em comunicado, o bilionário asseverou que não tem "nada a ver com a emergência da atual tensão geopolítica" e definiu essa guerra como uma "tragédia de dois povos fraternos".
Foto: Tass Zhukov/TASS/dpa/picture-alliance
Iates confiscados
As novas sanções incluem o congelamento de bens e restrições a viagens. Desde sua imposição, diversos iates de luxo pertencentes à elite russa foram confiscados na Itália, França e Reino Unido. Entre seus proprietários estão Sechin, Usmanov e Timchenko.