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Em nota conjunta, chefes dos Poderes pedem paz e democracia

9 de janeiro de 2023

Após reunião em Brasília, Lula e presidentes do STF e do Congresso assinam texto em que repudiam "atos terroristas, criminosos e golpistas" e pregam união para que providências institucionais sejam tomadas.

Presidente Lula inspeciona danos no Palácio do Planalto após ataques de extremistas com expressão preocupada
Presidente Lula assinou nota em defesa da democracia e contra violência bolsonarista, juntamente com chefes do Congresso e do STFFoto: Eraldo Peres/AP Photo/picture alliance

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os chefes dos demais Poderes da República assinaram nesta segunda-feira (09/01) uma nota conjunta em que pedem a "defesa da paz e da democracia" e rejeitam os atos terroristas praticados por bolsonaristas radicais em Brasília.

O presidente do Senado em exercício, Veneziano Vital do Rêgo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, se reuniram com Lula no Palácio do Planalto, um dos prédios públicos depredados durante os atos de violência neste domingo, juntamente com as sedes do Congresso Nacional e do STF.

O encontro das lideranças ocorreu no gabinete presidencial, onde os extremistas não conseguiram entrar em razão da blindagem do local.

"Os Poderes da República, defensores da democracia e da Carta Constitucional de 1988, rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas que aconteceram na tarde de ontem em Brasília", diz o texto, intitulado "Nota em Defesa da Democracia". 

Os chefes dos Três Poderes dizem que estão "unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras".

"Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria. O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação", conclui a nota.

Atos golpistas

Grupos organizados de extremistas de direita promoveram no domingo um dia de terror em Brasília, invadindo e depredando o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF.

Os atos golpistas marcaram o momento mais violento da política brasileira pós-redemocratização e um ápice do movimento golpista que tenta reverter ilegalmente o resultado da última eleição presidencial.

Os radicais deixaram um rastro de destruição nas sedes dos três Poderes: salas destruídas, obras de arte saqueadas ou vandalizadas, móveis atirados contra janelas, policiais feridos e jornalistas agredidos.

Os chefes dos três Poderes já haviam condenado a ação individualmente no domingo. Lula, que tomou posse há apenas uma semana, chamou os invasores de "fascistas fanáticos" e "nazistas". Ele responsabilizou seu antecessor Jair Bolsonaro pela violência e prometeu encontrar e punir os financiadores dos atos.

"Este genocida não só provocou isso, como está estimulando ainda pelas redes sociais", disse o presidente. "Nós vamos tentar descobrir quem financiou isso. E essa gente toda vai pagar. Se houve omissão de alguém no governo federal que facilitou isso, também será punido."

Já o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, disse no domingo que "repudia veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência".

Lira, presidente da Câmara, declarou que o Congresso jamais negou "voz a quem queira se manifestar pacificamente". "Mas nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo."

Por sua vez, a presidente do STF, ministra Rosa Weber, afirmou que a Corte atuará "para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos e que o prédio histórico será reconstruído".

rc (ots)

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