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Em plena Eurocopa, Air France inicia greve

11 de junho de 2016

Cerca de 30% dos voos com destino e origem em Paris são afetados no segundo dia do torneio esportivo, que já enfrenta paralisações em outros setores, como o ferroviário e de coleta de lixo.

Air France
Foto: picture-alliance/dpa/R. Ruprecht

Pilotos da companhia aérea Air France iniciaram uma greve neste sábado (11/06) por melhores condições de trabalho. A paralisação no segundo dia da Eurocopa 2016 é mais um problema para Paris, que enfrenta greves em outros setores, como o ferroviário e de coleta de lixo. Enchentes e a ameaça de ataques terroristas também elevam a preocupação das autoridades francesas.

De acordo com a Air France, a greve de quatro dias, que vai se estender até a próxima terça-feira, afeta principalmente os voos com origem e destino em Paris – 27% dos voos foram cancelados neste sábado. Já os voos internacionais operam em 96% da capacidade, e os domésticos, em 91%. Voos da Air France operados por outras companhias não são afetados.

A Air France diz que 25% dos trabalhadores aderiram à greve. Já o Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha (SNPL) informou que 70% dos funcionários não iriam trabalhar. Eles exigem melhores salários e mais horas de voo. No domingo, a Air France espera operar 80% dos voos.

O chefe-executivo da companhia aérea, Frederic Gagey, estima que a paralisação causará um prejuízo diário de 5 milhões de euros. A empresa tentará garantir um "impacto mínimo" nas dez cidades-sede da Eurocopa, afirmou em entrevista à rádio RTL.

Outros problemas

As greves são parte da resposta do setor público à proposta de reforma nas leis trabalhistas, que facilitaria a contratação e a demissão de empregados. Apesar de protestos de funcionários de usinas nucleares e refinarias de petróleo, que também aderiram às paralisações, o presidente François Hollande sinalizou que não vai ceder.

O ministro dos Transportes, Alain Vidalies, criticou os sindicatos por tentarem causar danos à imagem do país no exterior durante o evento esportivo.

Vidalies também disse que o governo não está disposto a novas negociações com sindicalistas do setor ferroviário. A greve dos trabalhadores da empresa ferroviária estatal SNCF, iniciada em 1º de junho, restringe a circulação de trens em linhas importantes, como a que liga Paris ao aeroporto internacional Charles de Gaulle.

Nas ruas parisienses, o lixo se acumula por toda parte. A prefeitura chegou a enviar caminhões de coleta de lixo de empresas particulares na véspera do torneio de seleções da Europa. A paralisação dos serviços deve se estender até a próxima semana.

KG/ap/rtr

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