Portugal teve quase metade das mortes por covid em janeiro
1 de fevereiro de 2021
Sistema de saúde português está à beira do colapso. Autoridades apontam variante britânica e afrouxamento das restrições no Natal como principais causas.
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Quase metade de todas as mortes relacionadas à covid-19 em Portugal foi contabilizada em janeiro. O grande aumento de casos e mortes reflete o sério agravamento da pandemia em um país que havia sido relativamente poupado das primeiras ondas de infecção pelo coronavírus.
Hospitais em quase todo o país estão à beira do colapso. Há registros de ambulâncias estacionadas por horas com pacientes à espera de liberação de leitos.
As autoridades atribuíram o significativo aumento nas taxas de infecção e de mortalidade à variante da doença originária do Reino Unido, que é mais contagiosa, mas também reconheceram que o afrouxamento das restrições de contato social durante a época do Natal contribuiu consideravelmente.
Em janeiro, 5.576 pessoas morreram em decorrência da covid-19 em Portugal, o que representa 44% de todas as 12.482 mortes desde que o vírus começou a se espalhar no país em março do ano passado, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), a autoridade sanitária portuguesa.
A associação que representa as funerárias alertou que os hospitais públicos estão ficando sem espaço refrigerado para preservar os corpos das vítimas de covid-19. Alguns hospitais, entre eles o maior de Portugal, o Hospital Santa Maria, em Lisboa, instalaram contêineres refrigerados extras para suprir a demanda em seus necrotérios.
Um total de 711.018 infecções pelo novo coronavírus foi registrado em Portugal desde março de 2020, sendo 43% desses casos em janeiro, de acordo com a DGS. Portugal tem a maior média móvel em sete dias de novos casos por 1 milhão de habitantes do mundo, segundo o site de compilação de dados ourworldindata.org.
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Hospitais sobrecarregados
Portugal possui uma população de pouco mais de 10 milhões de habitantes. A vacinação no país ainda está num estágio bastante primário. Apenas cerca de 70 mil pessoas foram completamente imunizadas com a aplicação das duas doses. Os residentes com mais de 80 anos de idade começaram a ser imunizados nesta segunda-feira (01/02).
Atualmente, há 858 pessoas com covid-19 internadas em unidades de terapia intensiva no país, e 6.694 sendo tratadas em enfermarias. Os leitos estão ficando escassos, e há falta de médicos e outros profissionais sanitários nos hospitais portugueses.
Para tentar controlar o surto, Portugal decretou um rigoroso lockdown em 15 de janeiro e fechou suas fronteiras no domingo. A entrada e saída do país só é permitida se houver um forte motivo para tal.
No fim de semana, a Alemanha anunciou que enviará militares e equipamentos para Portugal para ajudar o país no combate à covid-19. De acordo com a revista alemã Der Spiegel, as Forças Armadas alemãs sinalizaram com o envio de 27 médicos e paramédicos, que devem permanecer em Portugal por três semanas, assim como respiradores móveis e leitos.
pv/ek (Reuters, Lusa, Efe, DPA, ots)
A chegada de 2021 sob a sombra da pandemia
Medidas de restrição social por causa do coronavírus limitam as festividades de Ano Novo. As imagens do adeus a 2020 ao redor do planeta.
Foto: Brook Mitchell/Getty Images
Festa na Nova Zelândia
Momentos depois dos habitantes de Kiribati e Samoa, nações insulares do Pacífico Sul, foi a vez dos moradores da Nova Zelândia de dar as boas-vindas a 2021. O país, elogiado pela gestão exemplar da pandemia, teve comemorações animadas, como neste parque em Mount Manganui, apesar de ainda estar fechado para a entrada de estrangeiros.
Foto: George Novak/NZ Herald/AP/picture alliance
Taxa de infecção zero
O governo da Nova Zelândia permitiu festas com multidões e fogos de artifício após o país exibir por meses taxas zero de infecção, que possibilitaram um retorno a uma relativa normalidade.
Foto: Fiona Goodall/Getty Images
Show de fogos em Auckland
Com uma melhores gestões da pandemia do coronavírus do planeta, a Nova Zelândia não abriu mão de sua tradicional queima de fogos de artifício na cidade de Auckland para celebrar o Ano Novo.
Foto: Michael Craig/NZ Herald/AP/picture alliance
Fogos sem público em Sydney
A Austrália manteve os famosos fogos de artifício de Sydney, um dos shows que tradicionalmente abrem as comemorações do Ano Novo do planeta, mas sem a presença do grande público, devido às restrições impostas pela covid-19.
Foto: Loren Elliott/REUTERS
Ruas vazias em Berlim
A área do Portão de Brandemburgo, no centro de Berlim, permaneceu vazia desta vez, onde normalmente multidões comemoram o Ano Novo na capital alemã. Devido a um segundo lockdown rigoroso que vigora desde meados de dezembro, as aglomerações em locais públicos foram proibidas. Mesmo assim, foi organizado no lugar um show com bandas e cantores, sem presença de público, com transmissão pela TV.
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance
Ano Novo de silêncio na Coreia do Sul
Os habitantes de Seul, capital sul-coreana, tiveram de abrir mão neste ano das festas na rua durante o réveillon. A tradicional cerimônia das 33 badaladas de sino, com que a cidade saúda o Ano Novo, ocorreu sem presença de público e foi transmitida na TV e nas mídias sociais.
Foto: Jung Yeon-je/AFP/Getty Images
Animação em Wuhan
Na cidade chinesa de Wuhan, onde a pandemia foi originada há um ano, milhares se reuniram em determinados lugares do centro da cidade para a contagem regressiva até 2021. Alguns disseram que estavam cautelosos, mas não particularmente preocupados.
Foto: Tingshu Wang/REUTERS
Comemoração sem maiores restrições
A data é festejada sem grandes restrições na China, após o governo ter declarado o controle sobre a disseminação do coronavírus. No entanto, o dia não constitui um feriado particularmente importante para os chineses, já que, de acordo com seu calendário lunar tradicional, o Ano Novo começa só em fevereiro próximo.
Foto: Noel Celis/AFP/Getty Images
Fogos em Berlim
Na Alemanha, neste ano, fogos de artifício estavam proibidos de ser vendidos ao público. O espetáculo de luzes foi exclusividade das autoridades, como em Berlim, no Portão de Brandemburgo, tradicional ponto de comemoração da virada na Alemanha. Os fogos, porém, foram disparados em quantidade significativamente menor que no ano anterior e com restrições de acesso ao público.
Foto: Michael Sohn/AP Photo/picture alliance
Festa virtual em Nova York
A tradicional "Bola da Times Square" foi posicionada momentos antes da virada em Nova York. Quando o relógio chegou a 23h59, ela começou a descer, numa festa acompanhada de chuva de confetes, mas sem público.