Biden afirma que diferenças devem ser resolvidas nas urnas
15 de julho de 2024
Em raro pronunciamento no Salão Oval, da Casa Branca, presidente americano condena violência política e pede calma aos americanos.
Joe Biden condena atentado contra Trump em raro discurso no Salão OvalFoto: Erin Schaff/REUTERS
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Um dia após a tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump durante comício na Pensilvânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu aos americanos neste domingo (14/07) que rejeitem a violência política. Em um raro discurso feito em seu gabinete na Casa Branca, Biden disse que é hora de baixar a temperatura da política hostil dos Estados Unidos.
"Todos nós agora enfrentamos um tempo de teste à medida que a eleição se aproxima," disse Biden. "Não há lugar nos EUA para esse tipo de violência, para qualquer violência. Nunca. Ponto final. Sem exceção. Não podemos permitir que essa violência seja normalizada."
"Aqui na América, precisamos sair de nossos silos, onde ouvimos apenas aqueles com quem concordamos, onde a desinformação é desenfreada, onde atores estrangeiros inflamam nossas divisões para moldar os resultados de acordo com seus interesses, não os nossos," disse Biden.
"Por mais fortes que sejam as nossas convicções, nunca devemos permitir que elas resultem em violência. É hora de nos acalmarmos", afirmou o presidente, que centrou seu pronunciamento na unidade nacional e na rejeição da violência.
Biden lembrou ainda episódios recentes de violência política, como a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e o ataque contra o marido da ex-presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi. Ele falou ainda sobre a polarização em curso no país e destacou que as diferenças devem ser resolvidas em debates e nas urnas.
"Nós debatemos e discordamos, comparamos e contrastamos candidatos. Mas na América, nós resolvemos nossas diferenças nas urnas, não com balas", ressaltou.
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Investigação em curso
Biden não deu detalhes sobre a investigação do ataque. Antes do pronunciamento, ele havia anunciado que ordenou uma revisão independente dos procedimentos de segurança do FBI e prometeu uma apuração "completa e rápida" sobre o atentado.
A coordenadora do Serviço Secreto para a Convenção Nacional Republicana que acontece nesta segunda-feira, Audrey Gibson-Cicchino, disse que o atentado não justifica nenhuma mudança no plano de segurança e que os funcionários "estão totalmente preparados".
Trump vai participar da Convenção Nacional do Partido Republicano nesta segunda-feiraFoto: Dan Scavino Jr. via X/REUTERS
Biden avalia rota da campanha após atentado
O atentado do fim de semana foi apenas a mais recente reviravolta em uma campanha que tem sido extraordinariamente instável nas últimas semanas.
Desde o tiroteio, o presidente tem tentado calibrar o caminho político mais assertivo. No pronunciamento, Biden ligou o atentado de sábado a outros incidentes de violência política, desde a morte em 2017 de um contra-manifestante em um comício de supremacistas brancos em Charlottesville, Virgínia, até a insurreição no Capitólio em 6 de janeiro de 2021, por apoiadores de Trump que buscavam impedir a certificação da contagem do Colégio Eleitoral.
Apesar da disputa eleitoral, tanto Biden quanto Trump pediram calma após o mais grave ataque a um presidente ou ex-presidente dos EUA em mais de quatro décadas.
O presidente disse que teve uma "conversa curta, mas boa" com Trump nas horas após os tiroteios e que estava "sinceramente grato" que o ex-presidente está se recuperando. Já Trump afirmou que é "mais importante do que nunca que estejamos unidos" e acrescentou que os americanos não devem permitir que "o mal vença".
Biden congelou "todas as comunicações externas" de sua campanha eleitoral e retirou anúncios de televisão após o atentado. Por outro lado, o Comitê Nacional Democrata afirmou que pretende "continuar destacando o contraste" com Trump. Biden indicou que planeja intensificar sua agenda de campanha e disse não ter "nenhuma dúvida" de que os republicanos farão o mesmo quando abrirem a convenção do partido.
Por enquanto, contudo, o presidente adiou uma viagem planejada ao Texas na segunda-feira, onde ele iria falar no 60º aniversário da Lei dos Direitos Civis na biblioteca presidencial de Lyndon B. Johnson. Enquanto isso, Trump chegou na noite de domingo a Milwaukee para a convenção republicana, onde a crítica a Biden e aos democratas certamente será severa.
gq/cn (AP, AFP)
O mês de julho em imagens
O mês de julho em imagens
Foto: Ricardo Mazalan/AP Photo/picture alliance
Trump é candidato oficial
A decisão foi rápida: em sua convenção nacional em Milwaukee, Wisconsin, o Partido Republicano a candidatura do ex-presidente Donald Trump na eleição presidencial de novembro. Como vice, ele escolheu o senador do Ohio J.D.Vance. (15/07)
Foto: Ines Pohl/DW
Trump passa bem após atentado em comício na Pensilvânia
Candidato republicano à Casa Branca, ex-presidente sobreviveu a uma tentativa de assassinato enquanto discursava a apoiadores no dia anterior. A ação durou segundos, e Trump foi escoltado às pressas for agentes do Serviço Secreto, com a orelha ferida por uma bala. Além do suspeito, uma pessoa que acompanhava o evento da plateia foi morta. Outras duas estão gravemente feridas. (14/07)
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
A 13 dias de início dos Jogos, ministra francesa dos Esportes nada no Rio Sena
Ao lado do triatleta triatleta paralímpico Alexis Hanquinquant, Amélie Oudéa-Castéra quis mostrar que as águas do rio parisiense estão prontas para acolher as provas de natação. Ao custo de 1,4 bilhão de euros, a descontaminação das águas do Sena era um dos principais pontos de dúvida da competição, já que chuvas recorrentes nos últimos meses comprometeram a qualidade da água. (13/07)
Foto: Ministry Of Sport, Olympic And Paraolympic Games/AP/picture alliance
Selo azul no X de Elon Musk viola regras da UE, diz bloco
Rede social do bilionário viola regras para conteúdo digital, aponta relatório preliminar da Comissão Europeia. Órgão alega que comercialização do "selo azul" na plataforma outrora conhecida como Twitter "afeta negativamente a capacidade que os usuários têm de tomar decisões livres e informadas sobre a autenticidade das contas e do conteúdo com o qual interagem".
Foto: Alain Jocard/AFP [M]
Envio de mísseis americanos à Alemanha irrita Rússia
Reagindo ao anúncio de que a Alemanha abrigará bases de mísseis americanos de longo alcance a partir de 2026, a Rússia disse que avalia medidas para frear a "séria ameaça à segurança" do país por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Essa decisão foi preparada por muito tempo e não é uma surpresa", afirmou o chanceler alemão, Olaf Scholz. (11/07)
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
Perigo de vida no Vale da Morte
O Death Valley, no deserto do leste da Califórnia e condado de Nevada, já é considerado o local mais quente do planeta. Em meio à atual onda de calor, então, as temperaturas nesse parque nacional americano têm ultrapassado diariamente os 50ºC. As autoridades dos EUA expediram alertas aos visitantes. (10/07)
Foto: Mario Tama/Getty Images
Rússia condena artistas de teatro à prisão
Em nova ofensiva contra liberdade artística, regime russo considerou que peça teatral "Finist", escrita cinco anos atrás e encenada em 2020, sobre o destino de "noivas do Estado Islâmico", é "apologia do terrorismo" e sentenciou diretora Zhenya Berkovich e dramaturga Svetlana Petriychuk a seis anos de prisão. (09/07)
Uma série de bombardeios russos na Ucrânia deixou mais de 35 mortos em vários pontos do país e atingiu dois hospitais, um deles em Kiev, especializado no atendimento de crianças. Os ataques geraram condenação internacional e levaram à convocação de uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU, agendada para o dia seguinte. (08/07)
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Esquerda e centro conseguem frear ultradireita na França
A esquerda e o centro conseguiram frear o que parecia uma ascensão implacável da ultradireita francesa no segundo turno da eleição legislativa francesa. A aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e a coligação de centro Juntos, do presidente Emmanuel Macron, conseguiram formar as maiores bancadas de deputados, ficando à frente da ultradireitista Reunião Nacional (RN). (07/07)
Foto: Christophe Ena/AP/picture alliance
Reforma vence pleito presidencial do Irã
O reformista Masud Pezeshkian se impôs no segundo turno do pleito presidencial do Irã, que teve uma participação nas urnas de 49,9 %. Ele obteve 53,6 % dos votos, contra 44,3 % para o ultraconservador Saeed Jalili. Em seus primeiros comentários após o resultado eleitoral, o presidente eleito definiu a votação como o início de uma "parceria" com o povo iraniano. (06/07) Pezeshkian
Foto: Vahid Salemi/AP/picture alliance
Após 14 anos com conservadores no poder, Reino Unido tem premiê trabalhista
Consagrado com uma maioria esmagadora na eleição legislativa antecipada, Keir Starmer, 61, é o sétimo primeiro-ministro do Partido Trabalhista. Ele substitui o conservador Rishi Sunak, que ficou menos de dois anos no cargo. O Partido Conservador perdeu as eleições ao conquistar apenas 121 assentos na Câmara dos Comuns (baixa), contra 412 do Trabalhista. (05/07)
Foto: JUSTIN TALLIS/AFP/Getty Images
Bolsonaro vira alvo da PF em duas frentes
Não foi uma quinta-feira fácil para o ex-presidente. Primeiro, a PF deflagrou a segunda fase da Operação Venire, que apura inserção de dados falsos nos registros de vacinação contra a covid-19 e uma suposta fraude nos cartões de vacinação de sua família. Mais tarde, saiu a notícia de que ele foi indiciado no caso das joias sauditas por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. (04/07)
Foto: Eraldo Peres/AP/picture alliance
Furacão Beryl avança pelo Caribe
O furacão Beryl, de categoria 4, atingiu com força a costa sul da Jamaica após deixar um rastro de destruição em outras regiões do Caribe, com ao menos sete mortos. Serviços meteorológicos registraram ventos de até 220 quilômetros por hora. O governo impôs um toque de recolher em todo país e pediu que a população de 2,8 milhões obedeça possíveis ordens de evacuação. (03/07)
Foto: Curlan Chrissey Campbell/Reuters
Tumulto em cerimônia hindu na Índia deixa mais de 100 mortos
Mais de uma centena de pessoas, incluindo mulheres e crianças, morreram após um tumulto ocorrido ao final de uma cerimônia religiosa hindu no norte da Índia. Forte calor e falta de ar no local do evento podem ter contribuído para a tragédia. Pessoas que participaram da cerimônia disseram que cerca de 50 mil devotos estavam presentes no local. (02/07)
Foto: Manoj Aligadi/AP/picture alliance
Suprema Corte dos EUA diz que Trump tem imunidade contra processos criminais em ações oficiais como presidente
A Suprema Corte dos EUA decidiu que o ex-presidente Donald Trump tem direito a blindagem parcial contra acusações criminais. A corte entendeu que ex-chefes de Estado têm imunidade contra processos por ações tomadas como presidente, mas que o mesmo não se aplica a atos como pessoa física. Assim, diminui a chance de que seja julgado em três processos antes das eleições, em 5 de novembro. (01/07)