Greta Thunberg muda descrição no Twitter para "pirralha"
10 de dezembro de 2019
Ao comentar mortes de indígenas na Amazônia, presidente fez críticas à ativista sueca: "É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessas", afirmou. Em Madri para a COP25, jovem reage com bom humor.
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A ativista sueca Greta Thunberg reagiu com bom humor às críticas do presidente Jair Bolsonaro contra ela nesta terça-feira (10/12). A jovem mudou sua descrição biográfica no Twitter para "pirralha" (em português), após ser chamada por esse termo pelo mandatário brasileiro.
Ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, na manhã desta terça-feira, Bolsonaro evocou o nome da sueca de 16 anos ao ser questionado se as mortes recentes de indígenas em reservas na Amazônia lhe causam preocupação.
"Aquela menina lá… De fora lá… A Greta! A Greta já falou, inclusive, que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia", disse ele em tom irônico. "É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessas aí, uma pirralha", complementou.
Na sequência, o presidente afirmou que "qualquer morte preocupa". "Nós queremos cumprir a lei e somos contra o desmatamento ilegal, contra queimadas ilegais. Tudo que for contra a lei, nós somos contra", declarou.
No último sábado, dois índios Guajajara foram mortos a tiros e outros dois ficaram feridos em um ataque na BR-226, entre as aldeias Boa Vista e El Betel, no Maranhão, no mais recente episódio de violência contra indígenas nas regiões Norte e Nordeste do país.
No mesmo dia, Greta compartilhou um vídeo nas redes sociais sobre o crime, com a seguinte legenda: "Indígenas estão sendo mortos literalmente por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal. De novo e de novo. É vergonhoso que o mundo permaneça em silêncio sobre isso."
Os indígenas assassinados no sábado são da mesma etnia que Paulino Guajajara, vítima de uma emboscada na terra indígena Arariboia (MA) em 1º de novembro. Ele era um dos guardiões da floresta e organizava rondas pelo território para expulsar invasores. A Polícia Federal investiga o crime.
Nesta terça-feira, Greta participou da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP25), que ocorre até 13 de dezembro em Madri, na Espanha.
Ela e a ativista alemã Luisa Neubauer fizeram um apelo para que as evidências científicas referentes ao clima sejam incorporadas à informação e à educação em todo o mundo, a fim de que a mensagem dos problemas climáticos chegue a todos os setores da sociedade.
Imagens dos protestos mundiais da Greve Global pelo Clima
Estudantes e jovens em cerca de 150 países saíram às ruas para pedir ações políticas concretas contra as mudanças climáticas.
Foto: Getty Images/D. Angerer
Protestos nos EUA
Manifestantes em frente ao Capitólio, a sede do Congresso dos EUA. Manifestações ocorreram em todos os 50 estados americanos. Os maiores atos foram registrados em Nova York, Los Angeles e São Francisco.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Wolf
Protesto em Berlim reúne 270 mil
Na Alemanha, os organizadores estimaram que 1,4 milhão de pessoas participaram dos protestos – 270 mil apenas em Berlim, segundo a polícia local. Uma multidão se concentrou em volta do prédio do Reichstag, a sede do Parlamento alemão, e do Portão de Brandemburgo.
Foto: AFP/Getty Images/A. Schmidt
Protestos em cidades alemãs
Manifestações também foram registradas em Hamburgo. A polícia estimou que 70 mil pessoas participaram. Também foram registradas multidões com 20 mil pessoas em Munique, Münster e Freiburg. Na capital da Baviera, ativistas se apoiaram em blocos de gelo e enrolaram cordas no pescoço para simular que a mudança climática tem o efeito de uma forca sobre a humanidade.
Foto: Reuters/M. Dalder
Suecos pedem mais ação contra mudanças climáticas
Em Estocolmo, milhares de pessoas aderiram à greve. Vários exibiram cartazes e faixas com o lema da campanha lançada por Greta Thunberg na língua nativa da ativista: Skolstrejk för klimatet!".
Foto: Reuters/TT News Agency/S. Stjernkvist
Protestos na África
Manifestantes em Abuja, na Nigéria. Também foram registrados protestos na África do Sul, Quênia, Uganda e Ruanda.
Foto: DW/W. Abubakar Idris
Greve na Índia
O movimento também ganhou adesão na Índia, onde foram registrados protestos em Bombaim e Nova Déli.
Foto: Getty Images/AFP/I. Mukherjee
Protestos no Brasil
Jovens em manifestação no Rio de Janeiro. Também foram registrados protestos em São Paulo, Recife e Brasília. Vários manifestantes exibiram faixas e cartazes contra as políticas ambientais do governo do presidente Jair Bolsonaro e denunciando as queimadas da Amazônia.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Izquierdo
Protestos no Reino Unido
A Greve Global pelo Clima também ganhou a adesão de estudantes da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Manifestantes também saíram às ruas de Edimburgo e Belfast. Em Londres, os organizadores estimaram que 100 mil pessoas participaram.
Foto: picture-alliance/empics/J. Giddens
Greta em Nova York
As manifestações desta sexta-feira fazem parte de uma iniciativa lançada pela ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que sensibilizou jovens em todo o mundo desde que começou a fazer protestos solitários em frente ao Parlamento sueco com um cartaz que propunha uma greve escolar pelo clima. Hoje, Greta tomou parte na manifestação de Nova York, que reuniu xx mil pessoas.