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Em seu 1º debate, Haddad vira alvo dos demais candidatos

21 de setembro de 2018

Candidato petista tem primeiro embate direto com demais concorrentes, que responsabilizam PT pela crise econômica e corrupção. Mesmo ausente, Bolsonaro não é poupado.

Fernando Haddad
Haddad foi oficializado como candidato apenas no dia 11 deste mêsFoto: picture-alliance/NurPhoto/D. Oliveira

O debate entre os candidatos à Presidência nesta quinta-feira (20/09), transmitido pela TV Aparecida e promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi marcado pela primeira participação de Fernando Haddad (PT), após ser oficialmente nomeado para concorrer no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pela ausência do líder nas pesquisas de intenções de voto, Jair Bolsonaro (PSL).

Haddad, que não participou dos três debates anteriores por ainda não ser o candidato oficial, acabou se tornando o alvo principal dos demais candidatos, sendo questionado sobre as denúncias de corrupção envolvendo membros de seu partido e o agravamento da crise econômica durante o governo da petista Dilma Rousseff.

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, atacou os governos do PT, responsabilizando Dilma pela recessão econômica. "São 13 milhões de desempregados, herança da Dilma e do PT. Quebraram o Brasil. O petrolão foi o maior escândalo do mundo", disse.

Haddad, que foi oficializado como candidato apenas no dia 11 deste mês, tentou associar o PSDB de Alckmin ao presidente Michel Temer, criticando a reforma trabalhista e a emenda do teto dos gastos, ambas aprovadas no governo atual, que considera prejudiciais aos trabalhadores. Ele disse que, se eleito, vai revogar as duas medidas.

Já Alckmin lembrou que o PT escolheu Temer para ser o vice de Dilma duas vezes seguidas. Haddad, por sua vez, apontou que o então vice-presidente se aliou ao PSDB para "trair" Dilma e assumir a Presidência após a petista ser afastada do cargo.

Em outro ataque a Haddad, Henrique Meirelles (MDB) também acusou o governo Dilma de responsável pela crise econômica. O candidato petista lembrou que Meirelles foi presidente do Banco Central durante os oito anos do governo de Lula e disse considerar a ingratidão "o maior dos pecados na política".

Ciro Gomes (PDT) ressaltou que o PT perdeu a oportunidade para fazer mudanças durante os 14 anos em que esteve no governo, como a reforma tributária proposta por Haddad. O petista rebateu dizendo que Lula fez uma reforma tributária "às avessas", colocando o dinheiro "na mão dos pobres".

Dias após ter sua candidatura confirmada, Haddad teve crescimento acentuado nas últimas pesquisas eleitorais, assumindo a segunda colocação atrás de Bolsonaro, superando Ciro Gomes e se afastando de Alckmin e Marina Silva (Rede). Segundo o Ibobe, ele atingiu 19% das intenções de voto, contra 28% do candidato do PSL. O Datafolha aponta que o petista teria 16%, contra 28% do direitista. Nos dois levantamentos, Ciro Gomes ocupa a terceira posição, com 11% no Ibope e 13% no Datafolha.

Críticas a Bolsonaro

Mesmo ausente, Bolsonaro, que ainda se recupera de um facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora, não foi poupado pelos demais candidatos.

Marina e Meirelles questionaram a capacidade da equipe econômica do candidato direitista, após seu coordenador de programas econômicos, Paulo Guedes, sugerir a criação de um imposto sobre movimentações financeiras semelhante à antiga CPMF.

O emedebista afirmou que Bolsonaro "não tem preparo econômico" para administrar o país. Marina destacou ainda que a perspectiva de um governo do candidato do PSL é "nefasta", citando como exemplo as recentes declarações de seu candidato a vice, Hamilton Mourão (PRTB), de que lares onde crianças são criadas apenas com a mãe e a avó seriam "fábricas de desajustados".

Alckmin alertou contra a "aventura autoritária" representada pela candidatura de Bolsonaro. "Nós vemos de um lado o PT querendo voltar, depois de ter levado o país à maior recessão econômica das últimas décadas [...], e os que têm medo da volta do PT e estão indo para uma aventura de um modelo autoritário", afirmou.

O candidato do Psol, Guilherme Boulos, lembrou da hashtag #elenão, difundida nas redes sociais contra Bolsonaro, e aproveitou o tema do machismo para atacar Álvaro Dias (Podemos), afirmando que seu programa de governo não inclui propostas para combater as desigualdades de gênero, como equiparar os salários de homens e mulheres.

RC/ots

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