Roger Waters inclui Bolsonaro em lista de neofascistas
10 de outubro de 2018
Durante show na capital paulista, ex-integrante do Pink Floyd exibe em telão lista de políticos que chamou de neofascistas, incluindo Bolsonaro e Trump, e o bordão #EleNão. Público se divide entre aplausos e vaias.
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O músico Roger Waters, ex-líder da banda britânica Pink Floyd, dividiu o público de seu show em São Paulo nesta terça-feira (09/10), ao incluir críticas ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) na apresentação.
A turnê Us+Them, de Waters é recheada de críticas políticas, uma constante na carreira do músico nas últimas décadas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é comparado a um porco durante o clássico Pigs, do Pink Floyd. O telão mostra mensagens pedindo resistência dos fãs diante do autoritarismo e da tortura, entre outros problemas sociais.
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A inclusão de referências à situação política no primeiro show da turnê no Brasil provocou polêmica. Em certo momento, foi exibida no telão uma lista de políticos que Waters chama de neofascistas e que inclui Trump, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán e Bolsonaro. Também foi mostrado o bordão #EleNão, um símbolo do movimento contra o capitão da reserva nas redes sociais.
Os ânimos se acirraram e a plateia se dividiu, com uma parte apoiando Waters e repetindo "ele não", enquanto a outra gritava "fora PT", partido do adversário de Bolsonaro nas urnas, Fernando Haddad. Rogers recebeu tanto aplausos quanto vaias e xingamentos.
O músico fez um discurso sobre direitos humanos e opinou sobre o segundo turno da eleição presidencial brasileira, que ocorrem no fim de outubro. Waters ressaltou que, apesar da política no Brasil "não ser da sua conta", ele é contra o ressurgimento do fascismo e contra a defesa de uma ditadura militar, já que acredita no direito de protestar pacificamente.
Bolsonaro é conhecido por declarações controversas em que mostrou apoio à ditadura militar no Brasil, tendo defendido que "o erro da ditadura foi torturar e não matar".
PJ/ots
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Retrospectiva 50 anos de Pink Floyd
"Os restos mortais de Pink Floyd" é o nome da exposição multimídia em Dortmund, no oeste da Alemanha, que resgata a história da banda britânica através de fotos, capas de discos e objetos, além de músicas e vídeos.
Foto: Reuters/S. Wermuth
No topo
Eles foram muito mais que somente uma banda. Com seus mundos sonoros épico-esféricos, Pink Floyd (na foto, em pé: Roger Waters; abaixo, da esq. para a dir.: Nick Mason, David Gilmour e Richard Wright) revolucionou não só o rock. Eles também estabeleceram padrões artísticos em muitas outras áreas: visualmente no palco e em suas capas de álbuns, e no estúdio, com uma inovadora tecnologia de som.
Foto: Pink Floyd Music Ltd/Storm Thorgerson
Um em dois
Com tanta versatilidade, muito se pode mostrar em 50 anos de história da banda. Em Dortmund, no oeste da Alemanha, podem ser vistos agora 350 fotos, capas de discos e objetos – como essas cabeças, que fazem parte da capa do álbum "The Division Bell" (1994), assinada pelo designer gráfico britânico Storm Thorgerson, também responsável por outra capa icônica do Pink Floyd.
Foto: Stufish
Obra-prima: "The Dark Side of the Moon"
A exposição dedica uma sala inteira à imagem icônica de um prisma. A criação se deu a partir de uma situação de emergência: o tecladista Wright queria a capa mais simples possível, "não apenas uma de suas ideias surreais", lembra-se Aubrey Powell, sócio de Thorgerson. Em seu desespero, ele folheou um livro de física, mostrou a imagem de um prisma a Thorgerson, que imediatamente disse: "É isso".
Foto: Pink Floyd Music Ltd
E os porcos podem voar
A ideia de um porco voador sobre a termelétrica de Battersea foi do baixista Roger Waters. O fato de ele ter se soltado e interrompido até mesmo o tráfego aéreo sobre Londres faz parte do tesouro de lendas da banda. Finalmente, ele pousou na capa de "Animals" (1977). "O céu tinha essa cor maravilhosa e abrasadora no estilo do pintor William Turner, o que combinava com a música", diz Audrey Powell.
Foto: Pink Floyd Music Ltd
"Não precisamos de nenhuma educação..."
Como diretor de criação da mostra, Powell desenterrou verdadeiros tesouros: esta é a bengala com a qual os colegas de classe Waters, Thorgerson e o membro fundador Syd Barrett apanharam na escola. Ela serviu de modelo para o bastão usado pelo boneco-professor gigante no palco do espetáculo "The Wall". Especialmente Roger Waters ficou feliz em rever o objeto na exposição.
Foto: Hills Road Sixth Form College/Pink Floyd Music Ltd/R. Truman
"The Wall" (1980/1981)
Em exibição está também uma réplica do muro gigantesco que era erguido no palco durante os shows enquanto a banda lentamente desaparecia atrás dele. Ele deveria simbolizar a sensação de distanciamento entre Waters, a banda e o público. Devido ao enorme custo de produção, "The Wall" (O muro) foi apresentado apenas 31 vezes em quatro lugares. Sorte para os fãs alemães: Dortmund foi um deles.
Foto: Reuters/S. Wermuth
Daqui para a eternidade
"The Mortal Remains of Pink Floyd" – "Os restos mortais de Pink Floyd" – é o título da exposição de uma banda que parece imortal: semanalmente, são vendidos 10 mil exemplares do álbum "The Dark Side of the Moon" (O lado escuro da Lua). Quem quiser penetrar ainda mais no mundo psicodélico da banda britânica pode fazê-lo até 10 de fevereiro de 2019 no espaço Dortmunder U, na cidade do oeste alemão.