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Scholz apela para que Putin ordene retirada da Ucrânia

14 de setembro de 2022

Chanceler federal alemão pede solução diplomática e alerta que as anexações russas de território ucraniano não serão reconhecidas. Presidente russo diz que ucranianos violam direito internacional.

Fotos de Putin e Scholz, em montagem
Putin e Scholz telefonaram durante 90 minutosFoto: Kay Nietfeld/dpa/AP/picture alliance

Falando ao telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira (13/09), o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, apelou para que ele ordene uma "retirada total" do território ucraniano das forças militares, que atualmente enfrentam uma maciça contraofensiva de Kiev.

O líder alemão "instou o presidente russo a encontrar uma solução diplomática o mais rapidamente possível, com base num cessar-fogo, na retirada total das tropas russas e no respeito pela integridade territorial e soberania da Ucrânia", segundo um comunicado do governo alemão. Scholz também exigiu do presidente russo que aplique "plenamente" o acordo sobre a exportação de cereais ucranianos.

Conversa de 90 minutos

Segundo o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, os dois líderes falaram por telefone hoje durante 90 minutos, depois de Scholz ter conversado na semana anterior com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

"Tendo em conta a gravidade da situação militar e as consequências da guerra na Ucrânia, o chanceler instou o presidente russo a procurar uma solução diplomática o mais rapidamente possível", detalhou o porta-voz, em comunicado.

O chefe de governo sublinhou ainda que, se a Rússia tomar "medidas adicionais" para anexar os territórios ucranianos, isso não ficará sem resposta, e o advertiu que não ganhará o reconhecimento internacional em nenhuma circunstância.

Ambos os líderes discutiram a situação em torno da central nuclear de Zaporijia. Scholz sublinhou ser crucial proteger a segurança das instalações da usina, evitarem-se escaladas e implementar imediatamente as medidas propostas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Em relação à crise alimentar global, o chanceler federal sublinhou a importância do acordo patrocinado pelas Nações Unidas e pela Turquia para permitir a exportação de cereais ucranianos por via marítima através de um corredor no Mar Negro.

Segundo o porta-voz do governo alemão, Scholz "apelou ao presidente russo para não desacreditar este acordo e continuar a aplicá-lo na sua totalidade", acrescentando que os prisioneiros de guerra ucranianos devem ser tratados de acordo com o direito humanitário internacional.

Putin: Ucrânia "viola direito internacional"

Por usa vez, o comunicado do Kremlin a respeito do telefonema enfatiza que o presidente russo chamou a atenção de Scholz para "violações ultrajantes" do direito internacional pelos ucranianos e que esse exército estaria bombardeando cidades e matando civis no Donbass.

Sobre as disputas a respeito do fornecimento de gás, Putin insistiu que a Rússia é um fornecedor confiável, mas que as sanções ocidentais impedem uma manutenção adequada do gasoduto Nord Stream 1, no Mar Báltico.

Um porta-voz do governo em Berlim lembrou que o último telefonema entre os dois dirigentes teria sido no fim de maio, quando Scholz e o presidente francês, Emmanuel Macron, conversaram conjuntamente com o chefe do Kremlin.

md/lf/av (Lusa, AFP, DPA)

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