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Em tempos de Trump, arte explora mito e realidade americanos

Courtney Tenz ca
11 de dezembro de 2017

Remetendo a "American dream" e "American way of life", exposição indaga que imagem se tem dos Estados Unidos num momento em que o presidente do país deixa ambíguos conceitos de verdadeiro e falso.

William N. Copley, "Bandeira imaginária para os EUA", tecido, 1972
William N. Copley, "Bandeira imaginária para os EUA", tecido, 1972Foto: VG Bild-Kunst

Os Estados Unidos têm um posto de tamanho destaque na cultura mundial que conceitos abstratos como American dream (sonho americano) e American way of life (modo de vida americano) são ensinados em salas de aula no mundo todo – e agora também tematizados na arte.

Desvendar o verdadeiro significado desses conceitos é o objetivo autodeclarado da exposição America! America! How Real is Real? (EUA! EUA! Quanto de real há na realidade?), em cartaz no Museu Frieder Burda na cidade alemã de Baden-Baden. A mostra traz 70 trabalhos de artistas americanos contemporâneos, entre eles, Roy Lichtenstein, Cindy Sherman, Eric Fischl e William N. Copley.

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A princípio, estava planejada uma exposição para mostrar o grande acervo de obras de artistas americanos do museu em Baden-Baden, mas a eleição de Donal Trump para a presidência dos EU mudou tudo. 

"Logo ficou claro que, sob as circunstâncias de uma atitude política e um linguajar mutáveis e confusos por parte do então novo presidente americano [Donald Trump], a questão do que associávamos com os EUA nos levaria além da nossa coleção de expressionismo abstrato", relatou o curador Helmut Friedel.

Fotografia da artista americana Cindy Sherman é uma das obras da mostra em Baden-BadenFoto: Cindy Sherman

Assim, a seleção dos trabalhos foi complementada com empréstimos. As obras de artistas como Jeff Koons, Cindy Sherman e Andy Warhol adicionam um componente atual à discussão proposta pela mostra. Trata-se de explorar a divergência entre fato e realidade num momento político em que é cada vez mais ambíguo o que é real ou falso. 

No início da exposição, serigrafias de Andy Warhol sobre fotos de criminosos, acidentes de carro e a cadeira elétrica são contrapostas com o mito do American way of life, muitas vezes glorificado por Hollywood e pela mídia.

Questões sobre o capitalismo e o comportamento dos consumidores, levantadas pelo movimento da pop art, ainda são temas centrais da arte americana contemporânea. A exposição mostra que não há respostas simples. Ela estimula a discussão sobre o papel dos EUA e sua memória visual.

Robert Longo: tríptico "The Haunting" ("A assombração"), carvão sobre papel, 2005Foto: VG Bild-Kunst

Debate com a realidade

O artista Robert Longo aborda o impulso de documentar eventos noticiáveis 24 horas por dia: por meio de um tríptico com uma imagem em preto e branco dos aviões que atingiram o World Trade Center, em 2001.

Um autorretrato de Cindy Sherman como Marilyn Monroe dá prosseguimento à ideia de Andy Warhol de examinar com mais vagar o culto da celebridade e suas implicações na vida moderna.

"É muito importante para nós usar esta exposição para estimular uma troca de ideias sobre os temas atuais de 'atitude perante a verdade' e 'respeito pela verdade', tanto no âmbito individual quanto no contexto global", explicou o diretor do museu, Henning Schaper.

A mostra America! America! How Real is Real? pode ser visitada até 21 de maio de 2018 no Museu Frieder Burda, em Baden-Baden.

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