1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Em três dias, Venezuela tem 15 mortes em protestos

21 de abril de 2017

Em meio a protestos contra o governo, Caracas é tomada por onda de violência e caos. Apenas em uma noite, 12 pessoas morreram e seis ficaram feridas. Maioria das mortes aconteceu em tentativa de saque.

Vários confrontos entre polícia e manifestantes foram registrados em Caracas
Vários confrontos entre polícia e manifestantes foram registrados em CaracasFoto: Reuters/C. Veron

Pelo menos 15 pessoas morreram em três dias de intensos protestos contra o governo de Nicólas Maduro na Venezuela. O número de mortos, desde o início das marchas que pedem a destituição do presidente há três semanas, chegou a 20.

A madrugada desta sexta-feira (21/04) foi uma das mais violentas. Caracas foi tomada pelo caos e por uma onda saques, que deixou 12 mortos e seis feridos. Em diversos locais, foram registrados confrontos entre manifestantes, que saíram novamente às ruas protestar contra o governo, e forças de segurança.

O incidente mais grave ocorreu no bairro de El Valle, durante uma tentativa de saque a uma padaria. Oito pessoas morreram eletrocutadas ao tentar invadir o local e outras cinco ficaram feridas. Segundo a imprensa local a polícia investiga se as vítimas foram eletrocutadas por uma rede elétrica de proteção, instalada para impedir roubos, ou se devido ao desprendimento de um cabo de alta tensão.

As imagens do megaprotesto na Venezuela

01:20

This browser does not support the video element.

Outras três mortes foram registradas em El Valle, em ao menos dois dos casos as vítimas foram baleadas. O Ministério Público afirmou que as onze vítimas do bairro são homens com idades dentre 17 e 45 anos. Outra morte foi reportada no leste de Caracas, em El Sucre. A polícia investiga as mortes.

Confrontos entre a polícia e manifestantes deixaram ainda pelo menos seis feridos. Em El Valle, 54 crianças que estavam num hospital foram evacuadas do local. O governo alega que o hospital foi atacado pela oposição. A imprensa, porém, atribui a transferência aos efeitos do gás lacrimogêneo lançado pela polícia. Depois de uma noite violenta, a segurança foi reforçada na capital venezuelana nesta sexta-feira.

A oposição afirmou que continuará realizando protestos para exigir do governo um cronograma para eleições, a suspensão a repressão contra as manifestações e o respeito à autonomia da Assembleia Nacional. Uma marcha foi convocada para o sábado. Líderes opositores pediram que os participantes vistam branco e marchem em silêncio em homenagens as recentes vítimas.

Crise política

A crise política na Venezuela atingiu o seu auge quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), dominado pelo chavismo, decidiu assumir as competências do Assembleia Nacional, de maioria opositora.

O golpe institucional foi amplamente condenado internacionalmente, e, sob pressão, o TSJ acabou revogando a decisão, o que não foi suficiente para reverter a profunda queda na popularidade de Maduro.

A decisão desencadeou ainda uma onda de protestos. Os manifestantes pedem o afastamento dos juízes da Corte e protestam contra sentenças do TSJ que concedeu poderes especiais ao presidente e limitou a imunidade parlamentar.

CN/efe/afp/rtr/lusa/ap

Pular a seção Mais sobre este assunto