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Em visita a Israel, presidente alemão quebra tradição e critica israelenses

31 de maio de 2012

Em visita a Israel, Gauck quebra uma tradição alemã e pediu mudanças na política israelense em relação aos palestinos. Ele enfatizou compromisso alemão, mas pôs em questão solidariedade irrestrita de Berlim a Tel Aviv.

epa03241791 German President Joachim Gauck (R) is welcomed by the Prime Minister of Israel Benjamin Netanyahu in Jerusalem, Israel, 30 May 2012. The German head of state is on an official visit to Israel and the Palestinian territories. EPA/Lior Mizrahi / POOL +++(c) dpa - Bildfunk+++
Joachim Gauck und Benjamin Netanyahu TreffenFoto: picture alliance / dpa

Na visita de quase três dias a Israel que termina nesta quinta-feira (31/05), o presidente alemão apelou para que os israelenses retomem o processo de paz com os palestinos através de um "sinal" na política de assentamentos. Ao mesmo tempo em que enfatizou o compromisso da Alemanha em relação a Israel, sugeriu que uma solidariedade irrestrita pode se mostrar problemática.

No segundo dia de sua passagem por Israel, o presidente alemão, Joachim Gauck, visitou, entre outros, o Instituto Weizmann, entidade de pesquisa científica próxima a Tel Aviv. Lá, Gauck se encontrou com pesquisadores alemães e israelenses e insinuou que ambos os povos devem olhar para adiante, para impedir que as relações entre Alemanha e Israel se resumam a uma "cultura de preocupação", se referindo indiretamente à responsabilidade dos alemães devido à sua história recente. Ele destacou que, entre os dois países, existe, além do trabalho necessário de superação do passado, "uma longa tradição de cooperação para formar o presente e o futuro."

Divergências com Netanyahu

Em encontro com o chefe de governo israelense, Benjamin Netanyahu, Gauck afirmou que "Alemanha e a Europa agradeceriam por qualquer sinal na política de assentamentos" no território palestino. Netanyahu, porém, rejeitou uma mudança no rumo do governo. Segundo o porta-voz do presidente alemão, Gauck deixou claro para o primeiro-ministro israelense que a crítica alemã à política de assentamentos não é uma ameaça à amizade entre os dois países, mas é parte de um diálogo franco entre as nações.

Gauck colheu aplausos da oposição em Berlim ao comentar uma frase da chanceler federal alemã, Angela Merkel, que afirmou ser a segurança de Israel uma questão de "razão de Estado" para a Alemanha. Na terça-feira, o presidente lembrou que tal posicionamento poderia trazer problemas à Alemanha no caso de um ataque militar de Israel contra o Irã.

Elogios a Gauck

O deputado Verde alemão Jerzy Montag afirmou em Jerusalém que Gauck fez uma declaração que ele vê como correta. Segundo o político, a afirmação de Merkel pressupõe um apoio automático aos israelenses no caso de um ataque ao Irã. "A questão do apoio em caso de guerra só pode ser respondida em situações específicas", lembrou. O presidente da Sociedade Israel-Alemanha, o social-democrata Reinhold Robbe, também elogiou as declarações de Gauck.

O porta-voz de Gauck, Andreas Schulze, entretanto, negou que o presidente alemão tenha criticado diretamente a política de Merkel para Israel. O ex-embaixador israelense na Alemanha, Avi Primor, elogiou a disposição de Gauck de criticar Israel abertamente. "Essas inibições que os alemães têm de falar abertamente conosco e nos dizer o que pensam, mesmo que sejam críticas, não são boas para a amizade", disse Primor em entrevista a uma rádio alemã. "O presidente Gauck encontrou o tom certo."

MD/afp/dpa/kna
Revisão: Carlos Albuquerque

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