Candidato republicano à presidência dos Estados Unidos reúne-se com presidente mexicano e diz que muro na fronteira comum ajudará a conter a imigração ilegal. Peña Nieto afirma que México não arcará com obra.
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O candidato do Partido Republicano à Casa Branca, Donald Trump, manifestou nesta quarta-feira (31/08) seu "grande respeito" pelo povo do México, mas reiterou ao presidente do país, Enrique Peña Nieto, a necessidade de se construir um muro na fronteira comum para conter a imigração ilegal.
Em pronunciamento à imprensa na residência presidencial na Cidade do México, após uma reunião particular com Peña Nieto nesta quarta-feira, Trump disse ter insistido na construção de um muro de 3.200 quilômetros, mas que os dois políticos não chegaram a discutir quem pagaria por ele.
"Discutimos sobre o muro, não discutimos o financiamento do muro, ficará para depois. Esse foi um encontro preliminar, foi um excelente encontro", afirmou o magnata americano.
Mais tarde, porém, o porta-voz do governo mexicano, Eduardo Sanchez, disse à agência de notícias Reuters que o pagamento foi, sim, discutido durante a reunião, e que Peña Nieto negou que financiaria tal construção. Trump, anteriormente, chegou a dizer que faria o México pagar pela obra.
O candidato republicano mudou o tom de discursos anteriores – nos quais chegou a chamar de "estupradores" e "criminosos" os imigrantes ilegais que chegam do México – e disse sentir "um grande respeito pelos mexicano-americanos". "São pessoas sem reprovações, extraordinários trabalhadores e os respeito muito", disse, além de elogiar "seu amor pela família, por sua fé e pela comunidade".
Por sua vez, o presidente mexicano reiterou que os migrantes mexicanos são "honestos e trabalhadores" e, por isso, "merecem o respeito de todos". "A comunidade mexicana nos Estados Unidos contribui todos os dias com seu talento e trabalho para a prosperidade desse país", disse Peña Nieto, acrescentando que seu dever é defender os mexicanos onde quer que eles estejam.
Trump observou que os EUA e o México compartilham de "interesses comuns no que diz respeito à segurança, prosperidade e liberdade" e voltou a falar sobre a necessidade de desmantelar os cartéis de drogas e conter a imigração ilegal, incluindo a procedente da América Central.
O candidato alegou que essas atividades "colocam em risco as finanças e a segurança" de seu país, além de serem "um desastre em matéria humanitária", citando ainda "as perigosas travessias que são feitas pelos imigrantes" e os abusos constantes que eles sofrem para chegar aos Estados Unidos.
O presidente do México reconheceu que a imigração ilegal continua sendo um dos desafios da segurança nas fronteiras, citando, por exemplo, os "não mexicanos" que cruzam para o norte, em referência a cidadãos de países da América Central e outras regiões.
Sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), Trump ressaltou perante Peña Nieto a necessidade de que ele seja revisado para "impedir a queda do emprego" em ambos os países.
"Os trabalhadores de nossas duas nações precisam de maneira desesperada de um aumento salarial. Temos que melhorar o mercado de trabalho trabalhando juntos", afirmou o empresário. O líder mexicano se mostrou aberto a revisar o tratado e "superar os mal-entendidos".
EK/efe/afp/rtr
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
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A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
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Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
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Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
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Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
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Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.