Embaixadas ucranianas recebem pacotes com olhos de animais
2 de dezembro de 2022
Depois de a Espanha registrar seis cartas-bomba enviadas a órgãos e autoridades nas últimas semanas, embaixadas e consulados da Ucrânia em pelo menos seis países europeus receberam embalagens com sangue e órgãos.
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Embaixadas e consulados da Ucrânia em pelo menos seis países da Europa receberam, nos últimos dias, pacotes contendo sangue e olhos de animais, informou nesta sexta-feira (02/12) um oficial do governo ucraniano.
O relato foi divulgado dois dias após a embaixada da Ucrânia na Espanha, em Madri, ter um funcionário ferido devido a uma carta-bomba que era endereçada ao chefe da missão diplomática.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko, escreveu no Facebook que as "embalagens sangrentas" foram recebidas pelos embaixadores ucranianos na Hungria, Holanda, Polônia, Croácia e Itália, assim como pelos consulados em Nápoles, na Itália; Cracóvia, na Polônia; e na cidade de Brno, na República Tcheca.
Nikolenko também afirmou que "estamos estudando o significado dessa mensagem".
Além disso, a área de acesso para ingresso na residência do embaixador ucraniano no Vaticano foi vandalizada, e a embaixada da Ucrânia no Cazaquistão teria sido alertada sobre um suposto ataque com uma mina.
Devido a esses episódios, todas as embaixadas e consulados ucranianos intensificaram as medidas de segurança.
Citando o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, o porta-voz disse que "temos razões para acreditar que está ocorrendo uma campanha de terror e intimidação contra as embaixadas ucranianas e consulados''.
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Casos de cartas-bomba
Nesta quinta-feira, na capital espanhola, autoridades locais revelaram que uma correspondência contendo material inflamável foi descoberta na embaixada dos Estados Unidos. Uma ampla área foi isolada pela polícia ao redor do prédio da representação diplomática americana, localizado no centro de Madri. O dispositivo foi detonado de forma controlada.
Outros pacotes foram descobertos no Ministério da Defesa da Espanha, em um centro de satélites da União Europeia (UE), localizado em uma base aérea, e em uma fábrica de armamentos que produz lançadores de granadas destinados à Ucrânia.
No dia 24 de novembro, uma correspondência havia sido enviada para o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez. As autoridades afirmaram que o dispositivo, semelhante aos demais, foi despachado por correio regular, mas desarmado por um esquadrão antibomba.
A carta que feriu levemente um funcionário da embaixada da Ucrânia foi a única que produziu chamas por meio do material que continha. Todas as outras foram desarmadas. A correspondência era endereçada ao embaixador ucraniano, Serhii Pohoreltsev.
De acordo com o secretário de Segurança do Estado do Ministério do Interior da Espanha, Rafael Perez, os dispositivos eram de fabricação caseira e foram enviados em embalagens pardas, contendo um pó inflamável e um barbante que prontamente geraria chamas, em vez de uma explosão.
gb/md (AP, Reuters)
Ataques da Rússia a alvos civis na Ucrânia
Vladimir Putin nega que o exército russo esteja atacando alvos civis na guerra na Ucrânia. Mas os fatos o contradizem, como mostra esta galeria de fotos, que nem de longe abrange todos os ataques russos.
Foto: Maksim Levin/REUTERS
Mais de 5.500 civis mortos
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou no fim de junho: "O exército russo não está atacando alvos civis". Observadores independentes discordam: de acordo com dados da ONU, mais de 5.500 civis morreram na Ucrânia desde o início da guerra e mais de 7.800 ficaram feridos como resultado de ataques russos. Na foto, um centro comercial destruído em Kremenchuk, 27/06/2022.
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Chaplyne: 25 mortos em bombardeio
Uma enorme cratera em Chaplyne. A pequena cidade no leste da Ucrânia, com cerca de 3.800 habitantes, foi alvo de um ataque russo em 24 de agosto, como admitiu mais tarde o Ministério da Defesa em Moscou. O alvo foi um trem de transporte de armas, mas o ataque também atingiu civis. Segundo a companhia ferroviária ucraniana, 25 foram mortos, incluindo duas crianças.
Foto: Dmytro Smolienko/Ukrinform/IMAGO
Vinnytsia: 28 vítimas em ataque com foguete
Em 14 de julho, o exército russo atingiu com um míssil a Casa dos Oficiais de Vinnytsia, onde teria ocorrido "uma reunião da liderança militar das Forças Armadas ucranianas e fornecedores estrangeiros de armas". Entre os 28 mortos, estavam três crianças e três oficiais, além de mais de 100 feridos. Vinnytsia se localiza a sudoeste de Kiev.
Foto: State Emergency Service of Ukraine/REUTERS
Chasiv Yar: 48 mortos em bombardeio
Na noite de 9 de julho, a pequena cidade de Chasiv Yar, no leste da Ucrânia, foi bombardeada. Segundo a mídia, os lançadores de foguetes múltiplos Uragan foram disparados em áreas residenciais. Um edifício residencial de cinco andares foi duramente atingido, e 48 corpos foram resgatados de seus escombros.
Foto: Nariman El-Mofty/AP/dpa/picture alliance
Serhiyivka: 21 mortos em ataque com mísseis de cruzeiro
Um ataque a Serhiyivka em 1º de julho custou pelo menos 21 vidas. O porto perto de Odessa aparentemente foi atingido por mísseis de cruzeiro durante a noite, como a Anistia Internacional informou após investigações no local. Pelo menos 35 ficaram feridos nos ataques. Por ser um resort de saúde, Serhiyivka é particularmente popular entre os turistas russos.
Foto: Maxim Penko/AP/picture alliance
Kramatorsk: 61 mortos na estação de trem
Imagens terríveis de Kramatorsk deram a volta ao mundo em 8 de abril: vários mísseis submarinos russos 9K79-1 Tochka atingiram a estação ferroviária da cidade no leste da Ucrânia, enquanto passageiros esperavam pelo trem. 61 foram mortos, incluindo sete crianças. Cientistas de balística determinaram que os mísseis haviam sido disparados da área da Ucrânia controlada pelos russos.
Foto: Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy's Telegram channel/dpa/picture alliance
Bucha: encontrados 1.316 corpos
Bucha tornou-se sinônimo das ações brutais do Exército russo: depois que as tropas inimigas partiram, em 30 de março, vários corpos jaziam na rua Jablunska. No total, foram encontrados 1.316 corpos em Bucha e arredores. Embora a Rússia tenha negado quaisquer massacres, verificadores de fatos internacionais e equipes de investigação confirmaram execuções de civis por soldados russos.
Foto: Zohra Bensemra/Reuters
Mykolaiv: 36 mortos em ataque à administração regional
Em 29 de março, um ataque aéreo atingiu o prédio da administração regional de Mykolaiv. A parte central do edifício foi completamente destruída, do primeiro ao nono andar, restando apenas um esqueleto do prédio. A explosão também danificou vários edifícios residenciais e administrativos próximos, causando a morte de 36 cidadãos.
Em 16 de março, uma bomba destruiu o teatro no centro de Mariupol. De acordo com a Human Rights Watch, mais de 500 civis estavam se abrigando dos ataques no prédio na época. A palavra "Crianças" escrita em enormes letras brancas na frente e atrás do prédio não serviu como escudo. Segundo a prefeitura, 300 morreram.
Foto: Pavel Klimov/REUTERS
Mariupol: quatro mortos em ataque a clínica
Um ataque aéreo russo em 9 de março destruiu o hospital infantil e a maternidade de Mariupol. Houve menos quatro mortes, incluindo uma grávida e seu bebê, 17 ficaram feridos. Enquanto o Ministério da Defesa russo falou de uma "provocação encenada", o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, chamou o atentado de "crime de guerra".
Foto: Evgeniy Maloletka/AP/picture alliance
Charkiv: foguete mata 24 pessoas
Um vídeo de vigilância divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia mostrou um foguete atingindo o prédio da Administração Estatal Regional de Kharkiv em 1º de março, causando 24 mortes, inclusive de transeuntes.
Foto: Pavel Dorogoy/AP/picture alliance
Inquérito do Tribunal Penal Internacional
As autoridades ucranianas relatam mais de 29 mil crimes de guerra, do início do conflito, em 24 de fevereiro de 2022, até 26 de agosto. Investigações independentes prosseguem. O Tribunal Penal Internacional enviou equipes para coletar informações. De acordo com as Convenções de Genebra, ataques deliberados a civis são crimes de guerra. No entanto, a Rússia não reconhece a corte sediada em Haia.