Embraer paga US$ 206 milhões para encerrar caso de corrupção
24 de outubro de 2016
Empresa admite ter pago propina para garantir contratos no exterior e faz acordo milionário com autoridades brasileiras e americanas para encerrar investigação. No Brasil, multa é de 64 milhões de reais.
Anúncio
A Embraer anunciou nesta segunda-feira (24/10) que pagará uma multa de 206 milhões de dólares a autoridades brasileiras e americanas para encerrar as acusações envolvendo corrupção em negócios fechados pela empresa na República Dominicana, na Arábia Saudita, em Moçambique e na Índia.
O valor é um pouco superior ao previsto pela Embraer, que em julho havia se disponibilizado a pagar 200 milhões de dólares. Além da multa, a fabricante brasileira terá de contratar monitoramento externo e independente, por até três anos, para acompanhar o cumprimento de normas de compliance (medidas anticorrupção).
"Uma vez cumpridas as disposições acordadas, no prazo determinado, nenhuma acusação contra a empresa será formalizada", explicou a Embraer em comunicado.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que investiga a empresa desde 2010, encontrou evidências de irregularidades em quatro transações realizadas pela companhia entre 2007 e 2011, envolvendo a comercialização de 16 aeronaves. A Embraer reconheceu essas irregularidades.
"A Embraer pagou milhões de dólares em propinas para vencer contratos governamentais de aeronaves em três continentes", afirmou o chefe da divisão criminal do Departamento de Justiça, Leslie Caldwell. A empresa foi investigada nos EUA porque suas ações são negociadas na bolsa de valores de Nova York.
No Brasil, as investigações foram comandadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Ministério Público Federal (MPF). O acordo com as autoridades brasileiras envolve o pagamento de 64 milhões de reais, afirmou a CVM. O valor será descontado dos 206 milhões de dólares do acerto com as autoridades americanas.
De acordo com a comissão, a Embraer admitiu ter pago propinas de 5,97 milhões de dólares a funcionários públicos da República Dominicana, de Moçambique e da Arábia Saudita, em três contratos de compra e venda de aeronaves de sua fabricação, celebrados em 2007, 2008 e 2010, respectivamente.
Em Moçambique, a fabricante brasileira pagou 800 mil dólares para um representante de alto escalão da empresa aérea LAM para garantir um contrato de 65 milhões de dólares de venda de dois jatos comerciais E-170, em 2008. A LAM é controlada pelo governo moçambicano.
Na Índia, a companhia reconheceu ter contratado um representante comercial para atuar na venda de aviões militares ao país, o que é proibido pelas leis indianas. Para ocultar a irregularidade, foi firmado um "contrato ideologicamente falso", afirmou a CVM.
Em comunicado, a fabricante declarou que sempre tratou o assunto com seriedade e colaborou com as investigações. "A Embraer reconhece responsabilidade pelos atos de seus funcionários e agentes, conforme os fatos apurados. A empresa lamenta profundamente o ocorrido", diz a nota.
EK/afp/lusa/rtr/ots
Os 100 anos da Boeing
A história da Boeing começou num galpão para navios junto ao lago Union, em Seattle, nos EUA. William Böing, filho de imigrantes alemães, inicialmente queria construir um iate, mas descobriu sua paixão por aviões.
Foto: picture alliance/ZUMA Press/L. Faerberg
O começo
O legendário "Red Barn", junto ao lago Union, foi o galpão de embarcações que serviu de hangar para a sede da Pacific Aero Products Company, fundada em 15 de julho de 1916. Um ano mais tarde, a empresa seria rebatizada em Boeing Airplane Company.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
O fundador
Em 1868, o alemão Wilhelm Böing von Hohenlimburg emigrou de Hagen, na Alemanha, para os Estados Unidos, onde trabalhou como negociante de madeira. Seu filho, Wilhelm Eduard Böing (chamado nos EUA de William Edward Boeing), na foto, estudou em escolas particulares e na Universidade de Yale. O nome alemão Böing foi transformado em Boeing.
Foto: gemeinfrei
Hidroaviões foram os primeiros
A Boeing começou montando hidroaviões. Com o ingresso dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, a empresa recebeu uma encomenda de 50 unidades. Depois da guerra, teve de se reorientar, fabricando várias coisas. Além do transporte de passageiros e de carga, assumiu também o transporte de correspondências.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Serviço de correio
A primeira viagem aérea internacional de serviço de correio ocorreu em março de 1919. Bill Boeing (à esquerda) e Eddie Hubbard voaram de Seattle a Vancouver, no Canadá.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Transporte de passageiros
Em 1927 foi criada a Boeing Air Transport. O primeiro avião de transporte de passageiros da Boeing foi o modelo 80-A1, cujo voo inaugural aconteceu em 27 de julho de 1928.
Foto: picture-alliance/akg-images
Modernidade na década de 1930
Um Boeing 247D sobrevoa Nova York. O bimotor construído todo em metal chegou ao mercado nos anos de 1930 e é considerado o primeiro avião da era moderna. Nesta década, William Boeing deixou de trabalhar ativamente na empresa. Ele continuou prestando apenas assessoria para a Boeing.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Bombardeiro de Hiroshima
O Boeing B-29 Superfortress, batizado Enola Gay e usado para lançar a bomba nuclear sobre Hiroshima na Segunda Guerra Mundial, foi restaurado e pode ser visto no Smithsonian National Air and Space Museum, em Washington.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Thew
Boeing 707, a nova era
O 707 foi o início de uma nova era no transporte aéreo de passageiros e marcou o começo do domínio da Boeing na aviação comercial. Na foto, a apresentação do primeiro 707, em maio de 1954.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Lançamento do 747, o Jumbo Jet
O Boeing 747 foi lançado em 1968. Os então presidentes da Boeing, Bill Allen, e da Pan Am, Juan Trippe (à esq.) selaram o acordo de venda de aviões para a Pan Am durante uma pescaria. O quadrimotor ficou famoso não só pela tecnologia inovadora para a época, mas também seu glamour. Em seu interior, o serviço de coquetel e, às vezes, até mesmo um piano prometiam uma viagem elegante e relaxante.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Dreamliner, o futuro
A Boeing foi a primeira fabricante a usar fibras de carbono em vez de alumínio na fuselagem do avião. Mas esta inovação custou dinheiro e tempo: o primeiro exemplar deste jato de alta tecnologia foi entregue em 2011, com três anos de atraso.