Emirados Árabes lançam sua primeira missão espacial a Marte
20 de julho de 2020
Sonda Al-Amal deve chegar à órbita do planeta vermelho em fevereiro. Objetivo é fornecer uma imagem completa e inédita da dinâmica da atmosfera marciana. País pretende estabelecer uma colônia humana em Marte até 2117.
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A primeira missão interplanetária dos Emirados Árabes Unidos foi lançada nesta segunda-feira (20/07). A sonda não tripulada Al-Amal decolou do centro espacial de Tanegashima, no sul do Japão, após dois adiamentos devido ao mau tempo. A viagem deve levar sete meses e é parte do projeto do país para desenvolver sua capacidade científica e tecnológica.
Al Amal, que significa esperança em português, decolou a bordo de um foguete H-IIA da empresa japonesa Mitsubishi Heavy Industries, às 6h58 (horário do Japão, 18h58 de domingo no horário de Brasília). Cinco minutos após a partida, o foguete liberou os primeiros propulsores e seguiu a trajetória prevista com sucesso.
A sonda deve começar a orbitar Marte em fevereiro de 2021, ano em que se comemoram os 50 anos da unificação dos sete principados que compõem os Emirados Árabes Unidos.
"[A missão] envia uma mensagem muito forte aos jovens árabes de que, se os Emirados Árabes Unidos conseguirem chegar a Marte em menos de 50 anos [desde a unificação], poderiam fazer muito mais", disse Omran Sharaf, diretor da missão.
O objetivo é que a Al-Amal, também chamada no ocidente de Hope, orbite o planeta vermelho durante um ano marciano, o equivalente a 687 dias terrestres, fornecendo uma imagem completa e inédita da dinâmica do tempo na atmosfera de Marte.
De acordo Sharaf, em setembro do ano que vem, Al-Amal começará a transmitir dados atmosféricos de Marte, que serão disponibilizados à comunidade científica internacional. Outras duas missões não tripuladas, uma chinesa e uma americana, também devem partir em breve rumo ao planeta vermelho.
"Os Emirados Árabes Unidos agora são membros do clube e queremos aprender mais, nos envolver mais e continuar desenvolvendo nosso programa de exploração espacial'', disse o chefe da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed al-Ahbabi.
Conhecidos pelas imensas reservas de petróleo e gás natural, pelos arranha-céus e pelo gosto pelo luxo, os Emirados Árabes Unidos ambicionam se tornar um ator importante no campo da ciência e da tecnologia e estabeleceram a meta de construir uma colônia humana em Marte até 2117.
Recém-chegado à corrida espacial, o país já colocou em órbita três satélites de observação da Terra – dois deles desenvolvidos pela Coreia do Sul e lançados pela Rússia e um terceiro, próprio, lançado pelo Japão. Uma missão bem-sucedida a Marte pode marcar um imenso salto na trajetória espacial do país, que há menos de um ano enviou o primeiro astronauta ao espaço. Em setembro de 2019, Hazzaa Ali Almansoori passou mais de uma semana na Estação Espacial Internacional.
Como ainda é novato na área, para sua primeira missão a Marte, o país optou por trabalhar em conjunto com parceiros. "Desenvolver uma espaçonave não é fácil, mesmo que haja amplo financiamento'', disse Junya Terazono, astrônoma da Universidade de Aizu, no Japão.
Os cientistas árabes trabalharam com pesquisadores da Universidade do Colorado, em Boulder, a Universidade da Califórnia, em Berkeley, e da Universidade do Arizona. A sonda foi montada em Boulder e transportada para o Japão.
A parceria é importante para os três países, já que tanto Estados Unidos quanto Japão desejam estreitar os laços com a rica e politicamente estável nação do Oriente Médio. A sonda Al-Amal, juntamente com seu lançamento, custou em torno de 200 milhões de dólares. Os custos de operação em Marte ainda não foram divulgados.
A Al-Amal tem o tamanho de um carro pequeno, pesa 1.350 quilos e carrega três instrumentos para estudar a atmosfera superior e monitorar as mudanças climáticas de Marte. Ela deve acompanhar a sonda Maven, da Nasa, enviada a Marte em 2014 para estudar como o planeta passou de um mundo quente e úmido que pode ter abrigado vida microbiana durante seus primeiros bilhões de anos para o lugar frio e árido que é hoje.
Em 1969, Neil Armstrong se tornava o primeiro homem a pisar na Lua. Um passo incrível. Ainda hoje, o satélite terrestre nos fascina – especialmente quando vemos fotos tiradas na época da histórica missão espacial.
Foto: NASA
"Um pequeno passo para um homem"
Primeiros passos na Lua. Ao pisar na superfície lunar, em 20 de julho de 1969, o americano Neil Armstrong disse uma das frases mais famosas de todos os tempos: "Este é um pequeno passo para [um] homem, mas um grande salto para a humanidade." Ainda hoje se discute como e quando o astronauta chegou a essa frase, e se ao dizê-la ele esqueceu o artigo "um". Existem até mesmo estudos sobre isso.
Foto: NASA
A partida
Da sala de controle do Centro Espacial Kennedy (KSC), o diretor do programa Apollo, Samuel C. Phillips, supervisiona as atividades antes da partida, em 16 de julho de 1969. Apollo 11, a primeira missão de pouso lunar, foi lançada com o foguete Saturno 5. A bordo da espaçonave estavam Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.
Foto: NASA
TV espacial
Estas três pessoas estavam entre os milhares de curiosos que acamparam em praias e estradas próximas ao Centro Espacial Kennedy, a estação de lançamento da Nasa, no Cabo Canaveral, na Flórida, para acompanhar de perto a partida da Apollo 11. Cerca de um milhão de pessoas foram ao local ver de perto o voo espacial histórico.
Foto: NASA/Kennedy Space Center
Luzes, câmera, ação, decolar!
Mas não apenas milhares de entusiastas estavam presentes, também milhares de repórteres cobriram a partida da missão Apollo 11. Um total de 3.497 jornalistas foi oficialmente credenciado para o acontecimento, e todos se amontoaram na área de imprensa do Centro Espacial Kennedy. Em 16 de julho de 1969, o Saturno 5 decolou.
Foto: NASA
Trabalho em equipe
Um dos tripulantes não pôde pisar na Lua e teve que ficar em órbita. Michael Collins (centro) disse em 2009: "Eu me senti parte do que aconteceu na Lua. Sei que eu seria um mentiroso ou um idiota se dissesse que ocupei o melhor dos três assentos [da Apollo 11], mas posso dizer honestamente que estou satisfeito com o que fiz."
Foto: NASA/Kennedy Space Center
"A águia pousou!", mas...
Às 20h17min58s (UTC) de 20 de julho de 1969, Neil Armstrong fez uma transmissão concisa: "A águia aterrissou!" Mas demorou um pouco até os dois astronautas realmente pisarem na Lua. Primeiro, o voo de retorno tinha que ser preparado. Finalmente, no dia 21 de julho, às 2h56min20s (UTC), chegou o grande momento: Neil Armstrong pisou na superfície lunar.
Esta foto foi tirada por Michael Collins em 21 de julho. O módulo lunar Eagle pode ser visto em seu retorno da Lua; atrás dele, vê-se a superfície lunar e, em seu horizonte, a Terra. Enquanto Armstrong e Aldrin foram os primeiros humanos a pisar na Lua, Collins manteve seu posto no módulo de comando Columbia e ficou à espera em órbita lunar.
Foto: NASA
Amostra n° 10.003
Durante o passeio exploratório de mais de duas horas fora do Eagle, Armstrong e Aldrin coletaram 21,5 quilos de material lunar. Esta pequena rocha é parte dele. A foto foi tirada em 27 de julho, após o retorno à Terra. Durante os seis desembarques lunares, os astronautas coletaram 2.415 amostras, totalizando quase 400 quilos. Elas estão todas listadas no "Catálogo de amostras e fotos lunares".
Foto: NASA/AccuSoft Inc.
Curiosidades astrais
Mas os astronautas deixaram para trás todo tipo de coisa. Este broche de Neil Armstrong ainda é um dos itens mais emblemáticos. O ramo de oliveira de 15 centímetros de comprimento representa a paz. Futuros visitantes também poderão se deparar com bolas de golfe, uma foto de família junto a uma câmera, obras de Andy Warhol ou uma pena de falcão. E cuidado com os excrementos dos astronautas.
Foto: NASA/Johnson Space Center
De volta à Terra
Às 16h50 (UTC) de 24 de julho, a tripulação desembarcou no Pacífico, a 21 quilômetros do porta-aviões USS Hornet e a 1.480 quilômetros a sudoeste do Havaí. Na chegada, os astronautas tiveram que preencher um formulário da alfândega, declarando as rochas lunares. Indagados se eles poderiam ter trazido agentes patógenos, eles responderam: "A ser determinado." E assim foram primeiro para quarentena.
Foto: NASA/Johnson Space Center
Estrelas não apenas em trajes espaciais
Nesta foto, os astronautas da missão Apollo 11 não usam trajes espaciais, mas sombreiros e ponchos. Uma turnê os levou para 24 países e 27 cidades em 45 dias. Os Estados Unidos queriam enfatizar sua disposição de compartilhar seu conhecimento espacial. Os astronautas foram celebrados como estrelas, como aqui, na Cidade do México, em 23 de setembro de 1969.