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Emirados Árabes reabrem embaixada na Síria

27 de dezembro de 2018

Reaproximação diplomática é encarada como vitória para o ditador Bashar al-Assad. Emirados haviam retirado embaixador do país após início da guerra civil.

Syrien - Botschaft der Vereinigten Arabischen Emirate in Damaskus
Emirados Árabes Unidos haviam fechado sua embaixada na Síria em 2012 Foto: Reuters/O. Sanadiki

O Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos (EAU) anunciou nesta quinta-feira (27/12) a reabertura de sua embaixada na Síria, que estava fechada desde 2011, quando começou a guerra civil. O gesto é encarado como uma vitória diplomática para o ditador sírio, Bashar al-Assad.

Segundo um comunicado oficial do ministério dos EAU, a reabertura da embaixada é uma medida que tem como objetivo restabelecer as relações diplomáticas entre "dois países irmãos".

"Este passo reafirma a disposição do governo dos EAU para restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países em seu curso normal, para fortalecer e ativar o papel árabe no apoio da independência, da soberania e da integridade da República Árabe da Síria e na prevenção das ingerências regionais nos assuntos árabes sírios", expressou o ministério emiratense na nota.

Após a reabertura da embaixada, o encarregado de negócios dos Emirados em Damasco começará imediatamente as suas funções, acrescentou o ministério no texto.

Os Emirados são o primeiro país árabe que anuncia a reabertura de sua embaixada em Damasco, depois que a maioria dos países da região fecharam suas respectivas missões diplomáticas em Damasco nos meses posteriores ao início do conflito, em 2011.

Em fevereiro de 2012, os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), dos quais os Emirados Árabes Unidos fazem parte, anunciaram a retirada de seus embaixadores de Damasco, denunciando em comunicado conjunto o "massacre coletivo" cometido pelo governo sírio .

A reabertura da embaixada dos Emirados acontece depois de outros movimentos de aproximação diplomática realizados por outros países árabes, como o Sudão, e da Liga Árabe, organização da qual a Síria está suspensa desde novembro de 2011.

O presidente do Sudão, Omar al Bashir, visitou Damasco em 15 de dezembro e se reuniu com Bashar al Assad em uma visita não anunciada, a primeira de um líder árabe ao país em guerra.

A Liga Árabe estudará a possibilidade de readmitir a Síria na próxima cúpula da organização, que acontecerá em 20 de janeiro em Beirute.

"Queremos a volta da Síria à Liga Árabe. A ausência da Síria causou prejuízo à questão palestina", disse na semana passada o embaixador permanente do Sudão na organização pan-arabista, Abdelmahmod Abdelhalim.

A reaproximação também ocorre em um momento em que o poder de Bashar al-Assad, apoiado por seus dois aliados, Irã e Rússia, recuperou o controle de quase dois terços do país dividido pelo conflito e multiplicou suas vitórias contra os rebeldes e os jihadistas.

JPS/efe/afp

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