Estudo divulgado na 24ª Conferência do Clima da ONU indica aumento de 2,7% nas emissões totais deste ano em relação a 2017, impulsionadas pelo uso de carvão e por veículos movidos a combustíveis fósseis.
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As emissões de dióxido de carbono deverão alcançar níveis recordes em 2018, aponta um estudo divulgado nesta quarta-feira (05/12) durante a 24ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-24), realizada na Polônia. Este será o segundo ano seguido de aumento, após uma estagnação relativa entre 2014 e 2016.
De acordo com o estudo, divulgado pelo Global Carbon Project, as emissões globais de combustíveis fósseis deverão resultar em 37,1 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera em 2018, o que representa um aumento de 2,7% em relação a 2017. De 206 para 2017, o aumento havia sido de 1,6% de 2016 para 2017.
Tal salto, diz a pesquisa, se deve principalmente ao amplo uso do carvão como fonte de energia e a um aumento do número de automóveis e caminhões que utilizam combustíveis derivados de petróleo circulando pelas ruas.
"Quase todos os países estão contribuindo para esse aumento, seja por aumentarem as próprias emissões ou por reduzi-las menos que o esperado", afirmou a pesquisadora Corinne Le Quere da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.
Os cientistas alertam que os objetivos acertados por mais de 190 países no Acordo de Paris, alcançado na Conferência do Clima de Paris de 2015, são agora impossíveis de serem atingidos.
O Acordo de Paris estipula que os países signatários devem trabalhar para limitar o aquecimento global a 2º C em relação aos níveis da era pré-industrial, mas o mundo estaria agora ameaçado por um aumento de 3º C até o final do século, segundo o estudo. Esse percentual vai muito além do que os cientistas já consideram catastrófico.
Na semana passada, a Organização Meteorológica Mundial também alertou que o mundo caminha para um aumento de entre 3ºC e 5ºC da temperatura média global.
O relatório do Global Carbon Project relaciona como os dez maiores poluidores: China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Irã, Arábia Saudita, Coreia do Sul e Canadá. O aumento mais acentuado das emissões foi observado na China.
Por outro lado, o estudo avalia que nas últimas décadas, países como EUA, Reino Unido, França e outras 16 nações conseguiram reduzir suas emissões. Ao mesmo tempo, o preço da geração de eletricidade por meio de fontes renováveis caiu.
Le Quere vê razoes para otimismo nos EUA, apesar de o presidente americano, Donald Trump, retirar seu país do Acordo de Paris.
"O setor de negócios nos EUA é muito criativo. Várias localidades já despertaram para o fato de que as tecnologias renováveis possuem mercado próprio, e muitos estados e cidades americanas realizam esforços por conta própria. As emissões nos EUA estão atualmente diminuindo, devido, principalmente, à grande redução da utilização do carvão desde 2005", afirmou a cientista.
O estudo exalta o aumento de 15% nos esforços globais para utilizar energias renováveis nos últimos dez anos, mas ressalta que os governos devem trabalhar mais para expandir as usinas de modo a reverter uma crise internacional o mais rápido possível.
RC/dpa/dw
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Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.