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Emissões de CO2 devem bater recorde em 2018

6 de dezembro de 2018

Estudo divulgado na 24ª Conferência do Clima da ONU indica aumento de 2,7% nas emissões totais deste ano em relação a 2017, impulsionadas pelo uso de carvão e por veículos movidos a combustíveis fósseis.

Escapamento emite fumaça
Um dos fatores para o aumento das emissões de CO2 é a maior quantidade de carros e caminhões circulandoFoto: picture-alliance/Joker/A. Stein

As emissões de dióxido de carbono deverão alcançar níveis recordes em 2018, aponta um estudo divulgado nesta quarta-feira (05/12) durante a 24ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-24), realizada na Polônia. Este será o segundo ano seguido de aumento, após uma estagnação relativa entre 2014 e 2016.

De acordo com o estudo, divulgado pelo Global Carbon Project, as emissões globais de combustíveis fósseis deverão resultar em 37,1 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera em 2018, o que representa um aumento de 2,7% em relação a 2017. De 206 para 2017, o aumento havia sido de 1,6% de 2016 para 2017.

Tal salto, diz a pesquisa, se deve principalmente ao amplo uso do carvão como fonte de energia e a um aumento do número de automóveis e caminhões que utilizam combustíveis derivados de petróleo circulando pelas ruas.

"Quase todos os países estão contribuindo para esse aumento, seja por aumentarem as próprias emissões ou por reduzi-las menos que o esperado", afirmou a pesquisadora Corinne Le Quere da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.

Os cientistas alertam que os objetivos acertados por mais de 190 países no Acordo de Paris, alcançado na Conferência do Clima de Paris de 2015, são agora impossíveis de serem atingidos.

O Acordo de Paris estipula que os países signatários devem trabalhar para limitar o aquecimento global a 2º C em relação aos níveis da era pré-industrial, mas o mundo estaria agora ameaçado por um aumento de 3º C até o final do século, segundo o estudo. Esse percentual vai muito além do que os cientistas já consideram catastrófico.

Na semana passada, a Organização Meteorológica Mundial também alertou que o mundo caminha para um aumento de entre 3ºC e 5ºC da temperatura média global.

O relatório do Global Carbon Project relaciona como os dez maiores poluidores: China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Irã, Arábia Saudita, Coreia do Sul e Canadá. O aumento mais acentuado das emissões foi observado na China.

Por outro lado, o estudo avalia que nas últimas décadas, países como EUA, Reino Unido, França e outras 16 nações conseguiram reduzir suas emissões. Ao mesmo tempo, o preço da geração de eletricidade por meio de fontes renováveis caiu.

Le Quere vê razoes para otimismo nos EUA, apesar de o presidente americano, Donald Trump, retirar seu país do Acordo de Paris.

"O setor de negócios nos EUA é muito criativo. Várias localidades já despertaram para o fato de que as tecnologias renováveis possuem mercado próprio, e muitos estados e cidades americanas realizam esforços por conta própria. As emissões nos EUA estão atualmente diminuindo, devido, principalmente, à grande redução da utilização do carvão desde 2005", afirmou a cientista.

O estudo exalta o aumento de 15% nos esforços globais para utilizar energias renováveis nos últimos dez anos, mas ressalta que os governos devem trabalhar mais para expandir as usinas de modo a reverter uma crise internacional o mais rápido possível.

RC/dpa/dw

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