Novas imagens de menino de foto símbolo da guerra síria
6 de junho de 2017
Em vídeo publicado por emissora que apoia governo de Assad, Omran Daqneesh aparece pela primeira vez depois de imagem icônica. Foto do menino coberto de poeira e sangue após bombardeio em Aleppo rodou o mundo.
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Quase dez meses depois de aparecer numa imagem que virou símbolo da guerra na Síria, o menino retirado dos escombros após um bombardeio na cidade de Aleppo reapareceu nesta terça-feira (06/06) num vídeo publicado por uma emissora de televisão que apoia o presidente Bashar al-Assad.
Aparentemente ainda morando em Aleppo, Omran Daqneesh e seu pai afirmam em entrevista que não querem ir embora do país. O pai do menino contou ainda que seu filho está bem de saúde e que cortou o cabelo e mudou o nome de Omran para evitar que ele seja sequestrado. O homem acusou rebeldes de intimidar sua família.
Menino sírio retirado dos escombros
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Não ficou claro se a família foi coagida a participar do vídeo que foi publicado no Facebook. Essa foi a primeira vez que o menino apareceu em público desde que sua fotografia, atordoado e coberto de poeira e sangue, dentro de uma ambulância depois de um ataque aéreo, foi publicada por jornais do mundo inteiro em agosto do ano passado. Seu irmão mais velho morreu devido ao bombardeio.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Valerie Szybala, do Instituto Síria, uma organização de pesquisa independente, disse que provavelmente a família foi forçada a participar do vídeo.
Depois de meses de batalha, o controle de Aleppo foi retomado pelo governo em dezembro do ano passado. Foi a maior vitória do regime de Bashar al-Assad nos seis anos da guerra civil, que já matou mais de 465 mil pessoas.
CN/rtr
Aleppo antes e depois da guerra na Síria
A cidade síria era uma metrópole vibrante e popular entre os turistas, além de ser o centro econômico do país. Hoje, o leste de Aleppo está em ruínas. Imagens mostram os efeitos da guerra civil.
Grande Mesquita de Aleppo (antes)
Em 2010, as insurreições no mundo árabe ainda não haviam chegado à Síria e à famosa Grande Mesquita de Aleppo. Construído no ano 715, o local de culto é considerado um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Grande Mesquita de Aleppo (depois)
A mesquita foi seriamente danificada nos combates em 2013. Do século 11, o minarete foi destruído em 24 de março de 2013. Hoje, a joia histórica lembra mais uma ruína abandonada.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Hamam El Nahasin (antes)
No outono de 2010, visitantes podiam descansar após um longo banho neste hamam – também conhecido como banho turco – localizado na parte antiga da cidade de Aleppo.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Hamam El Nahasin (depois)
Seis anos depois, o hamam não irradia mais tranquilidade e relaxamento, mas sim as consequencias da guerra.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidadela (antes)
A cidadela de Aleppo é uma das maiores e mais antigas fortalezas do mundo. Grande parte dos edifícios data do século 13.
Foto: Reuters/S. Auger
Cidadela (depois)
Grande parte da antiga atração turística foi destruída. Hoje, a edificação se destaca com um ar sombrio na parte velha da cidade.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (antes)
Cercadas por luzes coloridas, pessoas aproveitam o início da noite em cafés localizados na parte antiga da cidade de Aleppo, em 24 de novembro de 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (depois)
Em 13 de dezembro de 2016, a parte antiga da cidade de Aleppo se transformou em ruínas.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Centro comercial Shahba (antes)
Presentes fazem parte da decoração de Natal do shopping Shahba, em dezembro de 2009. O centro comercial de cinco andares foi inaugurado em 2008 e era um dos maiores do país.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Centro comercial Shahba (depois)
"Permanentemente fechado" diz uma mensagem quando alguém digita o nome do shopping no Google. O centro comercial foi seriamente atingido por ataques aéreos em 2014.
Foto: Reuters/A. Ismail
Mercado al-Zarab (antes)
A iluminação da entrada do mercado localizado na parte antiga de Aleppo ainda reluzia em 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Mercado al-Zarab (depois)
Em dezembro de 2016, vê-se a entrada do mercado quase totalmente destruída.