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Empresários condenados a prisão por causa de propina

(ef)23 de julho de 2002

No processo sobre suborno milionário na exportação de 36 tanques Fuchs da Alemanha para a Arábia Saudita, dois ex-diretores da indústria de armamentos Thyssen foram condenados a penas de prisão.

O lobista de armas Karlheinz Schreiber escapou do processo com sua fuga para o CanadáFoto: AP

Os dois foram sentenciados por terem recebido comissões do lobista de armas Karlheinz Schreiber e não terem pago o devido imposto de renda. Jürgen Massmann pegou cinco anos de prisão por sonegação de imposto e fraude e seu co-réu Winfried Haastert, dois anos e quatro meses de prisão. Este foi o primeiro julgamento no escândalo de propinas envolvendo empresários e políticos influentes e doações polpudas do lobista Schreiber à União Democrata-Cristã (CDU) quando Helmut Kohl era chanceler federal da Alemanha e presidia o partido.

Grande parte do dinheiro das doações ilegais foi parar em contas secretas da Suíça, inclusive dois milhões de marcos que o próprio Kohl admitiu ter recebido de doadores que continua mantendo no anonimato. Schreiber escapou da Justiça alemã até agora com a sua fuga para o Canadá. O processo de sua extradição solicitada pela Alemanha ainda não foi concluído. Os dois ex-executivos da Thyssen estavam sendo julgados desde novembro de 2001.

Schreiber não fez revelações relevantes aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que foram ao Canadá exclusivamente para interrogá-lo. A CPI foi criada pelos atuais partidos governistas social-democrata (SPD) e verde para apurar se o governo Kohl tomou decisões políticas influenciado por propina e doações à CDU. O seu recente relatório concluiu que "o governo Kohl era corrupto", mas isso ainda não teve conseqüência judicial.

Danos políticos

Foram as investigações sobre Schreiber que revelaram o envolvimento dos dois empresários condenados e trouxe à tona o escândalo de doações à CDU. Desde o início, estavam também na mira dos investigadores o ex-tesoureiro da CDU Walther Leisler Kiep, o secrtetário de Estado do Ministério da Defesa no governo Kohl, Holger Pfahls, e o filho do legendário político da Baviera Josef Straus, Max Straus. No lastro do escândalo, o ex-chanceler federal alemão Kohl teve que renunciar à presidência de honra do partido.

O sucessor de Kohl na presidência de fato da CDU, Wolfgang Schäuble, foi igualmente obrigado a renunciar por ter recebido do lobista uma doação de 100 mil marcos para a CDU. Com o escândalo, o partido mergulhou na maior crise de sua história e o político que conduziu o processo de reunificação da Alemanha, Kohl, passou a amargar o pior momento político de sua vida.

Comissões milionárias

Max Strauss está sendo investigado há seis anos por suspeita de recebimento de 5,2 milhões de marcos (2,66 milhões de euros) do lobista Schreiber e sonegação do devido imposto. O dinheiro foi da venda de 51 aviões Airbus para a Tailândia e o Canadá.

Holger Pfhals fugiu da Alemanha para escapar da prisão. O ex-secretário de Estado do Ministério da Defesa está sendo processado a revelia por corrupção e sonegação de imposto de renda. Ele é acusado de ter recebido de Schreiber o equivalente a 1,94 milhão de euros para facilitar o fornecimento dos tanques para a Arábia Saudita.

Como a Thyssen tinha problemas de fornecimento, Pfhals conseguiu que o Exército alemão emprestasse tanques do seu próprio arsenal. Existe uma polêmica de que o exame de um mandado de prisão do Ministério Público de Munique, em abril de 1999, teria facilitado a fuga dele para Taiwan.

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