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EconomiaJapão

Empresa de fraldas japonesa muda foco para público adulto

27 de março de 2024

Queda da demanda de fraldas para bebês por conta do envelhecimento da população no Japão faz companhia mudar estratégia de mercado e abandonar produção infantil.

Idoso caminhando por rua em Tóquio
Idosos com 65 ou mais representa 29% de toda a população japonesaFoto: David Mareuil/AA/picture alliance

A maior fábrica de papel do Japão e uma das empresas produtoras de fraldas mais importantes do país, a Oji Holdings, com sede em Tóquio, anunciou nesta terça-feira (26/03) que vai mudar sua estratégia de mercado e parar de produzir fraldas para bebês para focar nos adultos.

A empresa, que já chegou a confeccionar mais de 700 milhões de fraldas por ano, viu a demanda por esse tipo de produto cair drasticamente. Hoje, a Oji Holdings tem uma produção anual de 400 milhões de fraldas para bebês.

Entre os motivos disso, está o envelhecimento da população japonesa. "A demanda por fraldas para bebês está diminuindo devido a fatores como a queda na taxa de natalidade", disse um porta-voz da Oji Holdings.

Por outro lado, com o envelhecimento da população, a expectativa da empresa é que o mercado de fraldas para adultos cresça nos próximos anos.

"A partir de setembro deste ano, terminaremos a produção de fraldas infantis e reforçaremos o nosso negócio de fraldas descartáveis ​​para adultos, um mercado que deverá crescer", afirmou em comunicado a subsidiária do setor, Oji Nepia.

Um país de idosos

Em 2023, os nascimentos no Japão caíram pelo oitavo ano consecutivo, em uma queda de 5,1% em relação ao ano anterior. Foram 758.631 nascimentos, contra 1.590.503 mortes. Ou seja, o número de óbitos foi mais que o dobro do número de novos bebês.

Empresa de fraldas japonesa vai mudar estratégia de mercado por conta do envelhecimento da população Foto: David Mareuil/AA/picture alliance

A população com 65 anos ou mais representa agora 29% do total, o que coloca o Japão como o segundo país com maior envelhecimento demográfico do mundo, atrás apenas de Mônaco.

Essa situação, inclusive, fez com que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmasse no ano passado que o arquipélago está "no limite" em termos de sustentabilidade e prometesse medidas para tentar reverter o quadro, com políticas que incluem, por exemplo,ajuda financeira às famílias, acesso mais fácil a cuidados infantis e mais licença parental.

enk/le (AFP,EFE)