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LemonAid e ChariTea

28 de setembro de 2011

Dois jovens empreendedores desenvolveram uma linha de refrigerantes e chás orgânicos que promove o comércio justo e ajuda a melhorar as condições sociais e ambientais das comunidades fornecedoras.

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LemonAid produz cinco sabores de refrigerante e chá orgânicosFoto: LemonAid Beverages

Numa noite de sexta-feira num bar da moda do famoso bairro Sankt Pauli, em Hamburgo, além da cerveja há também garrafas verdes e vermelhas de refrigerante e chá orgânicos sobre as mesas. O LemonAid e o ChariTea – um jogo de palavras com lemonade (limonada) e charity (caridade) – são a novidade no mercado de bebidas alemão.

A fabricante é a LemonAid Beverages, uma empresa de Hamburgo cujo modelo de negócios é baseado na sustentabilidade social e ambiental e nos princípios do chamado fair trade (comércio justo).

A LemonAid Beverages compra apenas ingredientes de produção orgânica e comercializados de maneira justa. Uma parte dos lucros da empresa é investida em projetos sociais nos países em desenvolvimento onde seus fornecedores estão localizados.

A marca foi criada por Paul Bethke e por Jakob Berndt, que antes trabalhava com planejamento estratégico numa agência de publicidade de Hamburgo que tem entre seus clientes a BMW e a Mercedes.

Aos 30 anos de idade, os dois empreendedores buscavam uma mudança em suas vidas e decidiram lançar uma linha de refrigerantes com uma missão social. "LemonAid é basicamente uma companhia de bebidas, mas baseada numa ideia bem diferente", diz Bethke.

A fabricante de refrigerantes sustenta agricultores em países em desenvolvimento ao comprar seus produtos – como suco, açúcar e chá – para produzir refrigerantes e chás e ao investir em projetos nas comunidades locais, afirma.

LemonAid é uma das primeiras empresas de refrigerantes na Alemanha a aderir ao princípio do fair trade. E apenas dois anos depois da entrada no altamente competitivo mercado de bebidas alemão, a companhia já é rentável.

Uma das razões de seu sucesso, segundo os fundadores, é que os produtos são feitos somente a partir de ingredientes frescos e naturais, baseados em receitas desenvolvidas por Bethke e Berndt. "Não tínhamos experiência alguma na produção de refrigerantes, mas pensamos que gostaríamos que nossas bebidas fossem muito simples, como preparadas em casa", afirma Berndt.

Foto: LemonAid Beverages

Design sueco

Os dois empresários começaram numa cozinha, espremendo limões, fazendo litros de chá, testando diferentes tipos de suco e eventualmente misturando tudo – utilizando uma técnica simples, segundo Berndt.

"Convidávamos amigos para uma festa. Eles experimentavam as bebidas e nos diziam 'coloque um pouco mais de açúcar aqui' ou 'um pouco menos de suco ali'", conta. "No final do dia, encontramos uma receita que todos consideraram ótima e começamos a encher garrafas."

Para Berndt, a embalagem moderna, aliada ao foco de marketing na sustentabilidade e no fair trade, ajudaram a LemonAid a alcançar um sucesso relativamente rápido. Atualmente, a empresa produz cinco sabores de refrigerantes e chás. Eles vêm em elegantes garrafas desenhadas pela agência sueca BVD, cujos clientes incluem a gigante de decoração Ikea e a varejista de roupas H&M.

"Achávamos que design é um fator muito importante em nossa missão porque até agora tudo no mercado fair trade parece velho e não atrai o público-alvo mais jovem", diz. "Gostaríamos de convencer principalmente os mais jovens a consumir mais sustentavelmente."

Berndt e Bethke lançaram uma organização de caridade para a qual a LemonAid canaliza uma porcentagem fixa de seus lucros. Essa quantia, que somou 40 mil euros em 2010, financia projetos nas áreas de educação e saúde nas comunidades dos fornecedores.

Eficiência como meta

Bethke, que trabalhou brevemente no Sri Lanka para uma organização fundada pelo governo alemão, diz que ficou desapontado com a maneira como o dinheiro proveniente de doações estava sendo gasto no país.

"Percebi que não funciona sem uma meta eficiente, sem um modelo de negócios como base. É apenas um grupo de pessoas que gastam o dinheiro de outras pessoas e não tem relação alguma com ele", considera. "Quero saber o que aconteceu com os 40 mil euros que doamos para projetos sociais. Visitarei os países e verei o que foi feito. Quero ver os efeitos."

Para Berndt e Bethke, o sucesso da LemonAid sugere que eles criaram um modelo de negócios que não apenas é rentável para seus fundadores como também dá um retorno às comunidades pobres.

Os parceiros de negócios esperam dobrar o número de garrafas vendidas anualmente para 1,5 milhão em 2011. No momento, suas bebidas estão disponíveis quase que exclusivamente em restaurantes e bares de Hamburgo.

Grandes cadeias de supermercados mostraram interesse, mas Berndt and Bethke pretendem expandir a marca lentamente. Os jovens empreendedores dizem não estar interessados em fomentar agressivamente a venda de seus produtos apenas para conseguir lucros rapidamente.

Autores: Julian Bohne/John Blau (lpf)
Revisão: Alexandre Schossler

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