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Empresas médias vão ao exterior

(ns)22 de outubro de 2003

Grandes indústrias e conglomerados alemães, bem como bancos e prestadores de serviços há muito que agem mundialmente. Nos últimos anos também as empresas alemãs de porte médio saem à procura de novos mercados.

Estande do fabricante de cozinhas Siematic, na feira de móveisFoto: AP

A globalização atingiu plenamente as empresas médias na Alemanha. Mesmo em tempos de conjuntura fraca, há empresários que conseguem "dar a volta por cima" e desenvolver sua firma de forma dinâmica, com visão e êxito. Geralmente graças ao fato de aumentarem sua presença no exterior.

Grande peso na economia alemã

Quando se fala em empresa alemã, todos pensam em Mercedes, Volkswagen, Bosch, Krupp, Wella, Bayer e muitos outros grandes conglomerados, com subsidiárias espalhadas pelo mundo. Mas essa é apenas uma parte da realidade, pois a grande maioria das 106 mil indústrias alemãs - 98% - enquadra-se na categoria das empresas médias (Mittelstand), constatou o Instituto de Pesquisa das Empresas Médias (IfM), de Bonn. Por definição elas empregam até 500 funcionários e faturam até 50 milhões de euros. Cerca de 80% dessas empresas são familiares.

As indústrias realmente de grande porte são pouco mais de 2000. As empresas de médio porte são o principal pilar da indústria alemã. Os grandes grupos, como por exemplo as montadoras, têm um alto grau de dependência dos fornecedores, todos eles do setor médio. Hoje, eles não contribuem apenas com peças, fornecendo até mesmo partes inteiras ou componentes dos veículos, entregues diretamente nas linhas de montagem.

Inovadoras e flexíveis

As indústrias menores, particularmente, se caracterizam por sua flexibilidade e grande capacidade de inovação. É certo que o setor da prestação de serviços cresce cada vez mais na Alemanha, mas isso não significa que a era industrial esteja chegando ao fim. Quase 25% das indústrias alemãs foram fundadas depois de 1990.

Roupa interior erótica da firma Beate Uhse - uma empresa média que já está presente há muito no exteriorFoto: AP

E o que as caracteriza, como expôs o estudo do IfM, não é apenas a qualidade dos seus produtos: também os serviços, a assistência técnica e o atendimento ao cliente. A crescente internacionalização dos mercados, ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos, um avanço tecnológico a grande velocidade e novas formas de financiamento empresarial são outras de suas características.

Recuperando o atraso

"O que chama a atenção é que as empresas médias estão profissionalizando cada vez mais suas atividades no exterior. Ou seja, hoje se fazem coisas que ninguém se atrevia a fazer há cinco ou seis anos, como joint-ventures, cooperações, montar sua própria distribuidora em outros países, em suma: além da exportação, fortalecer a presença no exterior", expôs Gunter Kayser, diretor do instituto, ao apresentar o estudo em Berlim.

O setor médio implanta agora o que as grandes indústrias já fazem há décadas. As exportações são complementadas por estruturas de distribuição e serviços em mercados estrangeiros e, muitas vezes, substituídas pela produção no exterior. Isso para aproveitar as vantagens de custos menores nos países de nível salarial mais baixo ou a proximidade das matérias-primas. Mas também para fazer negócios que não seriam possíveis com simples exportações a partir da Alemanha.

Uma boa saída

É certo que muitas empresas médias se viram afetadas pela estagnação econômica dos últimos três anos na Alemanha. As que não apostaram nas chances de inovação e da globalização, acabaram vítimas da crise. Salvaram-se as que se concentraram naquilo que melhor sabiam fazer, se expandiram e arriscaram o salto aos mercados estrangeiros.

"Ao irmos ao exterior garantimos empregos na Alemanha. E se não fizéssemos isso, provavelmente enfrentaríamos dificuldades muito maiores em meio à crise", revela Arndt Kirchhoff, da Confederação da Indústria Alemã (BDI). Sair, portanto, tornou-se uma questão de sobrevivência.

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