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Tesouros perdidos

8 de novembro de 2010

Durante construção de uma estação de metrô no centro de Berlim, arqueólogos descobrem esculturas soterradas, que integraram a exposição "Arte Degenerada", organizada pelos nazistas em 1937.

Visitante observa escultura de Edwin Schaff, de 1921, encontrada sob escombrosFoto: picture alliance / dpa

No auge do regime nazista, representantes do governo categorizaram milhares de obras de arte no país como "degeneradas". Difamadas perante a opinião pública, essas obras eram confiscadas e sumiam de circulação.

Em uma escavação para a construção de uma nova estação de metrô nas imediações da Prefeitura de Berlim, arqueólogos encontraram o que o prefeito da cidade, Klaus Wowereit, classifica de "pequeno milagre" e de registro da "loucura dos nazistas".

As 11 esculturas, dentre elas três que fizeram parte da exposição Arte Degenerada, organizada pelos nazistas em 1937, estão em exibição no Neues Museum, na capital alemã, a partir desta terça-feira (09/11).

"Justos entre as nações"

As obras, que ficaram guardadas entre janeiro e outubro deste ano em depósitos especiais eram possivelmente de propriedade do contador Ehrhard Oewerdieck (1893-1977). Sua casa foi destruída em um incêndio no ano de 1944.

Oewerdieck e sua mulher auxiliaram judeus perseguidos durante o regime nazista e receberam por isso o título de "Justos entre as nações", concedido pelo Memorial Yad Vashem, em Israel.

A perseguição contra o que os nazistas chamavam de "arte degenerada", nos anos 1930, fez com que mais de 20 mil obras fossem confiscadas de mais de 100 museus e acervos públicos em toda a Alemanha.

"Obras impregnadas de história"

Exposição com 11 obras que ficaram desaparecidas durante décadas atrai visitantesFoto: picture alliance / dpa

A inesperada descoberta das obras durante o processo de escavação nos arredores da antiga prefeitura da cidade, datada do século 13, foi um "achado absolutamente espetacular", acentuou Hermann Parzinger, presidente da Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano.

As obras, que ficaram soterradas durante as últimas décadas, estão "impregnadas de história", segundo Parzinger. As esculturas não devem ser restauradas, mas deverão manter os resquícios de sua sina, salientou o arqueólogo Matthias Wemhoff.

Lembrança obrigatória

Entre as esculturas de bronze e cerâmica encontradas estão obras de Otto Baum, Otto Freundlich, Edwin Scharff, Marg Moll, Gustav Heinrich Wolff, Naum Slutzky, Karl Knappe e Emy Roeder. Três esculturas não puderam até agora ser identificadas.

De acordo com o prefeito de Berlim, apresentar essas obras agora à opinião pública é "um verdadeiro estado de graça", pois essas esculturas são, segundo ele, uma "obrigação permanente" de lembrar os crimes cometidos durante o regime nazista.

A mostra A descoberta de esculturas de Berlim. 'Arte Degenerada' nos escombros das bombas estará aberta ao público a partir do dia 9 de novembro no Neues Museum, um dos prédios que compõem a Ilha dos Museus, no centro de Berlim.

SV/dpa/epd
Revisão: Carlos Albuquerque

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