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Encontro deixa caso Yukos de lado

lk6 de novembro de 2003

O 12º encontro de cúpula entre União Européia e Rússia iniciou-se em Roma sob o signo dos acontecimentos envolvendo a empresa petrolífera russa Yukos.

Putin (dir.) é recebido por Silvio Berlusconi em Roma na Villa MadamaFoto: AP

No prelúdio do 12º encontro de cúpula entre a União Européia e a Rússia em Roma, o último a realizar-se antes da grande ampliação da comunidade para o Leste da Europa, tudo fazia crer que o dossiê Yukos seria o tema predominante. Os representantes da comunidade haviam insistido na importância de que o presidente russo Vladimir Putin eliminasse todas as dúvidas envolvendo as medidas tomadas nesse contexto, a começar pela prisão do maior acionista da empresa petrolífera, Mikhail Khodorkovsky, e o confisco de 44% das ações.

"É importante que todo o procedimento jurídico seja transparente e harmonize com as normas do estado de direito", declarou o encarregado da política externa da UE, Javier Solana, em entrevista publicada nesta quinta-feira (06/11) no jornal russo Nesavissimaya Gaseta.

A pauta de assuntos tratados por Putin com seu anfitrião, o primeiro-ministro italiano e atual presidente do Conselho da UE, Silvio Berlusconi, assistido pelo presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, incluiu no entanto outros assuntos.

Diluíram-se as dúvidas

Vladimir Putin, que já havia assegurado a jornalistas italianos, antes de deixar Moscou, que a prisão de Khodorkovsky não teve motivação política, saiu fortalecido do encontro na Villa Madama. Na entrevista coletiva à imprensa após a conferência, declarou que não vai aceitar nenhuma chantagem nesta questão.

O próprio Berlusconi tinha dado a maior força ao amigo, rechaçando acaloradamente qualquer suspeita de manipulação por parte de Putin. Pelo contrário, ele teria "informações seguras" de que a Yukos é que não respeitava a legislação. Romano Prodi, por sua vez, saudou as declarações do presidente russo de que todas as leis seriam observadas na Rússia sem qualquer discriminação, considerando que elas são garantia para o prosseguimento da cooperação entre a UE e a Rússia.

Apoio para o ingresso na OMC

Desta vez houve uma declaração final após a cúpula, o que não foi possível ao término do encontro do ano passado, por falta de consenso. O documento inclui, como de praxe, o compromisso de ambas as partes no combate ao terrorismo internacional. O que mais interessa à Rússia, porém, é a perspectiva de seu ingresso na Organização Mundial de Comércio (OMC), um intento de longa data. A UE assegurou seu apoio ao prosseguimento das negociações, de modo a permitir que o país se torne membro da instituição até fins de 2004.

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