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3 de maio de 2010

Diálogo de Petersberg, em Bonn, organizado pela Alemanha e México, reúne representantes de 45 países. Apesar de não produzir documento oficial, encontro é preparação para a Cúpula do Clima, marcada para dezembro.

Manifestantes na abertura do Diálogo de PetersbergFoto: Picture alliance / dpa

Não se trata de uma reunião diplomática em que a presença dos ministros seja obrigatória, mas os participantes da Conferência do Clima de Petersberg querem demonstrar engajamento no combate contra o aquecimento global.

Representantes de 45 países discutem em Bonn, na Alemanha, até esta terça-feira (04/05), temas que serão levados à reunião de Cúpula em Cancún, no México, marcada para dezembro de 2010.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, que organizou o encontro informal juntamente com o México, disse que sua meta continua sendo um acordo que resulte na elevação máxima de 2ºC na temperatura global. "Por outro lado, não tem sentido o mundo ficar discutindo por muito tempo uma teoria, e queimar a cabeça discutindo, enquanto deixa passar ano após ano, sem que nada seja feito", declarou na abertura da reunião, no domingo.

Pós-Copenhague

O diálogo de Petersberg também quer trazer ares novos à discussão, depois do mal-estar deixado pela última Cúpula do Clima, em dezembro de 2009. Merkel ressaltou, no entanto, que o processo conduzido pelas Nações Unidas não perdeu a importância.

"Podem ser feitos encontros de preparação, pode-se falar em acordos. Mas, no fim, é preciso que tudo isso leve a um processo das Nações Unidas e ninguém deve se sentir excluído disso", alertou Merkel.

O presidente mexicano, Felipe Calderón, que sediará em seu país a próxima Cúpula, disse esperar que o insucesso de Copenhague não se repita em Cancún: "Precisamos lidar com o assunto agora. A cada ano que delongamos será pior, mais caro e mais complexo".

Nesta segunda-feira, Yvo de Boer, chefe da UNFCCC, encarregado de assuntos referentes ao clima junto à ONU, disse que mesmo o encontro no México não deve trazer todas as respostas necessárias. Boer deixa o cargo em julho e acredita que a confiança nos Estados diminuiu depois da falta de concordância dos líderes em Copenhague.

O que está na mesa

Nos Estados Unidos, não há novidades na política energética – e climática – de Barack Obama. E a China diz que assumirá compromissos depois que os americanos acordarem em reduzir suas emissões.

Os países em desenvolvimento, por outro lado, culpam as nações ricas pela poluição que já vem sendo lançada na atmosfera há muito tempo, e não querem pagar a conta sozinhos.

São muitos os nós que o diálogo de Petersberg certamente não conseguirá desatar sozinho. Ao fim da reunião, não será produzido um documento oficial, mas o encontro pode ajudar a combater o clima de negativismo.

NP/dw/epd/dpa
Revisão: Augusto Valente