Em entrevista, Dennis Carroll, que estuda doenças infecciosas há 30 anos, critica falta de articulação internacional contra coronavírus. Sua meta é implementar iniciativa global contra pandemias como esta: "É evitável."
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Há pelo menos três décadas, o cientista americano Dennis Carroll tenta alertar o mundo sobre os riscos de doenças transmitidas por animais. É o caso da covid-19, doença transmitida pelo coronavírus Sars-Cov-2, responsável pela pandemia em curso.
Carroll supervisionou a divisão de doenças infecciosas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) por 30 anos, tempo suficiente para notar a ineficácia do estudo reativo de novos vírus. Era preciso encontrá-los antes que "descobrissem" os humanos.
Ainda na USAID, o cientista criou o PREDICT, programa que deu passos importantes para a compreensão da interação entre os vírus, a vida silvestre e o comportamento humano. Foram dez anos de pesquisas, até o encerramento no ano passado, após o presidente Donald Trump cortar a verba destinada à iniciativa.
O propósito de Carroll exigia uma escala bem mais ampla. Por essa razão, criou o Global Virome Project (Projeto Viroma Global), uma parceria entre diferentes países que pretende transpor os feitos do Projeto Genoma Humano para o universo dos vírus.
Nesta entrevista à DW Brasil, concedida por telefone do barco onde vive, em Washington D.C., o cientista detalhou o escopo da iniciativa, comentou a reação negativa enfrentada pelo projeto na comunidade científica e criticou a atuação individualizada dos países na resposta à pandemia. Na semana passada, Trump suspendeu o repasse anual dos EUA à Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Se apenas direcionarmos os recursos para os eventos em curso dentro de nossas fronteiras, estaremos permanentemente vulneráveis ao que acontece fora desses limites", afirma. "Jamais deveríamos ter que encarar outra pandemia desse tipo. É evitável."
DW Brasil: O senhor tem criticado a falta de articulação entre os países na resposta à pandemia. Qual é a importância do diálogo entre nações neste momento?
Dennis Carroll: Este é um vírus muito perigoso, que dá sinais de permanência entre nós por um período bastante longo. Se apenas direcionarmos os recursos para os eventos em curso dentro de nossas fronteiras, estaremos permanentemente vulneráveis ao que acontece fora desses limites. Mesmo que seja possível controlar a situação em nossos países, o vírus será reintroduzido se não for devidamente controlado em outras partes do globo. Não estaremos seguros até tratarmos isso como um problema global e tomarmos ações compartilhadas.
Um evento planetário como este impõe vulnerabilidades e riscos compartilhados. A única forma de nos protegermos é garantir que todos estejam resguardados. Há países e regiões do mundo que são muito mais vulneráveis ao impacto potencial desse vírus. A comunidade internacional deve reconhecer a importância de haver uma responsabilidade compartilhada de assistência e trabalho junto a essas populações. Não só para minimizar os riscos a que estão expostas, mas também garantir que possam combater o avanço do vírus.
Enquanto a situação não estiver controlada em todo o planeta, irá representar uma ameaça a todos nós. Nas regiões onde o contágio aconteceu mais cedo, teremos lições importantes sobre quais ações funcionam no sentido de manter o vírus sob controle. Também será possível observar as melhores práticas médicas para minimizar o impacto e salvar vidas. Pelo compartilhamento dessas informações e experiências, os países podem aprender uns com os outros e aplicar essas medidas.
Quais são os principais eixos de atuação do Global Virome Project (GVP)?
A proposta do GVP é elevar a escala da descoberta de vírus a um patamar muito acima do que foi atingido pelo PREDICT. O projeto seria uma parceria global administrada em cada país, mas com uma plataforma de dados compartilhada, que armazenaria todas as informações sobre os vírus descobertos. Os países se beneficiariam mutuamente do trabalho feito por cada um. Nossa meta é documentar e caracterizar 75% do viroma global em dez anos.
O primeiro eixo do projeto seria o desenvolvimento de uma base de dados abrangente. Ali constaria onde cada vírus está circulando hoje, em quais animais, e a proximidade entre os hospedeiros e populações humanas. Essa densa base de dados seria usada, depois, para identificar áreas com potencial de propagação e usar esse conhecimento para modificar práticas que a favoreçam.
O melhor manejo de mercados e da forma como interagimos com a vida selvagem pode minimizar as chances de contágio. Caso a transmissão venha a ocorrer, seria identificada com maior velocidade, por meio de vigilância rotineira nesses pontos focais. Isso eliminaria o risco de perdermos o controle, como vimos acontecer com a covid-19.
O segundo fluxo de dados gerado pelo GVP seria uma grande base de dados genéticos. Teríamos o perfil de sequenciamento genético de cada vírus do planeta, o que teria um profundo impacto sobre nossa habilidade para desenvolver futuras medidas de combate e diagnósticos por ferramentas analíticas.
Iremos gastar uma cifra superior a US$ 2 bilhões para desenvolver uma vacina contra a covid-19. Quando outro tipo de coronavírus aparecer e se alastrar por populações humanas, a vacina não será mais eficaz. Sabemos isso de experiências anteriores. Teríamos, então, que começar do zero e criar outra vacina, o que deveria levar dois anos, a um preço estimado de US$ 1 bilhão.
Como o GVP modificaria esse cenário?
Seria uma oportunidade de construir uma base de dados sobre os vírus antes de emergirem e chegarem a nós. As informações não seriam usadas para simplesmente desenvolver uma vacina contra um único tipo de coronavírus, e sim ter as sequências de dados para todos os 5 mil tipos. Teríamos um amplo leque de ferramentas à disposição. Além das vacinas e fármacos, a possibilidade da manipulação genética. Fundamentalmente, a ideia do GVP é transformar totalmente como nos preparamos para futuros riscos virais. Não é sobre simplesmente esperar que eventos de contágio ocorram e lutar para elaborar uma resposta, como estamos vendo acontecer com a covid-19.
A iniciativa enfrentou resistência entre cientistas que criticavam o orçamento de US$ 1,5 bilhão e pediam maiores investimentos em vigilância, no lugar da abordagem preventiva.
Primeiro, vamos falar sobre os custos do GVP. O projeto custaria US$ 150 milhões por ano, divididos entre parceiros e governos mundo afora. Uma grande parcela desse montante viria de investimentos que já existem dentro dos países. É o caso da China, país que demonstrou forte interesse na iniciativa e vem se estruturando para criar um projeto nacional nessa área. A China vê a construção dessa grande base de dados como uma oportunidade transformador para proteger o país no futuro.
O custo exigido pelo GVP absorveria recursos que já existem no país, não haveria a necessidade de novos aportes. Há, na China, uma grande expertise que permitiria ir a campo e coletar os tipos de amostras de que estamos falando, incluindo a análise de dados. De modo similar, a Tailândia está caminhando para estabelecer o seu projeto nacional. Eles desejam alavancar plataformas técnicas e operacionais já existentes e absorver recursos das estruturas de fomento. Eles estão avançando nessa agenda.
Esse custo se baseia na necessidade de apoiar países com maior necessidade de apoio externo em suas plataformas para alavancar o processo. Podemos considerar o valor alto, mas compare com o montante empregado na resposta à pandemia da covid-19. Somente nos EUA, o impacto pode superar a marca de US$ 3 trilhões. Portanto, US$ 150 milhões por ano para transformar totalmente nossa capacidade de endereçar todas as ameaças de contágio viral futuras, no início do século 21, é uma cifra extraordinariamente pequena.
Por que a reação na comunidade científica, então?
No início da minha carreira, trabalhei no laboratório dirigido pelo Dr. Jim Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para o DNA. O envolvimento dele como liderança do Projeto Genoma Humano ensejou intensas discussões sobre o valor da iniciativa. Como agora, havia uma divisão clara. Geneticistas que pesquisavam um distúrbio genético específico estavam muito focados no sequenciamento genético que gerou o problema. Eles não achavam importante gastar dinheiro para abrir todo o genoma humano e estavam apenas interessados nas pesquisas de doenças específicas, as quais deveriam absorver os recursos.
Já os pesquisadores envolvidos no projeto defendiam que nossa capacidade em lidar com os desafios da saúde genética seria beneficiada pela abertura e entendimento de todo o genoma humano. Os distúrbios específicos e outras tantas questões ainda desconhecidas só poderiam ser melhor compreendidas pelo volume de dados gerado pelo projeto.
Passados 30 anos, não restam dúvidas sobre os benefícios do Projeto Genoma Humano. A ciência que lida diretamente com a genética humana foi revolucionada, e temos uma compreensão bem mais profunda sobre distúrbios genéticos específicos dos dias de hoje. Foi aberta uma nova geração de tecnologias e possibilidades.
O universo da genética humana foi totalmente transformado por abraçar a ideia da big data. É uma discussão muito semelhante a esta do GVP. Há cientistas e virologistas especificamente interessados em vírus conhecidos que veem a adição de dados sobre todo o viroma como uma distração de sua capacidade em focar no ebola, covid-19 ou zika. Nós que defendemos o GVP entendemos que a compreensão de dados sobre todo o perfil genético viral irá transformar o tipo de questões que podemos fazer, totalmente inovadoras no sentido de futuras aquisições biomédicas e analíticas.
Você espera que a pandemia atual consolide a importância da abordagem preventiva no combate a novos virus?
Acredito que essa experiência irá reforçar o entendimento de que não podemos seguir fazendo a mesma coisa dos últimos 40 anos e esperar resultados melhores. A covid-19 deveria ser um grito de alerta para o fato de que não podemos ficar surpresos com o aparecimento de novos vírus.
Precisamos estar mais bem informados e prevenidos sobre as ameaças que iremos enfrentar e o fato de que todas elas já existem e circulam na vida selvagem. Precisamos repensar completamente a forma como nos preparamos. E aproveitar a oportunidade de ir a campo e começar a adquirir as percepções que irão permitir estarmos melhor preparados para a propagação inevitável das próximas famílias de coronavírus e outros tipos.
Estou otimista. No Congresso dos EUA, há parlamentares sinalizando um grande interesse no incentivo público a uma iniciativa desse tipo. Queremos expandir esse diálogo para outros parceiros e instituições ao redor do mundo. Jamais deveríamos ter que encarar outra pandemia desse tipo. É evitável, e existem ações que podemos tomar agora para fazer do planeta um lugar mais seguro.
A partir da China, o coronavírus Sars-Cov-2 se espalhou pelo mundo. Enquanto países adotam medidas para controlar a doença, cientistas buscam medicamentos e uma vacina. Reveja alguns fatos marcantes.
Foto: Christian Ohde/Imago Images
O começo de tudo em Wuhan
A China notifica a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma misteriosa pneumonia em Wuhan, de cerca de 11 milhões de habitantes. Especialistas de todo o mundo começam a tentar identificar o agente causador. Supõe-se que ele tenha se originado num mercado de frutos do mar na cidade. Inicialmente é comunicado haver cerca de 40 pessoas infectadas. (31/12/2019)
Foto: Imago Images/UPI Photo/S. Shaver
Nova cepa de coronavírus
Pesquisadores descartam se tratar do vírus Sars, da doença respiratória originada na China em 2002 que matou quase 800 pessoas. Cientistas chineses identificam um novo vírus, da cepa do coronavírus, causadores de Sars e do resfriado comum. Batizado provisoriamente 2019-nCoV e depois denominado Sars-Cov-2, ele causa febre, tosse, dificuldade respiratória e pode evoluir para pneumonia. (07/01)
Foto: picture-alliance/BSIP/J. Cavallini
Primeira morte na China
A China anuncia a primeira morte causada pelo novo coronavírus. Um homem de 61 anos, que havia feito compras no mercado de frutos do mar de Wuhan, morreu de complicações por causa de uma pneumonia. (11/01)
Foto: Reuters/Str
Vírus atinge países vizinhos
Países como Tailândia e Japão começam a relatar casos da doença em pessoas que estiveram na China. Em Wuhan, é confirmada a segunda morte. Até 20 de janeiro, há três óbitos e mais de 200 infecções no país. Aeroportos em todo mundo passam a controlar passageiros vindos da China. Na mesma data, é confirmado que o vírus pode ser transmitido diretamente entre pessoas. (20/01)
Foto: Reuters/Kim Kyung-Hoon
Milhões sob quarentena
Wuhan é colocada sob quarentena, na tentativa de limitar a propagação do vírus. O transporte coletivo é suspenso, e trabalhadores começam a construir um novo hospital para tratar pacientes infectados, que totalizavam mais de 830 em 24 de janeiro. O isolamento é estendido para 13 outras cidades, afetando pelo menos 36 milhões de pessoas. (23/01)
Foto: AFP/STR
O coronavírus chega à Europa
As autoridades da França confirmam três casos do novo coronavírus dentro de suas fronteiras, marcando a chegada da doença à Europa. Horas depois, a Austrália confirma que quatro pessoas foram infectadas. Na Alemanha, o primeiro caso de covid-19 é confirmado três dias depois. (24/01)
Foto: picture-alliance/dpa/S. Mortagne
Primeira morte fora da China
Autoridades das Filipinas informam que um homem de 44 anos morreu no país vítima do coronavírus, marcando assim a primeira morte relacionada à doença fora da China. O paciente era da cidade chinesa de Wuhan e havia sido internado num hospital em Manila em 25 de janeiro. (02/02)
Foto: Getty Images/AFP/T. Aljibe
Morre médico chinês que tentou avisar autoridades sobre covid-19
O médico chinês Li Wenliang morre após contrair o Sars-Cov-2. Em janeiro, ele havia tentado avisar as autoridades de seu país a respeito da epidemia e da chance de a covid-19 sair do controle, mas acabou sendo reprimido. Li foi obrigado a assinar um documento no qual declarava que seus avisos não tinham fundamento. (07/02)
Foto: KW
Número de mortes supera a do Sars
A China informa que o número de mortos por covid-19 chegou a 811, ultrapassando as 774 vítimas do surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), também causada por um coronavírus, entre 2002 e 2003. (09/02)
Foto: picture-alliance/AP/Chinatopix
Vírus chega ao Brasil
O governo brasileiro confirma o primeiro caso no país: um homem de 61 anos que viajou à Itália a trabalho. Até então, o novo coronavírus havia se espalhado para mais de 40 países e territórios, matado mais de 2.700 pessoas e infectado mais de 80 mil. (26/02)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/FotoRua/F. Vieira
Itália impõe quarentena em todo o território
O governo em Roma determina restrições ao deslocamento de todos os seus 60 milhões de cidadãos e proíbe aglomerações públicas para tentar conter o coronavírus. Habitantes só podem deixar a área em que vivem com justificativa. No mesmo dia, a Alemanha registra as duas primeiras mortes por covid-19 no país. (09/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Calanni
OMS declara pandemia
A OMS considera que a disseminação de covid-19 pode ser caracterizada como pandemia, observando que o número de casos fora da China se multiplicou por 13 e o de países afetados triplicou em apenas duas semanas. "Pandemia" designa a difusão de uma enfermidade por vários países ou continentes. (11/03)
Foto: Getty Images/E. Cremaschi
Estado de emergência na Espanha
A Espanha declara estado de emergência para conter a propagação do coronavírus Sars-Cov-2. O país já conta quase 6 mil casos de infecção, com cerca de 180 mortos. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anuncia que o país decidiu limitar a livre circulação da população, colocando assim cerca de 47 milhões de pessoas sob quarentena parcial. (14/03)
Foto: picture-alliance/Pacific Press/F. C. Arroyo
Fechamento de fronteiras
Como parte dos esforços para conter a proliferação do novo coronavírus, a Alemanha fecha suas fronteiras. No mesmo dia, o número de casos fora da China supera o registrado no país asiático. (16/03)
Foto: picture-alliance/dpa/T. Frey
China zera transmissão local
Pela primeira vez desde o início da pandemia, a China anuncia que nas últimas 24 horas não registrou nenhum novo caso de covid-19 transmitido localmente. No entanto, havia 34 casos importados de outros países. Três dias depois, o país voltaria a registrar um caso de transmissão local. No mesmo dia, o número de mortos pelo coronavírus na Itália supera o de mortos na China. (19/03)
Foto: picture-alliance/dpa/Tass/A. Ivanov
São Paulo e Rio em quarentena
O estado de São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro dão início a medidas de contenção por determinação das gestões locais, com fechamento do comércio não essencial e restrição à circulação de pessoas – além do fechamento de escolas, que já havia sido determinado anteriormente. Em São Paulo, a medida afeta 54 milhões de habitantes em 645 municípios. (24/03)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Isolamento total no Reino Unido
O premiê britânico, Boris Johnson, volta atrás e, após dados que previam a evolução da doença sem medidas mais restritivas, apresentados pelo Imperial College de Londres, determina isolamento horizontal no país. Até então, Johnson defendia a chamada "imunização de rebanho", ou seja, permitir que a população entrasse em contato com o vírus para que desenvolvesse imunidade. (23/03)
Foto: picture-alliance/R. Pinney
Bairros de Pequim voltam a adotar bloqueio por coronavírus
Autoridades de Pequim isolam 11 bairros residenciais devido a várias novas infecções por coronavírus, relacionadas a um mercado de carnes. O chefe do local afirmou ao site "Beijing News" que o vírus foi encontrado em tábuas que processavam salmão importado. (13/06)
Foto: Getty Images/AFP/G. Baker
OMS interrompe testes com hidroxicloroquina
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anuncia que decidiu interromper os experimentos com hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, após evidências apontarem que o fármaco não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença. (17/06)
Foto: AFP/G. Julien
UE reabre fronteiras internas, mas se blinda do resto do mundo
As fronteiras da União Europeia são reabertas, após três meses de fechamentos forçados devido à pandemia de coronavírus, iniciados no mês de março. Algumas restrições, porém, ainda permanecem no bloco, que seguirá fechado para visitantes de países onde o vírus está fora de controle, como Brasil e EUA. (15/06)
Foto: picture-alliance/dpa/C. Rehder
OMS diz que dexametasona é avanço contra covid-19
A OMS considera que a utilização do esteroide dexametasona, que reduziu significamente a mortalidade em pacientes seriamente afetados pelo novo coronavírus, é um avanço científico na luta contra a pandemia de covid-19. É o primeiro tratamento comprovado que reduz a mortalidade em pacientes que apenas conseguem respirar com o uso de respiradores. (17/06)
Foto: Getty Images/M. Horwood
Mundo ultrapassa 10 milhões de casos de covid-19
Dados da Universidade Johns Hopkins apontam que número de mortes confirmadas pela doença está próximo de ultrapassar marca de 500 mil. Brasil e EUA lideram em números de casos e mortes. (28/06)
Foto: Reuters/A. Kelly
Comissão Europeia tenta assegurar doses de Remdesivir
Executivo da União Europeia inicia negociação para compra de medicamento com fabricante americano, após Estados Unidos adquirirem praticamente toda a produção dos próximos três meses. (02/07)
Foto: picture-alliance/Yonhap
Bolsonaro com covid-19
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou que teve resultado positivo em um exame para detectar a covid-19. Ao anunciar o resultado, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, ele aproveitou a ocasião para mais uma vez reclamar das medidas de isolamento impostas por prefeitos e governadores. Bolsonaro também disse estar se tratando com hidroxicloroquina. (07/07)
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Vacina da Moderna mostra resultado e vai para fase final de testes
A vacina em fase de desenvolvimento contra o novo coronavírus da empresa americana Moderna foi bem tolerada e criou anticorpos neutralizantes em todos os participantes do estudo, anunciaram os pesquisadores responsáveis na revista especializada "The News England Journal of Medicine". A Moderna anunciou que a fase final dos ensaios clínicos deve ir de 27 de julho a 27 de outubro. (14/07)
Foto: picture-alliance/dpa/C. Schmidt
Estudo indica que imunidade ao coronavírus é temporária
Pesquisadores britânicos monitoraram os níveis de anticorpos contra a covid-19 em 90 pacientes recuperados. Resultados sugerem que o contato com o vírus só fornece imunidade por alguns meses, como no caso da gripe. (14/07)
Foto: Getty Images/M. Hitij
Rússia é acusada de tentar hackear pesquisa de vacina contra covid-19
Reino Unido diz que hackers possivelmente ligados ao serviço secreto russo têm atacado instituições britânicas, dos EUA e do Canadá para roubar dados sobre vacina contra novo coronavírus. Kremlin rejeita acusações. (16/07)
Foto: picture-alliance/dpa/C. Ohde
Mundo tem recorde diário de infecções com covid-19, aponta OMS
Segundo organização, mais de 230 mil pessoas testaram positivo para o coronavírus na sexta-feira. Total de casos oficialmente identificados se aproxima de 14 milhões. EUA e Brasil são os países mais afetados. (18/07)
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Ochoa
Persistência do coronavírus pode estar ligada a jovens assintomáticos
Enquanto novos surtos obrigam países a voltarem atrás no relaxamento, pesquisas indicam que aqueles que se consideram seguros podem, na verdade, estar contribuindo decisivamente para a disseminação do novo coronavírus. (23/07)
Foto: picture-alliance/dpa/W. Steinberg
Coronavírus pode ser transmitido em raio de oito metros, diz estudo
Pesquisadores analisam surto em frigorífico alemão e revelam que transmissão do vírus não depende apenas de proximidade social, mas também das condições do ambiente. (24/07)
Pesquisadores descobriram que cães farejadores podem discernir entre amostras de indivíduos saudáveis e infectados pelo vírus. Nível de precisão é tão alto que se vê possibilidade de aplicação prática. (24/07)
Foto: picture-alliance/dpa/T. Frey
Confronto em protesto contra restrições deixa 45 policiais feridos em Berlim
Polícia enfrentou resistência ao dispersar manifestantes que ignoravam regras de higiene e saúde. Mais de 130 pessoas foram presas no protesto, amplamente criticado por lideranças políticas na Alemanha.(01/08)
Foto: Getty Images/M. Hitij
Pandemia causou maior interrupção da educação da história, diz ONU
Nações Unidas alertam para "catástrofe geracional" devido ao fechamento das escolas, que afeta 1 bilhão de estudantes em 160 países. Retorno às aulas deve ser prioridade onde pandemia estiver sob controle, diz Guterres. (04/08)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Focos regionais de covid-19 elevam taxas de infecção na Europa
O número de novos casos da doença está aumentando no continente. Autoridade europeia vê risco elevado de uma nova escalada da pandemia em países cuja população não se atém mais às regras de distanciamento e higiene. (13/08)
Foto: picture-alliance/dpa/C. Charisius
Vacina russa contra covid-19 é novo orgulho de Putin
Primeiro imunizante para o coronavírus aprovado por um governo nacional, Sputnik V é tido como produto prematuro por cientistas ocidentais. Mas dá ao Kremlin o sabor momentâneo de vitória na corrida pelo antídoto. (14/08)
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
China aprova primeira patente de vacina contra covid-19
Mídia estatal diz que governo concedeu sua primeira patente à empresa chinesa CanSino. Vacina pode ser produzida em massa em curto período de tempo, afirma documento. Fase 3 dos ensaios clínicos ainda não foi concluída. (17/08)
Foto: picture-alliance/Geisler-Fotopress/C. Hardt
Estudo associa umidade do ambiente a disseminação da covid-19
Ar seco de recintos refrigerados ou aquecidos por calefação podem favorecer mobilidade viral e impulsionar contágios, afirma pesquisa realizada por cientistas indianos e alemães, baseada em dez estudos internacionais. (21/08)
Foto: picture-alliance/dpa/R. Guenther
Hong Kong tem primeiro caso de reinfecção
Paciente de 33 anos contraiu novamente o vírus pouco mais de quatro meses após ter se recuperado da doença. Descoberta é um revés para defensores da estratégia de imunidade de rebanho. (24/08)
Foto: Reuters/T. Siu
Reinfecções
Casos de reinfecção em Hong Kong, Holanda e Bélgica lançam dúvidas em relação tanto à possibilidade de uma imunidade permanente contra a covid-19, quanto à eficácia das vacinas em desenvolvimento por todo o mundo. (26/08)
Foto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen
Mundo supera 25 milhões de casos
Marca é alcançada após Índia bater recorde mundial de infecções diárias, ao registrar mais de 78 mil casos de coronavírus em 24 horas. Quatro em cada dez infectados no mundo estão nos EUA ou no Brasil. (30/08)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/H. Bhatt
Crianças assintomáticas podem carregar coronavírus por semanas
Dois estudos americanos apontam que menores não apenas apresentam uma carga surpreendentemente alta do Sars-Cov-2, como podem transmitir a doença por semanas, mesmo sem sintomas. (31/08)
Foto: picture-alliance/dpa/R. Hirschberger
Testes indicam eficácia de vacina russa
Publicado na "The Lancet", estudo com 76 voluntários mostra desenvolvimento de anticorpos e nenhum efeito colateral sério. Pesquisadores russos reconhecem necessidade de testes adicionais para maior segurança. (04/09)
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
Impacto brando do coronavírus na África intriga cientistas
Com grandes aglomerações e sistemas de saúde precários, previa-se um quadro de horror para a pandemia nas nações africanas, o que não ocorreu. Entre possíveis causas estão idade da população e imunidade a patógenos. (06/09)
Foto: Getty Images/AFP/S. Maina
Livro revela que Trump minimizou pandemia intencionalmente
Em entrevistas ao jornalista Bob Woodward, presidente americano admitiu que sabia que o coronavírus era perigoso e mortal, mas decidiu não ser claro com a população para não criar pânico. "Sempre minimizei." (10/09)
Foto: Tom Brenner/Reuters
Pandemia impõe desafio adicional à prevenção de suicídios
Crise tem sido especialmente desafiadora para pessoas com problemas de saúde mental. No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, especialistas pedem que distanciamento físico não impeça ajuda a quem precisa. (10/09)
Foto: picture-alliance/dpa/Weber/Eibner
Virologista rebate mitos sobre a covid-19
Em cartazes de protesto e na internet circulam diversas teorias, absurdas ou plausíveis, que atribuem culpas pela pandemia ou rechaçam medidas de precaução. Especialista alemão em coronavírus responde a algumas delas. (18/09)
Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters
O risco de festas familiares para a transmissão da covid-19
Em alguns casos, basta um infectado para causar um surto e espalhar a doença por diversas regiões. Apesar do potencial para propagar o coronavírus, superdisseminadores podem também ser uma arma no combate à pandemia. (28/09)
Foto: picture-alliance/dpa/D. Mauer
Cidade onde a covid-19 surgiu volta à normalidade
Considerada o "marco zero" da pandemia do novo coronavírus, Wuhan tem ruas comerciais cheias e festas em piscinas. A cidade chinesa não registra novos casos desde maio, e moradores criticam a resposta global à pandemia. (28/09)
Foto: AFP/Getty Images
Mundo ultrapassa marca de 1 milhão de mortes por covid-19
EUA e Brasil concentram 35% das mortes oficialmente identificadas no mundo, apesar de representarem apenas 7% da população global. Secretário-geral da ONU pede mais "liderança responsável" e diz que "desinformação mata". (29/09)
Foto: Sally Hayden/Sopa/Zuma/picture alliance
Testes rápidos para nações pobres
A OMS anunciou a distribuição de 120 milhões de testes rápidos para países pobres, afirmando se tratar de um meio simples e barato de interromper cadeias de transmissão do coronavírus. Acordo foi firmado entre fabricantes de teste rápido e a Fundação Bill e Melinda Gates. Campanha faz parte de iniciativa global lançada em abril por OMS, Comissão Europeia, Fundação Gates e o governo francês.(30/09)
Foto: picture-alliance/ZUMAPRESS.com/N. Sharma
Mundo pode ter vacina contra covid-19 até o fim do ano, diz OMS
Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde diz haver esperança de que imunizante contra o coronavírus esteja disponível ainda em 2020, enquanto entidades avançam em estudos pelo mundo. (06/10)
Foto: picture-alliance/dpa/Tass/V. Prokofyev
Coronavírus pode sobreviver por até 28 dias em superfícies
A 20 °C, o novo coronavírus é "extremamente robusto" em superfícies lisas, como telas de celulares, sobrevivendo por 28 dias sobre vidro, aço inoxidável e cédulas de dinheiro feitas de plástico. Pesquisadores da Austrália testaram o Sars-Cov-2 em ambientes escuros sob três temperaturas e concluíram que a capacidade de sobrevivência do vírus diminui conforme aumenta o calor no ambiente.
Foto: AFP/National Institutes of Health
Reinfecção pelo coronavírus pode ser mais grave, diz estudo
Pesquisadores chamam atenção para caso de americano que contraiu covid-19 pela segunda vez e precisou de ajuda respiratória. Constatação pode mudar não só corrida por vacina, como forma como mundo combate a pandemia. (13/10)
Foto: MEHR/M. Safari
Sindemia? Covid-19 pode ser mais que uma pandemia
Glossário da crise do coronavírus ganha novo termo. Ele reflete a ideia de que o vírus não atua simplesmente sozinho, mas sim compactuando com outras doenças. E isso demanda uma abordagem diferente. (14/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Mejia
Cães farejadores de covid: eficazes e baratos
Pesquisadores da Finlândia já estão utilizando cachorros treinados para detectar o coronavírus, com precisão de quase 100%. Preconceito de ser diagnosticado por um animal explica desinteresse de políticos. (23/10)
Foto: Lehtikuva/Reuters
Recuperados da covid-19, mas ainda não saudáveis
Estudos iniciais apontam que pelo menos metade dos pacientes infectados lidam com exaustão e falta de ar até meses após terem sido considerados curados. Efeitos a longo prazo do coronavírus ainda intrigam pesquisadores. (25/10)
Foto: Janina Semenova/DW
Europa enfrenta alta alarmante de mortes por covid-19
Em meio a uma segunda onda de infecções, países europeus batem recordes de óbitos pelo coronavírus em meses e aumentam restrições. Número de mortes diárias no continente aumentou quase 40% em relação à semana anterior, diz OMS. (27/10)
Foto: Ludovic Marin/AFP
Alemanha anuncia lockdown parcial para conter segunda onda
Merkel e governadores endurecem medidas em meio a recordes de novos casos de covid-19. Restaurantes, bares e cinemas voltarão a fechar por todo mês de novembro. Escolas e creches permanecem abertas. Também na França foi decretado lockdown parcial em todo o país, incluindo o fechamento de restaurantes e bares. "Fiquem em casa o máximo possível e respeitem as regras", pediu o presidente. (28/10)