1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Entenda os planos de Trump para controlar o TikTok

26 de setembro de 2025

Proposta de transferência das operações da plataforma chinesa de vídeos nos EUA para oligarcas aliados do presidente avança com assinatura de ordem executiva.

Celular com a marca do TikTok e uma imagem de Trump  e a bandeira americana ao fundo
Desde que tomou posse, Trump tem estendido o prazo para venda da rede social para controladores americanos, como diz a lei Foto: Adriana Adie/ZUMA/picture alliance

O presidente Donald Trump assinou na quinta-feira (25/09) uma ordem executiva com os termos de um acordo para transferir o controle das operações do TikTok nos EUA. O acordo com a empresa chinesa ByteDance abrirá caminho para que a plataforma permaneça ativa no país, e de forma "segura", segundo o presidente.

O decreto de Trump permitirá que um grupo de investidores liderado pelos Estados Unidos compre 80% das operações do aplicativo, atendendo a uma lei federal que obriga a venda do controle de plataformas como o TikTok para uma empresa americana ou outro investidor considerado "confiável". Segundo a ordem executiva publicada na quinta-feira pela Casa Branca, a ByteDance, a empresa matriz do TikTok, manterá uma participação “inferior a 20%”.

O governo americano usou como argumento um suposto receio de que Pequim pudesse usar o aplicativo para acessar dados confidenciais ou para disseminar propaganda.

O governo vem trabalhando há meses para encontrar investidores não chineses para a versão americana do TikTok, avaliada em 14 bilhões de dólares (R$ 75 bilhões), segundo o vice-presidente JD Vance. Segundo o acordo, a ByteDance terá uma presença mínima na nova empresa.

O TikTok afirma ter mais de um bilhão de usuários em todo o mundo, incluindo mais de 170 milhões nos Estados Unidos, quase metade da população do país.

Na cerimônia de assinatura do decreto, Trump disse que a versão americana do aplicativo seria administrada por investidores "altamente sofisticados", incluindo Larry Ellison, fundador da gigante de nuvem Oracle e o magnata da mídia Rupert Murdoch, dois aliados ideólogicos do presidente dos EUA.

A empresa de investimentos Silver Lake Management e a poderosa Andreessen Horowitz, do Vale do Silício, também devem fazer parte do acordo. Apesar de todos investidores mencionados serem seus aliados, Trump insistiu que o aplicativo não seguiria uma linha política.

"A alienação proposta permitiria que milhões de americanos que usam o TikTok todos os dias continuassem a usá-lo, ao mesmo tempo em que protegeria a segurança nacional", afirmou Trump. A plataforma conta com cerca de 170 milhões de usuários americanos.

O que diz a lei e o acordo?

Ainda há muitas incertezas sobre o acordo em andamento, mas Trump disse que o líder chinês Xi Jinping concordou em levá-lo adiante

"Houve alguma resistência da China, mas nosso principal objetivo era garantir a operação do TikTok, ao mesmo tempo em que protegíamos a privacidade dos dados dos americanos, conforme exigido por lei", disse Vance, considerado por Trump um dos principais arquitetos do pacto.

Em 2024, ainda sob a gestão de Joe Biden, o Congresso determinou que o TikTok deveria ser vetado nos EUA se o seu controle não fosse transferido para uma empresa suficientemente separada da matriz chinesa, especialmente em termos de acesso de Pequim aos servidores que armazenam dados de usuários.

Trump adiou repetidamente a aplicação da lei por meio de sucessivas ordens executivas, mais recentemente prorrogando o prazo até 16 de dezembro de 2025. A ordem de quinta-feira prorrogou ainda mais esse prazo, concedendo um adiamento de 120 dias para concluir a transação, ou seja, até 23 de janeiro.

Na coletiva de imprensa, Trump disse que "os jovens" estavam implorando para que ele "salvasse o TikTok". Ele lembrou do ativista conservador Charlie Kirk, assassinado no início deste mês, dizendo que foi ele quem o incentivou a entrar na plataforma de mídia social.

O que deve mudar no TikTok?

"Esse acordo significa que os americanos poderão continuar a usar o TikTok, e com mais tranquilidade do que antes, porque seus dados estarão protegidos e não serão usados como uma ferramenta de propaganda contra o público", argumentou Vance.

O vice-presidente afirmou que o aplicativo contará com um modelo nacional do algoritmo usado atualmente, frequentemente descrito como o "ingrediente secreto" que ajudou o TikTok a se tornar uma das plataformas mais populares do mundo em poucos anos. Ele enfatizou que o pacto garante que a empresa americana e os investidores americanos terão "controle total" sobre o algoritmo.

Segunfo ele, a Oracle, inclusive, armazenava dados da plataforma mesmo quando a ByteDance controlava o aplicativo nos EUA.

sf (AFP, EFE, AP)

Estes livros estão sendo banidos nos EUA

15:44

This browser does not support the video element.