Entidades de saúde assinam cooperação global contra o zika
10 de fevereiro de 2016
Revistas científicas, ONGs e institutos de pesquisa, incluindo a Fiocruz e a OMS, se comprometem a agilizar o compartilhamento de dados sobre o vírus, destacando que pesquisa é essencial para combater a doença.
Anúncio
Mais de 30 entidades da área da saúde, incluindo revistas científicas, ONGs, fundos e institutos de pesquisa, se comprometeram nesta quarta-feira (10/02) a compartilhar informações e resultados de análises sobre o vírus zika "da forma mais ágil e aberta possível".
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem liderado as pesquisas sobre o patógeno no Brasil, está entre os signatários do acordo, ao lado das Organização Mundial da Saúde (OMS), do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e da fundação francesa Instituto Pasteur.
"A pesquisa é uma parte essencial da resposta a qualquer emergência de saúde global. E isso vale particularmente para o zika, já que se sabe tão pouco sobre o vírus, sobre como se propaga e sobre a possível ligação com a microcefalia", afirmou Jeremy Farrar, diretor da Wellcome Trust, instituição britânica de caridade voltada para a saúde, que também assinou o acordo.
A declaração conjunta emitida pelas entidades tem o objetivo de garantir que qualquer informação importante no combate ao zika seja disponibilizada à comunidade internacional sem taxas ou burocracia. A Fundação Bill e Melinda Gates, a ONG Médicos sem Fronteiras e a revista Nature também entraram no acordo.
"No contexto de uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, é imperativo que todas as partes disponibilizem qualquer informação que possa ter algum valor para combater a crise", diz o documento. "Os argumentos para o compartilhamento de dados e as consequências de não fazê-lo foram colocados em completa evidência pelos surtos de ebola e zika."
Segundo reportagem da agência de notícias Associated Press (AP), a burocracia imposta pelo governo brasileiro tem forçado laboratórios americanos e europeus a trabalhar com amostras de epidemias anteriores, o que prejudica o desenvolvimento de testes diagnósticos, medicamentos e vacinas.
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.