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MigraçãoEuropa

Entradas irregulares na UE recuam 38% para 239 mil em 2024

14 de janeiro de 2025

Dado é de relatório da agência de controle de fronteiras Frontex, que atribui recuo à maior cooperação com países parceiros no combate a redes de coiotes. Mas situação na fronteira com Belarus piorou.

Homens negros acenam e sorriem de dentro de bote superlotado no Mar Mediterrâneo. Eles estão tentando chegar à União Europeia
Em 2024, maior parte dos imigrantes sem visto chegou à União Europeia pelo Mar Mediterrâneo (foto de arquivo)Foto: Daniel Kubirski/picture alliance

O número entradas irregulares na União Europeia (UE) caiu 38% em 2024, totalizando 239 mil – o menor número desde 2021 –, segundo dados da agência de controle de fronteiras Frontex.

A queda foi notável principalmente nas rotas do Mar Mediterrâneo e dos Bálcãs Ocidentais (que engloba Albânia, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Montenegro, Macedônia do Norte e Sérvia).

A Frontex atribui o cenário principalmente à maior cooperação entre a UE e parceiros no combate a redes que lucram com essa migração, cobrando altos valores de imigrantes pela travessia.

Os dados dizem respeito às entradas irregulares registradas, e não ao total de pessoas que tentaram entrar no bloco. Em alguns casos, a mesma pessoa pode cruzar fronteiras da UE diversas vezes em diferentes pontos.

Apesar da queda nos números, estabeleceu-se na Europa uma percepção de que o continente tem um problema com a migração irregular excessiva. O assunto ganhou o noticiário e o discurso político desde 2015, ano da crise de refugiados provocada pela guerra civil na Síria. Desde então, partidos de ultradireita que defendem uma política dura contra imigrantes e refugiados vêm ganhando espaço na UE.

A política migratória europeia viola os direitos humanos?

07:31

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Acordos bilaterais parecem estar surtindo efeito

Na Itália, um dos principais destinos de imigrantes irregulares, e no arquipélago de Malta, as chegadas de pessoas vindas da Tunísia e da Líbia teriam despencado 59%, totalizando 66,7 mil registros, segundo a Frontex.

Ao jornal Frankfurter Allgemeinen Zeitung, o chefe da agência, Hans Leijtens, afirma haver agora uma "melhor cooperação com os países do norte da África, principalmente com a Tunísia".

O país firmou um acordo com a UE em julho de 2023 que prevê a alocação de 105 milhões de euros na proteção de fronteiras ainda na Tunísia, mediante, por exemplo, o fortalecimento da guarda costeira e a deportação de imigrantes – em 2024, o país foi acusado de barrar imigrantes violentamente e largá-los à própria sorte no deserto.

Já o número de entradas irregulares através da rota dos Bálcãs Ocidentais caiu 78%, segundo a Frontex, totalizando 21,5 mil registros. Leijtens atribuiu a redução às regras mais rígidas de concessão de vistos na região, usada principalmente por cidadãos sírios que fugiam da guerra civil.

Desafios

Com cerca de 17 mil entradas em 2024, o número dos que chegam à UE sem visto pelas fronteiras em Belarus e Ucrânia quase triplicou.

A UE acusa a Rússia e Belarus, país aliado de Vladimir Putin, de fazer uso político dos imigrantes para sobrecarregar o bloco, garantindo-lhes livre passagem até países como Polônia e Finlândia. A UE reagiu autorizando o endurecimento das regras para concessão de asilo e refúgio – que, à luz do direito internacional, deve ser concedido a indivíduos que sofrem perseguição política ou fogem de conflitos e desastres naturais.

Na fronteira polonesa da UE com Belarus há agora uma cerca para barrar imigrantes (foto de arquivo)Foto: Czarek Sokolowski)/AP/picture alliance

Mas em números absolutos a situação é mais aguda nas Ilhas Canárias, arquipélago espanhol próximo à costa da África, com 47 mil chegadas e aumento de 18% – recorde desde 2009.

A Frontex também relata aumento da violência praticada por coiotes na rota dos Bálcãs Ocidentais, e alerta para novas possíveis crises de refugiados desencadeadas pela crescente instabilidade em regiões como o Sahel, na África.

Ainda segundo a agência, a rota do Mar Mediterrâneo segue perigosa. A Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações (OIM) estima que 2,3 mil pessoas tenham morrido nessa travessia rumo à Europa – às vezes, segundo acusações noticiadas pela imprensa, por ações hostis dos próprios membros de instituições estatais que tentam impedir a chegada dessas pessoas.

ra/bl (AFP, dpa, Reuters)

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