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Entre aplausos e vaias, britânicos dão último adeus a Thatcher

17 de abril de 2013

Centenas de milhares de pessoas acompanharam funeral da Dama de Ferro, realizado em Londres com pompa e polêmica. Muitos protestaram durante cortejo. Missa na Catedral de St. Paul reuniu mais de 2.300 convidados.

Foto: Reuters

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram em Londres nesta quarta-feira (17/04) para dar o último adeus à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, morta no dia 8, aos 87 anos, em decorrência de um derrame. O funeral foi acompanhado da mesma controvérsia que marcou a carreira política da Dama de Ferro, que, como afirmou o bispo de Londres na missa fúnebre, suscitou em vida "uma tempestade de opiniões contrárias".

O corpo de Thatcher passou durante uma hora por ruas do centro de Londres, em um percurso de quase 2 quilômetros entre o Parlamento e a Catedral de St. Paul. Nela, foi realizada uma missa, com a presença de cerca de 2.300 convidados – entre eles a rainha Elizabeth II; o primeiro-ministro David Cameron e todos os seus antecessores vivos; além de representantes de 170 países.

O cortejo passou sob aplausos das pessoas que estavam ao longo do trajeto. Algumas jogaram flores, e várias centenas, entretanto, viraram as costas à passagem do caixão, em sinal de protesto. Outros chegaram a vaiar a procissão.

Cortejo percorreu quase dois quilômetros, entre Parlamento e catedralFoto: Getty Images

Por causa das manifestações esperadas, foi preparado um forte esquema de segurança. Cerca de 4 mil policiais estavam no local, assim como 700 militares, vestidos com uniformes de desfile.

A cerimônia, com honras militares, não era oficialmente um funeral de Estado. De acordo com relatos da imprensa local, o evento custou aos contribuintes britânicos 10 milhões de libras (cerca de 30 milhões de reais), o que provocou severas críticas de adversários de Thatcher. O governo só pretende divulgar os custos mais tarde, mas garantiu que eles ficaram abaixo do valor especulado. A família de Thatcher estaria disposta a pagar os custos de transporte, flores e cremação.

Carregada por veteranos das Malvinas

O caixão entrou na catedral carregado por soldados que lutaram na Guerra das Malvinas, em 1982, coberto com a bandeira britânica e adornado com um ramo de rosas brancas. Nele, um cartão dos filhos gêmeos de Thatcher, Mark e Carol, onde se lia: "Nossa amada mãe, para sempre nos nossos corações".

Depois da leitura de passagens da Bíblia por uma neta de Thatcher e por Cameron, o bispo de Londres frisou que o objetivo do funeral era recordar a pessoa e não a personalidade política.

Além de aplausos, protestos acompanharam todo o percurso do caixãoFoto: Reuters

"Depois da tempestade de uma vida no centro da controvérsia política, há uma grande serenidade", disse o bispo Richard Chartres. "A tempestade de opiniões contrárias foi central em Thatcher, que se tornou uma figura simbólica e mesmo um 'ismo'", acrescentou, referindo-se ao termo thatcherismo.

Chartres prosseguiu, afirmando que é "importante" debater "as políticas e avaliar o impacto das decisões políticas" na vida das pessoas, mas que a missa fúnebre "não é o momento nem o local" para esse debate.

Ao fim do funeral, o caixão foi levado da capela para o Royal Hospital Chelsea, onde permanecerá até a cerimônia de cremação, que será realizada apenas com a presença de parentes.

MD/afp/lusa

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