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Equador declara estado de exceção após morte de candidato

Publicado 10 de agosto de 2023Última atualização 10 de agosto de 2023

Candidato à presidência foi assassinato em Quito. Apesar de crime, presidente equatoriano diz que eleições ocorrerão neste mês, como planejado.

Polícia isolou área onde ocorreu assassinato de Fernando Villavicencio
Fernando Villavicencio foi morto depois de um ato de campanha em QuitoFoto: Karen Toro/REUTERS

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou nesta quinta-feira (10/08) estado de exceção por dois meses após o assassinato de um dos candidatos à presidência do país. Apesar da morte, o líder equatoriano prometeu que as eleições geraismarcadas para este mês ocorrerão como previsto.

"As Forças Armadas estão mobilizadas em todo o território nacional para garantir a segurança dos cidadãos, a tranquilidade do país e as eleições livres e democráticas de 20 de agosto", disse Lasso em discurso transmitido no YouTube. O presidente também declarou três dias de luto nacional.

"Diante da perda de um democrata e um lutador, as eleições não estão suspensas. Ao contrário. Estas serão realizadas, e a democracia precisa se fortalecer. Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia", acrescentou Lasso.

Um dos candidatos à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, de 59 anos, foi assassinado a tiros nesta quarta-feira após participar de um ato de campanha na capital do país, Quito.

Fernando Villavicencio estava em segundo lugar nas sondagensFoto: Garel Benalcazar/Agencia Prensa-Independiente/IMAGO

Carlos Figueroa, um amigo pessoal de Villavicencio, afirmou em um vídeo divulgado em redes sociais que o candidato foi atingido por três disparos na cabeça e chegou a ser levado para um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos. 

Vídeo mostraria momento do crime

O crime ocorreu no final da tarde do lado de fora de um ginásio onde Villavicencio havia se reunido com apoiadores.

A mídia local reportou que cerca de 30 tiros foram disparados contra o político. Imagens de um vídeo postadas em mídias sociais parecem mostrar o momento do atentado. A filmagem mostra Villavicencio entrando em um carro após o comício, quando são ouvidos pelo menos 12 disparos.

Nove outras pessoas ficaram feridas no ataque. Um dos supostos agressores foi baleado e morto por seguranças. Promotores informaram que outros seis suspeitos foram presos em operações realizadas no sul de Quito e em uma cidade vizinha. "Este é um crime político que adquire caráter terrorista e não temos dúvidas de que este assassinato é uma tentativa de sabotar o processo eleitoral", disse Lasso.

A facção criminosa Los Lobos assumiu nesta quinta-feira a autoria do atentado. Em um vídeo postado nas redes sociais, supostos integrantes do grupo acusam Villavicencio de ter feito promessas aos criminosos que não teriam sido cumpridas. No vídeo, os criminosos ameaçam ainda o candidato Jan Topic supostamente pelo mesmo motivo. Segunda maior facção criminosa do Equador, o grupo Los Lobos atua no tráfico internacional de cocaína.

Ameaças

Villavicencio, identificado como um ferrenho opositor do ex-presidente Rafael Correa, vinha se deslocando sob proteção policial devido a ameaças que havia recebido semanas antes. O candidato de centro-direita pelo movimento Construye e ex-parlamentar era um dos favoritos e estava em segunda colocação na corrida presidencial, de acordo com pesquisas de opinião recentes.

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atamaint, acrescentou que "a data das eleições marcadas para 20 de agosto permanece inalterada".

Nos últimos anos, o Equador vem sendo palco de uma onda de violência ligada ao narcotráfico. No final de julho, Lasso declarou estado de emergência na cidade de Duran e nas províncias costeiras de Los Rios e Manabi, após um massacre na prisão e o assassinato de um prefeito.

O Equador encerrou 2022 com a maior taxa de mortes violentas de sua história, registrando 25,32 por 100 mil habitantes, a grande maioria associada, segundo o governo, ao crime organizado e ao narcotráfico, que ganhou força no litoral e transformou os portos em grandes polos de distribuição de cocaína para Europa e América do Norte.

A luta contra o crime tem sido uma das principais promessas dos candidatos que querem suceder o conservador Guillermo Lasso como presidente nas eleições gerais extraordinárias marcadas para o próximo dia 20.

Além de Villavicencio, concorrem às eleições presidenciais o ambientalista Yaku Pérez, a 'correísta' Luisa González, o especialista em segurança Jan Topic, o ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner, o político empresário Xavier Hervas, o empresário e ex-parlamentar Daniel Noboa e o independente Bolívar Armijos.

md/cn (AFP, Lusa, Reuters, EFE)

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