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Equipe de transição de Bolsonaro tem 28 nomes – todos homens

6 de novembro de 2018

Presidência nomeia Onyx Lorenzoni e outros 27 para comandar transição de governo. Lista, que ainda deve aumentar, inclui acusado de agressão e empresário dono da maior prestadora de serviços da campanha do ex-militar.

Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni é o coordenador da equipe de transição
Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni é o coordenador da equipe de transiçãoFoto: Reuters/A. Machado

A Casa Civil nomeou nesta segunda-feira (05/11) 28 nomes indicados pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para compor a equipe de transição de governo. Não há nenhuma mulher.

O processo será coordenado por Onyx Lorenzoni, confirmado por Bolsonaro para chefiar a Casa Civil no novo governo. Sua nomeação como ministro extraordinário do governo de transição foi a primeira a ser publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União.

Mais tarde, em edição extra, foram nomeados os demais 27 integrantes da equipe. Durante a transição, a maioria deles vai receber salários que variam entre 2.585 reais e 16.215 reais, enquanto cinco nomes foram designados sem remuneração.

Bolsonaro pode indicar até 50 pessoas para sua equipe de transição, que é responsável por colher informações do atual governo e planejar as ações do próximo. Até o fim desta semana, outros nomes devem ser agregados à lista.

Segundo Onyx, foram criados dez grupos temáticos para os trabalhos. São eles: desenvolvimento regional; ciência, tecnologia, inovação e comunicação; modernização do Estado; economia e comércio exterior; educação, cultura e esportes; Justiça, segurança e combate à corrupção; defesa; infraestrutura; produção sustentável, agricultura e meio ambiente; e saúde e assistência social.

Os grupos, que devem desenhar a composição dos ministérios na próxima gestão, foram anunciados pelo chefe do governo de transição após a primeira reunião da equipe em Brasília nesta segunda. Onyx afirmou que outros grupos temáticos serão anunciados ao longo da semana.

A equipe de transição

A lista divulgada nesta segunda-feira inclui, além de Onyx, outros três ministros já confirmados: Paulo Guedes, que deve chefiar o superministério da Economia, Augusto Heleno, apontado para a Defesa, e Marcos Pontes, indicado para a Ciência e Tecnologia.

O advogado Gustavo Bebianno, que até pouco tempo atrás atuou como presidente interino do PSL, partido do presidente eleito, e foi um dos principais coordenadores da campanha de Bolsonaro à Presidência, também aparece na relação de oficializados.

O vice-presidente nacional do PSL, Julian Lemos, é outro membro. Eleito deputado federal pela Paraíba neste ano e coordenador da campanha no Nordeste, ele já foi acusado de agressão pela irmã e pela ex-mulher, tendo sido alvo da Lei Maria da Penha por três vezes.

Em um dos casos, foi preso em flagrante. Dois inquéritos foram arquivados, e o terceiro segue na Justiça. Lemos nega todas as alegações.

Outro nome que chamou atenção foi o do empresário Marcos Aurélio Carvalho, um dos donos da agência AM4 Brasil Inteligência Digital – a empresa que mais forneceu serviços à campanha do capitão reformado.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ele terá um salário de quase 10 mil reais durante a transição e afirmou que vai "ajudar na comunicação" da equipe.

Em 30 de outubro, dois dias após o segundo turno, a campanha de Bolsonaro apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um gasto adicional de 535 mil reais com a AM4, tornando-a a maior prestadora de serviços da candidatura, segundo os dados divulgados até o momento.

Com os 115 mil reais já declarados no primeiro turno, os gastos totais com a empresa de Carvalho somaram 650 mil reais. A campanha especificou os serviços prestados pela agência como sendo criação de site de campanha e consultoria de marketing e mídias digitais.

Em 18 de outubro, uma reportagem da Folha revelou que empresários teriam desembolsado milhões de reais para a compra de serviços de disparos de mensagens em massa contrárias ao PT no WhatsApp, a fim de beneficiar a candidatura de Bolsonaro. A prática é considerada ilegal e levou à abertura de uma investigação contra o presidente eleito no TSE.

Em nota, a AM4 declarou não ter fornecido esse tipo de serviço. "A AM4 já esclareceu em diversas oportunidades que não adota, não recomenda e reputa ineficaz o envio de mensagens em massa por WhatsApp para contatos de base de dados que não seja própria."

A agência também afirma que o único disparo efetuado, para 8 mil contatos, tinha "como conteúdo tão somente o novo número de celular para que doadores previamente cadastrados pudessem fazer contato". "Todas as ações da campanha foram absolutamente regulares e respaldadas pela legislação eleitoral", conclui.

Confira a lista completa dos nomeados à equipe de transição até agora:

  • Onyx Lorenzoni
  • Marcos Aurélio Carvalho
  • Paulo Roberto
  • Marcos César Pontes
  • Luciano Irineu de Castro Filho
  • Paulo Antônio Spencer Uebel
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  • Gustavo Bebianno Rocha
  • Arthur Bragança de Vasconcellos Weintraub
  • Gulliem Charles Bezerra Lemos
  • Eduardo Chaves Vieira
  • Roberto da Cunha Castello Branco
  • Luiz Tadeu Vilela Blumm
  • Carlos Von Doellinger
  • Bruno Eustáquio Castro de Carvalho
  • Sérgio Augusto de Queiroz
  • Antônio Flávio Testa
  • Carlos Alexandre Jorge da Costa
  • Paulo Roberto Nunes Guedes
  • Waldemar Gonçalves Ortunho Junior
  • Abraham Bragança Vasconcellos Weintraub
  • Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro
  • Ismael Nobre
  • Alexandre Xavier Ywata de Carvalho
  • Pablo Antônio Fernando Tatim dos Santos
  • Waldery Rodrigues Junior
  • Adolfo Sachsida
  • Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque

EK/abr/ots

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