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Egito

11 de fevereiro de 2011

Hosni Mubarak renuncia ao governo, depois de semanas de protestos populares. Conselho das Forças Armadas assume comando do país. Manifestantes comemoram.

Anúncio foi feito por vice-presidente, Omar SuleimanFoto: AP

A praça Tahrir, palco dos protestos no Egito, cedeu lugar à comemoração popular, nesta sexta-feira (11/02), após o anúncio da renúncia de Hosni Mubarak. O então presidente havia abandonado a cidade mais cedo a bordo de um helicóptero, juntamente com sua família.

A notícia chegou ao público pela televisão. "Depois de tempos difíceis no país, o presidente Mohamed Hosni Mubarak decidiu deixar o governo e indicou o Alto Conselho das Forças Armadas para assumir o comando", comunicou Oman Suleiman, vice-presidente do Egito frente às câmeras.

O comunicado de Suleiman veio um dia depois de Mubarak ter se afirmado que permaneceria no cargo. A intransigência do chefe de governo levou milhares de egípcios às redondezas do palácio presidencial.

Repercussão

A resposta de lideranças políticas foi imediata. A União Europeia parabenizou a decisão de Mubarak ao, finalmente, "ter ouvido as vozes do povo egípcio". Catherine Ashton disse, em nome da UE, que a saída do então presidente irá "abrir o caminho para reformas mais rápidas e mais profundas" no Egito. O bloco europeu também se mostrou disposto a ajudar o país, em prol de maior estabilidade.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, classificou o fato como "mudança histórica". Merkel disse se alegrar com a população do Egito e acrescentou: "Peço aos que agora detêm o poder que tenham a responsabilidade de tornar irreversíveis as mudanças no país".

Multidões comemoram renúncia de governanteFoto: picture-alliance/dpa

Diante da incerteza do novo governo egípcio, a premiê alemã defendeu que o tratado de paz com Israel, assinado em 1979, continue sendo respeitado após a renúncia de Hosni Mubarak. Israel também se pronunciou instantaneamente. Representantes do governo disseram esperar que a transição de poder no Egito se dê de forma "suave".

O controverso governo iraniano também saudou a "grande vitória" do povo egípcio. "A conquista da grande nação egípcia sobre a resistência de oficiais, dependentes das potências mundiais, é uma grande vitória", disse Ramin Mehmanparast, ministro iraniano de Relações Exteriores.

Forças Armadas

Horas depois do anúncio de renúncia, a televisão estatal egípcia exibiu um comunicado do representante do Conselho Supremo das Forças Armadas. Num discurso breve, os militares disseram que estão estudando medidas "para melhor atender às demandas da população.

Mohamed el-Katatni, membro do alto escalão da Irmandade Muçulmana, principal grupo egípcio de oposição, disse que irá aguardar os próximos passos do Alto Conselho Militar. Um dia antes, o movimento havia conclamado os egípcios a não desistirem dos protestos e resistirem o tempo que fosse necessário. "Saúdo o povo do Egito e seus mártires. Este é o dia da vitória. A principal meta da revolução foi atingida", disse el-Katatni.

Ainda na sexta-feira, o governo na Suíça ordenou o congelamento de contas bancárias e fundos pertencentes a Hosni Mubarak. A medida deve perdurar por três anos, com o objetivo de prevenir qualquer risco de apropriação indevida de bens públicos.

NP/ap/dpa/rtr/afp

Revisão: Soraia Vilela

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