1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaTurquia

Erdogan afirma que não permitirá Suécia e Finlândia na Otan

16 de maio de 2022

Líder turco acusa as nações do norte da Europa de abrigarem militantes considerados terroristas por Ancara, incluindo curdos. Adesão à aliança militar precisa de aval de todos os seus atuais membros.

Erdogan
Erdogan afirmou que Otan se tornaria "um lugar onde representantes de organizações terroristas estão concentrados" Foto: Yves Herman/REUTERS

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou nesta segunda-feira (16/05) a oposição da Turquia à adesão da Finlândia e da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e acusou os dois países de não tomarem uma posição clara contra o terrorismo.

Os dois países nórdicos anunciaram oficialmente a intenção de se candidatarem à Otan após a invasão russa da Ucrânia. Qualquer proposta de adesão à aliança militar deve ser aprovada por unanimidade pelos atuais 30 membros da Otan, incluindo a Turquia.

"Não diremos 'sim' àqueles que impõem sanções contra a Turquia para aderirem à organização de segurança Otan", disse Erdogan. Referindo-se às intenções das delegações sueca e finlandesa de se reunirem com as autoridades turcas, afirmou: "Eles dizem que virão à Turquia na segunda-feira. Eles virão para nos persuadir? Desculpe-nos, mas eles não devem se incomodar."

Argumentos de Ancara

A Turquia acusa ambos os países de abrigarem grupos terroristas, incluindo militantes curdos considerados ilegais por Ancara, a União Europeia e os Estados Unidos. Nos últimos cinco anos, a Suécia e a Finlândia não autorizaram 33 pedidos de extradição feitos pela Turquia nos últimos cinco anos, disseram fontes do Ministério da Justiça turca à agência oficial de notícias Anadolu.

A agência informou que a Turquia quer a extradição de indivíduos acusados de terem ligações com militantes curdos ou pertencentes ao movimento liderado por Fethullah Gülen, responsabilizado por Erdogan por uma tentativa de golpe de Estado em 2016.

A Turquia repreendeu a Suécia em particular por tratar de forma definida por Ancara como leniente o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que tem conduzido uma insurgência violenta contra o estado turco desde 1984. A Suécia também suspendeu as vendas de armas à Turquia desde 2019 por causa da operação militar de Ancara na Síria.

"Nenhum dos países tem uma posição clara contra as organizações terroristas", disse Erdogan. Segundo ele, a Otan se tornaria "um lugar onde representantes de organizações terroristas estão concentrados" se ambas as nações escandinavas aderissem à aliança.

Reunião com secretário de Estado americano

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, expressou confiança no domingo que a Suécia e a Finlândia adeririam à Otan, apesar das preocupações manifestadas pela Turquia.

O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, se reunirá com Blinken em Washington na quarta-feira, quando as objeções de Ankara devem figurar no topo da agenda.

bl (AFP, Reuters)

Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque