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Erdogan conclama turcos a boicotar CDU, SPD e verdes

18 de agosto de 2017

Presidente afirma que partidos são "inimigos da Turquia" e não devem receber apoio dos turcos que vivem na Alemanha na próxima eleição. Declaração marca mais um ponto de hostilidade nas relações bilaterais.

Recep Tayyip Erdogan durante discurso
"Conclamo meus compatriotas a não cometer o erro de apoiar os democrata-cristãos, o SPD ou os verdes", disse ErdoganFoto: Reuters/U. Bektas

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, conclamou nesta sexta-feira (18/08) os turcos que vivem na Alemanha a votar contra os "inimigos da Turquia" na próxima eleição parlamentar alemã, em 24 de setembro.

Os partidos que Erdogan classificou de inimigos da Turquia são a União Democrata Cristã (CDU), o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido Verde. "Conclamo todos os meus compatriotas na Alemanha a não cometer o erro de apoiar os democrata-cristãos, o SPD ou os verdes", disse o presidente turco em Istambul.

Leia a cobertura completa sobre a eleição na Alemanha em 2017

Os turcos que vivem na Alemanha devem optar por partidos que não se comportam de forma hostil perante a Turquia, disse Erdogan, sem mencionar quais seriam. Outros partidos com chances de eleger representantes para o Bundestag, como o Partido Liberal Democrático (FDP), A Esquerda e a AfD, também têm posições críticas em relação ao governo Erdogan.

O presidente turco afirmou que a CDU e o SPD criticam a Turquia para conquistar eleitores. Votar em partidos que não são hostis à Turquia é uma "questão de honra", disse.

As declarações de Erdogan não deverão ter maiores efeitos sobre o resultado da eleição, mas ilustram o crescente grau de hostilidade entre os dois países, que são parceiros na Otan. A Turquia acusa a Alemanha de abrigar golpistas, e cidadãos alemães estão presos na Turquia.

O presidente voltou a pedir à Alemanha que extradite supostos golpistas. "Assim como a Alemanha espera que entreguemos seus cidadãos, esperamos que os terroristas que lá estão sejam entregues para nós", disse.

As declarações de Erdogan causaram indignação na Alemanha. Em resposta, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, líder da CDU, afirmou que todos os cidadãos alemães têm o direito de liberdade para votar. "Nós nos proibimos qualquer tipo de interferência na formação de opinião", acrescentou.

Em mensagem publicada no Twitter, o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, ressaltou que o governo alemão espera que governos estrangeiros não se intrometam em assuntos internos da Alemanha.

O ministro do Exterior alemão, Sigmar Gabriel, do SPD, afirmou que as declarações são um ataque à soberania da Alemanha e acusou Erdogan de querer destruir a liberdade, a democracia e o Estado de direito.

Há cerca de 1,25 milhão de eleitores teuto-turcos na Alemanha. Pesquisas indicam que cerca de dois terços deles votam no SPD, e os demais no Partido Verde, em A Esquerda e na CDU. Apesar da preferência pelos social-democratas, muitos teuto-turcos apoiam Erdogan e seu partido islâmico-conservador AKP, que costuma ir melhor na Alemanha do que na Turquia em eleições.

AS/dpa/afp/rtr

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