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Erdogan descarta saída do Chipre

13 de janeiro de 2017

Em meio a negociações para encerrar divisão que se estende por mais de quatro décadas, presidente turco afirma que não fará concessões. "Ficaremos lá para sempre", diz.

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
Presidente turco, Recep Tayyip ErdoganFoto: picture-alliance/Anadolu Agency/Turkish Presidency/M. Cetinmuhurdar

Depois que as negociações em Genebra reacenderem as esperanças sobre uma solução definitiva para o conflito no Chipre, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, descartou nesta sexta-feira (13/01) desocupar o país dividido.

"Respeito as garantias. Nunca esperem garantias onde a Turquia não estiver. Ficaremos lá para sempre", afirmou Erdogan, ao comentar as negociações entre as duas comunidades que pretendiam acabar com a divisão da ilha.

Erdogan disse que os cipriotas turcos estão trabalhando intensivamente e sendo sinceros, mas que Atenas e os cipriotas gregos ainda têm expectativas diferentes. O principal impasse é a presidência rotatória, na qual a comunidade cipriota grega teria quatro turnos para cada um dos cipriotas turcos. O presidente afirmou que a proposta é inaceitável.

"Um para quatro é impossível. Já falamos disto antes. Será um para dois, o que significa um período para os turcos e dois para os cipriotas gregos. Isso é justo, se queremos uma paz justa e ampla lá", garantiu Erdogan.

Os gregos rejeitam categoricamente a presidência rotatória no caso de um futuro Estado federal bicomunal e com duas partes, mas com uma só nacionalidade e estatuto internacional.

Erdogan ressaltou ainda que, além desta concessão, os negociadores de Genebra não deveriam esperar mais nada da Turquia.

A ilha, localizada no Mar Mediterrâneo, está dividida desde 1974, quando foi ocupada por tropas turcas em resposta a um de golpe que pretendia a união do país com a Grécia. Sua divisão compreende a República do Chipre, membro da União Europeia desde 2004, e República Turca do Chipre do Norte, reconhecida apenas pelo governo em Ancara.

A Turquia ainda mantém mais de 30 mil soldados na ilha, e tanto a Grécia quanto o governo do Chipre querem que os militares se retirem. Em 1974, os cipriotas turcos correspondiam a 18% da população local, mas atualmente eles controlam mais de um terço do território da ilha.

CN/efe/rtr/ap/afp

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