Erfurt: Cem mil pessoas participam da cerimônia fúnebre
3 de maio de 2002Milhares de pessoas de todas as partes da Alemanha viajaram para Erfurt com o intuito de participar da cerimônia fúnebre em memória dos 16 mortos na chacina ocorrida na última sexta-feira (26), no Ginásio de Gutenberg, quando nove professoras, quatro professores, um policial, uma estudante de 14 anos e um estudante de 15 anos foram vítimas dos tiros disparados pelo jovem Robert Steinhäuser, 19 anos, que depois cometeu suicídio.
O ato brutal comoveu a população do país. Uma semana após a tragédia, o desamparo e a consternação ainda estão bem presentes. Nem mesmo a chuva forte que caiu em Erfurt na manhã de hoje (3) intimidou as pessoas, que se concentraram perto da catedral da cidade, onde foi montada uma enorme cruz branca.
O chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, o presidente do Parlamento, Wolfgang Thierse, ministros, governadores e diversos outros políticos participaram dos atos fúnebres.
Solidariedade -
O presidente da Alemanha, Johannes Rau, aproveitou a ocasião para fazer um alerta quanto aos perigos de um "embrutecimento" da sociedade e pediu mais solidariedade entre os cidadãos. Ele disse que ninguém pode chegar ao extremo de achar que não tem mais futuro. Apesar da concorrência inerente dos dias de hoje, uma sociedade humana consegue ser mais estável se levar em conta a necessidade da ajuda mútua e da consideração para com os mais fracos.Rau lembrou também da importância do papel dos meios de comunicação no processo de humanização da sociedade e na formação dos jovens, condenando o número exagerado de programas que fazem uso da violência.
Esperança -
O governador da Turíngia, Bernhard Vogel, fez um apelo para que as pessoas não permaneçam na dor. "Nós sabemos agora que existe muito mais afinidade entre as pessoas do que supúnhamos há uma semana. Erfurt não pode se tornar o símbolo de um ato tão brutal. A esperança deve ser a tônica da cidade."Atenção -
Durante a cerimônia religiosa ecumênica, o bispo da Igreja Evangélica do estado da Turíngia, Christoph Kähler, conclamou a população a dar mais atenção ao próximo. Só assim será possível transpor "a raiva e a decepção, a fúria e o sofrimento", concluiu o religioso.Os sinos das igrejas da Turíngia badalaram durante os atos fúnebres. As bandeiras ainda permanecem a meio mastro em toda a Alemanha.