Mais fumaça
17 de maio de 2010
A erupção do vulcão islandês Eyjafjöll, que começou no dia 14 de abril, já chegou três vezes ao ápice. "Nos primeiros quatros dias de erupção, depois no dia 5 de maio e agora na última sexta-feira", disse o geofísico islandês Magnus Tumi Gudmundsson. Desde o início da erupção, pesquisadores islandeses estimam que já foram expelidos pelo vulcão 250 milhões de metros cúbicos de cinzas e outros materiais sólidos.
Gudmundsson ressaltou que o processo em andamento na geleira Eyjafjallajökull é uma erupção de grandes proporções, e a maior na Islândia desde a famosa erupção do vulcão Katla (próximo ao Eyjafjöll) em 1918. Para o pesquisador, o processo ainda está em fase ascendente, e na há previsão para que o fenômeno acabe. "Realmente não existe possibilidade de dizer quando a erupção vai parar. Já houve uma porção de atividades sísmicas sob a Eyjafjallajökull, o que significa que o magma ainda está emergindo", diz.
Alguns aeroportos reabriram
O vulcanólogo islandês Björn Oddsson disse que a atividade vulcânica aumentou ligeiramente de sexta-feira para domingo. "A coluna de fumaça cresceu e chega a oito quilômetros de altura", informou. Nos dias anteriores, a nuvem atingia seis quilômetros.
A avaliação dos especialistas chegou juntamente com o alerta de autoridades para o cancelamento de cerca de mil voos na Europa nesta segunda-feira. Os aeroportos de Heathrow e de Gatwick, em Londres, foram reabertos no início da tarde depois de ficarem fechados durante toda a noite. Também os aeroportos de Amsterdã e Rotterdã na Holanda, foram reabertos, mas os de Dublin, Sligo e Donegal, na Irlanda, e Manchester e Liverpool, na Inglaterra continuavam bloqueados.
Lufthansa faz voos de teste
Vários testes foram realizados pela companhia aérea alemã Lufthansa no domingo, com um voo de seis horas para avaliar a concentração de fumaça vulcânica no espaço aéreo europeu. Os dados meteorológicos coletados vão ajudar a determinar o risco para aeronaves, caso a fumaça do vulcão islandês volte a pairar sobre a Europa central.
Resultados preliminares de oficiais da aviação na Alemanha sugerem que o espaço aéreo alemão será poupado da nuvem de fumaça na próxima semana. A Lufthansa realizou um voo semelhante no dia 20 de abril, em meio a uma semana caótica para as viagens aéreas na Europa.
Para companhias aéreas, fechamento é exagero
O chefe da companhia aérea British Airways, Willie Walsh, considerou um "grande exagero" o novo fechamento do espaço aéreo por causa da nuvem de cinzas. Walsh disse estar preocupado "porque as decisões de fechar e abrir aeroportos são baseadas em modelos teóricos. Não havia qualquer evidência de cinzas vulcânicas no céu de Londres hoje, mas mesmo assim o Heathrow foi fechado", disse ele nesta segunda-feira.
A nuvem de fumaça inicial manteve no solo dezenas de milhares de voos em todo o continente durante quase uma semana, levando ao maior bloqueio do espaço aéreo desde a Segunda Guerra Mundial. A interrupção nas viagens causou a perda diária de milhões de dólares para as companhias aéreas. Os aeroportos também sofreram perdas financeiras, e passageiros e turistas ficaram retidos durante vários dias.
FF/dpa/ap/afp/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer