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ES tem mais PMs nas ruas, mas paralisação segue

12 de fevereiro de 2017

Após oito dias de greve, 875 policiais militares se apresentam sem passar pelos quartéis, onde mulheres continuam bloqueando a saída de viaturas. Número de mortos passa de 140 em meio a onda de violência.

Brasilien Espirito Santo Polizei Streik Gewalt
Farmácia em Cachoeiro de Itapemirim se mantém aberta, mas com portas baixadas: estado vive onda de violênciaFoto: Reuters/P. Whitaker

Mais de 870 policiais militares voltaram a patrulhar as ruas do Espírito Santo neste domingo (12/02), amenizando a crise gerada por uma paralisação que já dura oito dias. No período, o estado viveu uma onda de saques e violência, com mais de 140 homicídios.

Os agentes atenderam à chamada do Comando-Geral da corporação, e os que não voltaram ao trabalho poderão sofrer punições administrativas. Os policiais se apresentaram sem passar pelos quartéis.

Assim, eles evitam o bloqueio feito na entrada dos batalhões pelo movimento de mulheres que ainda estão acampadas neste domingo em protesto por melhores salários. A maior parte dos policiais que está retornando ao serviço são oficiais e praças que estavam de férias e de folga e que atenderam ao ultimato da direção da Polícia Militar feito na tarde de sábado e na manhã deste domingo.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (SESP), 250 homens se apresentaram para trabalhar na Grande Vitória, 275 na região sul e 350 no norte do estado.

No sábado à tarde, 600 policiais militares atenderam ao chamado da corporação e começaram a realizar policiamento ostensivo a pé nos locais indicados pela PM. À noite, a PM disse que 70 policiais foram retirados de helicóptero do Quartel do Comando-Geral, em Maruípe, na região central de Vitória. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública, esses agentes queriam voltar ao trabalho e foram impedidos de sair pelo movimento das mulheres.

Punição para policiais

O governo do estado acredita que o anúncio de punições aos policiais feitos desde sexta-feira pode ter influenciado na decisão dos militares de atender ao chamado do comandante-geral da corporação.

A ofensiva contra os grevistas inclui o indiciamento de 703 PMs, o anúncio de que tropas federais permanecerão no estado por tempo indeterminado e a promessa do governo Michel Temer de que a base aliada no Congresso não votará a anistia aos policiais.

O acordo entre as associações de policiais militares e o governo estadual fechado na noite de sexta-feira não foi suficiente para colocar fim à paralisação que mantém há oito dias os policiais militares e os bombeiros fora das ruas do Espírito Santo. As mulheres dos policiais não participaram das negociações com o governo.

Enquanto os policiais estavam aquartelados, o estado vivia uma onda de roubos, saques e violência. Segundo a imprensa local, o número de homicídios no estado, depois de oito dias de paralisação da PM, já passa de 140. 

FC/abr/ots

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