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Escândalo com ex-chefe da CIA atinge comandante dos EUA no Afeganistão

13 de novembro de 2012

John Allen passa a ser investigado em caso que derrubou David Petraeus. Envolvimento na polêmica leva Obama a cancelar promoção do general a líder máximo das operações militares da Otan.

O general John Allen, comandante das tropas aliadas no AfeganistãoFoto: Reuters

Na mesma medida em que deixa uma série de lacunas, o escândalo em torno do caso extraconjugal de David Petraeus, que já lhe custou o cargo de diretor da CIA (agência de inteligência norte-americana), ganha maiores proporções. E agora já começa minar a carreira de outro dos mais respeitados militares dos Estados Unidos, o general John Allen, chefe da missão dos Estados Unidos e da Otan no Afeganistão.

Nesta terça-feira (13/11), foi anunciado que Allen está sob investigação por ter trocado entre 20 mil e 30 mil páginas de mensagens, sobretudo e-mails, com Jill Kelley, amiga de longa data da família Peatreus e pivô do escândalo que derrubou o chefe da CIA.

Foram as denúncias de Jill Kelley de que estaria recebendo e-mails com ameaças de Paula Broadwell, amante de Petraeus, que levaram à investigação do FBI (polícia federal americana) que expôs a relação extraconjugal de Petraeus e culminou em sua renúncia como diretor da CIA.

Aberta pelo FBI, a investigação sobre John Allen está agora nas mãos do Pentágono e já começa a ter as primeiras consequências para ele. Na próxima quinta-feira, o general de 58 anos passaria pelo crivo do Senado para ser confirmado como chefe do comando supremo das tropas da Otan, mas o processo foi suspenso por ordem direta do presidente Barack Obama.

General nega má conduta

O teor das mensagens entre John Allen e Jill Kelley não foi revelado. Mas, segundo uma fonte do Departamento de Estado familiarizada com o caso, os e-mails tinham "mensagens inadequadas" para um militar. A possibilidade de que as mensagens contenham informações secretas é, junto à demora do FBI em tornar pública a investigação, o centro dos principais questionamentos sobre o caso.

O general é, ao lado do ex-diretor da CIA, um dos militares americanos mais renomados de sua geração. Antes de assumir a agência de inteligência, Petraeus foi comandante no Iraque e no Afeganistão. Já Allen, que também serviu no Iraque, está à frente das tropas em território afegão desde julho do ano passado.

O general Petraeus, ao centro, no AfeganistãoFoto: DW/Faridullah Zahir

Segundo o secretário de Defesa, Leon Panetta, Allen, que é casado, negou ter tido conduta imprópria. Panetta disse que o general segue à frente das tropas no Afeganistão, mas instou o Congresso a confirmar o mais rapidamente possível o nome de Joseph Dunford, que já havia sido apontado como seu sucessor. Também nesta terça-feira, um porta-voz da Casa Branca reiterou que Obama "tem confiança" no trabalho de Allen.

As evidências de que o caso envolvendo Petraeus não estava totalmente encerrado chegaram na madrugada de segunda-feira, quando agentes do FBI fizeram buscas na casa de Paula Broadwell na Carolina do Norte. Eles levaram dois computadores e cerca de dez caixas. Já Jill Kelly e seu marido, Scott, divulgaram um comunicado nesta terça-feira esclarecendo que são apenas amigos da família Petraeus e pedindo respeito a sua privacidade.

RPR/rtr/dpa/afp
Revisão: Francis França