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Doações ilegais

7 de julho de 2010

Presidente francês é acusado de ter recebido doações ilegais da herdeira da L'Oréal, Liliane Bettencourt, em 2007. Até agora, escândalo só havia atingido o ministro francês do Trabalho, Eric Woerth.

Para Sarkozy, denúncias são 'calúnias'Foto: picture alliance / dpa

O escândalo em torno herdeira da empresa de cosméticos L'Oréal, Liliane Bettencourt, envolve agora também o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Segundo o advogado da ex-contadora de Bettencourt, o político francês conservador recebeu doações ilegais no valor de 150 mil euros para sua campanha eleitoral em 2007.

O caso de doações ilegais ao partido do presidente francês chegou à Justiça francesa. Funcionários da Justiça informaram que, nesta quarta-feira (7/7), o Ministério Público de Nanterre, no oeste de Paris, iniciou as primeiras investigações sobre o caso.

Até agora, o escândalo somente havia atingido o ministro francês do Trabalho e tesoureiro do partido governista União por um Movimento Popular (UMP), Eric Woerth. Sua esposa trabalhava na administração dos bens da bilionária francesa, que está sob suspeita de fraude fiscal.

Como ministro do Orçamento, Woerth foi responsável, até março último, pela perseguição de infratores fiscais. A oposição francesa o acusa de conflito de interesses. Agora, paira no ar a denúncia de financiamento partidário ilegal.

Segunda a ex-contadora Claire T., Eric Woerth teria recebido dinheiro para a campanha eleitoral de Sarkozy em 2007. Além disso, o próprio Sarkozy e outros políticos conservadores teriam recebido regularmente "seu envelope" com dinheiro. Sarkozy, inclusive, já na época em que era prefeito do nobre subúrbio parisiense de Neuilly, disse a ex-contadora ao site de notícias Mediapart, que é dirigido pelo antigo editor-chefe do jornal Le Monde, Edwy Plenel. O presidente rejeita as acusações, que conceitua como calúnia.

Silêncio presidencial

Eric Woerth, ministro do Trabalho e tesoureiro da UMPFoto: AP

A soma máxima que pode ser doada a um partido político na França é de 7.500 euros ao ano; para um candidato em campanha eleitoral, 4.600 euros. À emissora de televisão TF1, Woerth disse que não teria "nunca recebido nem mesmo um euro ilegal". O ministro francês afirmou que estaria sendo agora vítima de uma intriga política da oposição socialista.

Políticos governistas acusam a oposição de estar por trás das denúncias, com o objetivo de derrubar a controversa reforma do sistema previdenciário.

Segundo o jornal Le Figaro desta quarta-feira (07/07), o presidente francês não irá comentar as acusações de financiamento partidário ilegal até 13 de julho, véspera do feriado nacional francês, quando emitirá parecer sobre a reforma do sistema previdenciário diante do gabinete de governo. Para o período após o recesso de verão, Sarkozy planeja formar um novo gabinete de governo, com o qual pretende fazer a campanha eleitoral de 2012.

"Grave crise moral"

A presidente dos socialistas, Martine Aubry, disse que na atual "grave crise moral" Sarkozy teria que, finalmente, dizer "a verdade". A ex-candidata socialista à presidência francesa, Ségolène Royal, acusou Sarkozy de ter elaborado "um sistema corrupto". Isso teria resultado que "no poder, estão pessoas que se servem em vez de servirem aos franceses".

Os políticos verdes franceses afirmam, por sua vez, que este pode se tornar "o pior escândalo político desde muito tempo". Caso as acusações se comprovem, seria necessário mais do que a reformulação do governo, ou seja, a "reformulação do presidente", explicou o partido.

CA/dpa/afp

Revisão: Roselaine Wandscheer

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