Escândalo leva a reformas radicais do Departamento do Trabalho
22 de fevereiro de 2002O escândalo das irregularidades nas estatísticas sobre intermediação de emprego fez mergulhar o Departamento Federal do Trabalho na maior crise dos seus 50 anos de história. Foi o estopim que levou o governo a querer transformar as estruturas desta repartição pública, pesada e burocrática, numa moderna empresa de prestação de serviços.
O "plano modernizador", segundo o chanceler Gerhard Schröder, será efetuado em duas etapas: a primeira, a ser implantada já nas próximas semanas e meses, reestrutura completamente a administração da repartição e reforça suas competências de intermediação de empregos.
O atual presidente, Bernhard Jagoda (democrata-cristão), deixará o cargo em março e será substituído por Florian Gester, atual secretário das Questões Sociais do estado da Renânia Palatinado. Embora Gester seja um social-democrata, Schröder ressaltou que a filiação partidária não influiu na escolha do sucessor. "O que conta é a competência profissional", afirmou o chanceler, insistindo no desejo conferir ao Departamento o status de uma empresa.
Profundas reformas
- A segunda fase de reformas, a ser concluída até 2004, mexerá profundamente nas estruturas de todo o sistema. Uma comissão especial, formada por 15 pessoas e encabeçada pelo atual chefe de pessoal da Volkswagen, Peter Hartz, ficou encarregada de encaminhar as propostas. Hartz destacou-se na montadora de veículos justamente por ter proposto novos modelos de trabalho.A comissão ficará subordinada ao Ministério do Trabalho, segundo anunciou o ministro Riester, e será composta por representantes de diversas setores, desde a política até a ciência, organizações patronais e sindicais. A comissão irá aprofundar as reformas empreendidas na primeira etapa e também analisará, por exemplo, se no futuro o Departamento Federal do Trabalho ficará isento de tarefas, como a luta contra o emprego ilegal e a distribuição de ajuda social.