Rebeldes lançam mais de 50 foguetes na capital e matam ao menos 13 pessoas. Forças leais a Assad respondem com bombardeio contra bastiões insurgentes na cidade. Confronto ocorre na véspera da visita de ministro iraniano.
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Ataques aéreos do governo sírio sobre áreas controladas por rebeldes perto de Damasco mataram ao menos 31 pessoas, enquanto os insurgentes bombardearam a capital com foguetes, causando a morte de pelos menos 13, divulgou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, nesta quarta-feira (12/08).
Caças da Força Aérea síria alvejaram várias posições rebeldes no distrito de Ghouta Oriental, na periferia da capital, afirmou a organização de direitos humanos baseada no Reino Unido. Além de 31 mortos, os bombardeios feriram outras 120 pessoas.
Vídeos publicados no Youtube, que pretendiam mostrar as consequências dos bombardeios, mostram equipes de resgate e residentes carregando corpos carbonizados de edifícios danificados ou reduzidos a escombros na cidade de Douma, a nordeste de Damasco.
Em contrapartida, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos alegou que mais de 50 foguetes foram lançados por rebeldes e atingiram a zona central da capital síria. O bombardeio matou ao menos 13 pessoas e feriu mais de 60. A agência de notícias estatal estimou o número de mortos em Damasco em apenas cinco.
O centro de Damasco, sede de poder do ditador Bashar al-Assad, tem sido poupado quase sempre dos resquícios do conflito na Síria.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zafir, é esperado em Damasco a partir do fim do dia, de acordo com a mídia estatal iraniana. Um porta-voz do Ministério do Exterior iraniano disse que Zarif discutirá com Assad um novo plano para solucionar o impasse na Síria.
A escalada na violência ocorre na véspera de uma esperada visita do ministro do Exterior do Irã, Mohammad Javad Zarif, a Damasco para discutir um novo plano visando a resolução da guerra civil, que já dura mais de quatro anos na Síria.
O Irã tem sido um aliado crucial para o presidente sírio durante a guerra civil, que eclodiu em março de 2011, já causou a morte de aproximadamente 250 mil pessoas, além de obrigar a fuga de milhões de sírios.
PV/rtr/afp
Síria: patrimônio histórico destruído na guerra civil
Cerca de 300 locais de interesse histórico já foram danificados, saqueados ou totalmente destruídos na guerra civil da Síria. Uma excursão aos patrimônios culturais ameaçados do país.
Foto: Fotolia/Facundo
Destruição
Em quase quatro anos, a guerra civil síria contabilizou centenas de milhares de mortos e o deslocamento de cerca de dez milhões de pessoas. Análises do Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar, em inglês) feitas por satélites mostram a destruição de patrimônios culturais no país. Nesta foto, o centro histórico de Damasco.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Tödt
Mesquita dos Omíadas
A análise revelou que 290 sítios culturais foram fortemente atingidos. Do ano 708, a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, teve o mosaico de sua fachada destruído por tiros.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/Neukirchen
Imagem de destruição
Especialmente atingida foi a metrópole de Aleppo, que, com 7 mil anos de história de assentamentos, faz parte das cidades mais antigas do mundo. A imagem de satélite à direita mostra a destruição na região próxima à cidadela.
Foto: US Department of State, Humanitarian Information Unit, NextView License (DigitalGlobe)
Antes dos tiros
A Mesquita dos Omíadas, em Aleppo, também foi fortemente danificada. A mesquita, do ano 715, foi reconstruída diversas vezes nos séculos seguintes à sua construção. Especialmente o minarete, do ano de 1092, é considerado uma obra-prima arquitetônica. Aqui, uma foto da mesquita antes de ser destruída.
Foto: picture alliance/Bibliographisches Institut/Prof. Dr. H. Wilhelmy
Troca de acusações
O minarete da Mesquita dos Omíadas foi destruído durante uma batalha, em 2013. Hoje sobrou somente o escombro, já que grande parte da edificação foi gravemente danificada. O governo e os rebeldes acusam-se mutuamente.
Foto: J. Al-Halabi/AFP/Getty Images
Luta implacável
A batalha entre o governo e rebeldes por Aleppo ocorre desde 2012 e faz com que os danos sejam proporcionais ao tempo do confronto. O hotel Carlton, de 150 anos, em frente à cidadela de Aleppo, era famoso, entre outros motivos, por seu interior histórico e bem conservado.
Foto: CC-SA-BY-Preacher lad
Totalmente destruído
Hoje não sobrou nada do hotel. Em maio de 2014 foram acionados explosivos em um túnel localizado embaixo da construção. De 210 prédios históricos analisados pela Unitar em Aleppo, a metade foi danificada e um quinto foi totalmente destruído.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Mercado de "conto de fadas"
Visitantes do mercado de Aleppo se sentiam num conto de fadas das mil e uma noites. O bazar, que permaneceu inalterado desde o século 16, consistia de uma longa rede de vielas totalizando sete quilômetros.
Foto: AP
Perdido para sempre
Em 2012, um incêndio causou danos irreversíveis ao mercado. De acordo com números oficiais, 1.500 das 1.600 lojas no bazar foram danificadas ou destruídas.
Foto: AP
Inconquistável, mas…
Numa fortaleza curda, foi construído durante os séculos 12 e 13 o chamado Forte dos Cavaleiros, um castelo para cavaleiros das Cruzadas. A edificação era conhecida por nunca ter sido conquistada por meio de guerra ou de cerco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
… não indestrutível
O castelo, que se localiza ao leste de Homs e próximo à fronteira com o Líbano, foi submetido novamente à artilharia de fogo e ataques aéreos. A luta deixou o teto e muros destruídos, como também partes da edificação desmoronadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
Impossível de se reconhecer
Dura Europos foi fundada no ano 300 a.C. como uma colônia militar. Aqui não somente as batalhas, mas também os constantes saques foram responsáveis para que muitas edificações da chamada "Pompeia síria" não sejam mais reconhecíveis.
Foto: picture-alliance/akg-images/Leo G. Linder
Templo destruído
A cidade de Palmira é considerada um dos centros culturais da antiguidade. Lutas, saques e o roubo de pedras afetaram consideravelmente as atrações históricas. De 2 mil anos, o templo de Baal – na foto, antes da guerra civil – perdeu uma de suas colunas.