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Eslovênia barra trens da Croácia para conter refugiados

18 de setembro de 2015

País teme se tornar próximo ponto de parada de migrantes cruzando a Europa. Zagreb fecha postos de fronteira com a Sérvia, e Hungria inicia construção de cerca para impedir entrada de refugiados vindos da Croácia.

Foto: Getty Images/AFP/J. Makovec

A Eslovênia interrompeu na noite desta quinta-feira (17/09) o tráfego ferroviário na principal linha proveniente da Croácia, após encontrar 150 refugiados num trem com destino a Zurique.

Os detidos tinham atravessado a fronteira croata na prórpia noite de quinta-feira, segundo informações da polícia eslovena, que informou ser este o maior grupo de migrantes a chegar ao país desde o início da atual crise migratória na Europa. "Os enviaremos de volta à Croácia o mais rápido possível", afirmou uma autoridade policial.

O país poderá se tornar o próximo ponto de parada de refugiados vindos da África e do Oriente Médio, a maioria dos quais almeja chegar aos países mais ricos da Europa, no oeste e no norte do continente.

Entretanto, as autoridades eslovenas alertaram que não vão viabilizar a criação de um corredor de trânsito para os migrantes em seu território, afirmando que isso iria contra as regras de asilo da UE.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro esloveno, Miro Cerar, reafirmou a determinação do país de observar as regras do acordo de Schengen – que desde 1995 estabelece uma zona de livre trânsito entre países europeus – ao lidar com os refugiados. Cerar ressaltou que o país não pode "permitir a entrada nas fronteiras da UE de pessoas que não atendem aos requisitos necessários".

Autoridades eslovenas também controlaram todos os passageiros de trens vindos da Croácia na cidade fronteiriça de Dobova e reforçaram a vigilância com mais guardas e um helicóptero.

"Croácia não é caminho para a Europa"

A presidente croata, Kolinda Grabar Kitarevic, ordenou na quinta-feira que o Exército fique de prontidão, caso seja necessário proteger a fronteira dos imigrantes ilegais que chegam através da Sérvia.

Segundo a polícia croata, mais de 9 mil refugiados chegaram ao país nas últimas 48 horas. Centenas deles chegaram a romper barreiras policiais exigindo o direito de continuar sua jornada até o oeste da Europa.

Na noite de quinta-feira, as autoridades croatas ordenaram o fechamento temporário de sete postos na fronteira com a Sérvia, além de proibir o tráfego nas rodovias nos limites com o país vizinho.

O ministro croata do Interior, Ranko Ostojic, instou as autoridades a impedir o fluxo de migrantes, pedindo que eles não venham mais ao país. "Fiquem em campos de refugiados na Sérvia, Macedônia ou na Grécia", afirmou. "Este não é um caminho para a Europa. Não há ônibus que os levem até lá. Isso é mentira."

Nova cerca entre Croácia e Hungria

A Hungria iniciou na madrugada desta sexta-feira a construção de uma cerca na fronteira da Croácia, poucos dias após a conclusão de uma barreira nos limites do país coma Sérvia.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, confirmou o envio de centenas de soldados e policiais para vigiar os limites do país com a Croácia. Ele informou que a nova cerca se estenderá pelos 41 quilômetros em que a fronteira não é delimitada por um rio.

"Precisamos implementar as mesmas medidas adotadas na fronteira com a Sérvia", afirmou Orbán em entrevista a uma rádio estatal. Segundo o premiê, 600 soldados trabalham na construção da barreira, além de outros 1,2 mil que serão enviados ao local nos próximos dias.

A Hungria se tornou rota de trânsito para mais de 180 mil refugiados neste ano. Além de construir uma barreira nos limites com a Sérvia, o país implementou novas e rígidas leis anti-imigração.

Na quarta-feira, migrantes que tentavam forçar a passagem num posto de controle na cidade fronteiriça de Roszke entraram em confronto com policiais húngaros.

Orbán considerou o episódio "uma ataque armado contra a Hungria a partir do território sérvio", e condenou o país vizinho por não agir para impedir o incidente. Ele afirmou que o episódio demonstra que este não é mais simplesmente um problema de imigração, mas sim de "ameaça, perigo e terrorismo".

RC/afp/ap/dpa/rtr

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