Eslovênia vai construir cerca na fronteira com a Croácia
10 de novembro de 2015
Premiê reforça que fronteiras não serão fechadas e que "barreiras técnicas temporárias" visam controlar fluxo migratório. Trinta mil imigrantes deverão chegar à região nos próximos dias.
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A Eslovênia construirá uma cerca "temporária" em alguns locais da fronteira com a Croácia para controlar o fluxo migratório, anunciou nesta terça-feira (10/11) o primeiro-ministro Miro Cerar, ressaltando que as fronteiras continuarão abertas.
"Nos próximos dias começaremos a colocar barreiras técnicas temporárias na fronteira para direcionar o fluxo de migrantes. Não estamos fechando a fronteira", disse Cerar, e acrescentou que a medida visa também evitar uma catástrofe humanitária.
Desde meados de outubro, mais de 170 mil refugiados cruzaram a fronteira da Croácia com a Eslovênia. Estima-se que mais de 30 mil imigrantes alcançarão a região nos próximos dias. A maioria deseja ir para a Áustria e, em seguida, a Alemanha.
Segundo Cerar, a Áustria planeja aceitar a entrada de, no máximo, somente 6 mil migrantes por dia. Viena nega que limitará o número de refugiados que chegam ao país, mas o governo deverá discutir medidas adicionais sobre suas fronteiras nesta quarta-feira.
Diante de uma possível limitação austríaca, o primeiro-ministro disse que a Eslovênia não tem capacidade para abrigar um grande número de refugiados em seu território. "Se necessário, tomaremos outras medidas, pois não temos capacidade suficiente para assegurar que um grande número de imigrantes possa sobreviver ao inverno na Eslovênia", reforçou Cerar.
Cerca de 175 policiais de diversos países europeus foram enviados à Eslovênia para auxiliar as autoridades locais no controle do fluxo migratório. Outros 100 devem chegar à região nas próximas duas semanas. O Exército esloveno também está auxiliando nessas atividades.
Depois de uma conversa telefônica entre Cerar e o primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, a Croácia declarou que os dois países concordaram em continuar a cooperação na recepção e transferência de migrantes.
A Eslovênia, com uma população de 2 milhões de habitantes, é o menor país na rota de migração dos Bálcãs. De acordo com o Ministério do Interior, os custos do país com refugiados aumentaram para 770 mil euros por dia.
CN/rtr/afp
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.