Aumento de infecções coincide com volta às aulas, o que preocupa pais. Alguns especialistas dizem que país vive segunda onda da doença. França, Reino Unido e Alemanha também registraram alta de casos recentemente.
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A Espanha se tornou nesta terça-feira (08/09) o primeiro país da Europa Ocidental a registrar mais de 500 mil infecções pelo coronavírus Sars-Cov-2, em meio a um aumento de casos da doença que coincide com a reabertura das escolas nesta semana.
A tendência de aumento registrada na Espanha surge em meio a crescentes preocupações em toda a Europa, com o reforço das restrições na França e uma alta dos casos no Reino Unido. Na Alemanha, os números voltaram a subir em meados de agosto, com mais de mil infecções registradas na maior parte dos dias desde então.
Até esta terça-feira, as autoridades espanholas registraram 525.549 mil casos, com 26.560 novas infecções registradas desde a sexta-feira, o que representa uma média de 8,8 mil por dia.
O Ministério da Saúde espanhol contabiliza 29.516 óbitos em decorrência da covid-19, a doença causada pelo coronavírus, apesar das suspeitas de que esse total deva ser bem maior em razão da baixa quantidade de testes realizados em março e abril. Mesmo com o aumento do número de casos, o sistema de saúde não enfrenta uma sobrecarga.
O país teve média de 229 novos casos por 100 mil habitantes nas últimas duas semanas e possui atualmente a taxa de infecção mais alta na Europa Ocidental. Alguns especialistas afirmam que a Espanha já está na segunda onda da doença, enquanto o governo afirma que agora é possível identificar a maioria das infecções graças a mais e melhores testes.
Mais de 8 milhões de alunos devem voltar às aulas nesta ou na próxima semana sob medidas rígidas de segurança, que incluem o uso obrigatório de máscaras, lavagem frequente das mãos, ventilação nas salas de aula e grupos menores de estudantes.
Entretanto, o ressurgimento da doença desde o relaxamento de restrições em junho gera preocupação nos pais dos alunos. Muitos criticam as medidas obrigatórias de proteção por serem elaboradas de modo único para todo o país, além de serem insuficientemente financiadas, e temem que as crianças venham a transmitir a doença para membros de suas famílias em condições vulneráveis.
Muitos pais afirmam ainda que investiram em computadores e melhores redes de internet para possibilitar o ensino à distância ou até para educar os próprios filhos em casa, se necessário. Alguns prometeram desafiar as leis do país que punem a evasão escolar com penas de até seis meses de prisão para os pais.
"Se todos assumirmos responsabilidades, e incluo nisso as crianças, acredito que o retorno às aulas deve ser possível", afirmou nesta segunda-feira o ministro espanhol da Saúde, Fernando Simon.
Continente em alerta
A França reimpôs restrições em várias partes do país, com sete novas regiões colocadas em alerta vermelho após registrarem sucessivamente entre 7 mil e 9 mil infecções diárias. O ministro francês da Saúde, Olivier Véran, disse nesta terça-feira que apesar de a situação ser preocupante, uma segunda onda da doença ainda é evitável.
"A taxa de reprodução do vírus permanece em 1,2, o que é bem menos do que os 3,2 a 3,4 que já tivemos. O vírus se espalha com velocidade menor, mas ainda está circulando, o que é preocupante", observou.
O Reino Unido registrou no último fim de semana níveis de infecção que não eram vistos desde maio. A segunda maior autoridade médica do país, o professor Jonathan Van-Tam, disse que o aumento se deve a pessoas que "relaxaram demais" nos meses do verão europeu. "Temos de levar isso muito a sério novamente", afirmou. "Se não formos cuidadosos, enfrentaremos um caminho turbulento."
Segundo dados do governo britânico, o país registrou 2.948 novos casos nesta segunda-feira, sendo esta a segunda maior cifra diária desde maio. Durante quase todo o mês de agosto, foi registrada uma média de cerca de mil infecções por dia, e o número de casos começou a baixar levemente nos últimos dias.
De acordo com dados do Instituto Johns Hopkins, o Reino Unido soma mais de 352 mil casos, com 41,6 mil mortes em decorrência da covid-19.
A Alemanha registrou 1.499 casos nesta terça-feira, o que eleva o total no país para 252.298, segundo dados do Instituto Robert Koch, que confirmou quatro mortes nas últimas 24 horas. O país soma 9.329 óbitos desde o início da epidemia. Em meados de agosto, os números de infecções diárias no país voltaram ao patamar de abril.
RC/rtr/ap/afp
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.