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Espanha apoiará Brexit após consenso com UE sobre Gibraltar

24 de novembro de 2018

Península de seis quilômetros quadrados é território britânico reivindicado pela Espanha há três séculos, e ameaçava fazer fracassar o acordo do Brexit. Londres garante continuação de conversas bilaterais com Madri.

Chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, anuncia acerto sobre futuro do status de Gibraltar
Chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, anuncia acerto sobre futuro do status de GibraltarFoto: Reuters/S. Perez

A União Europeia (UE) está mais perto de alcançar um consenso sobre o Brexit, depois que, neste sábado (24/11), o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, retirou a ameaça de boicotar o acordo devido à disputa sobre o futuro status da ilha de Gibraltar.

"Nós recebemos suficientes garantias para poder alcançar a solução para um conflito que tem durado mais de 300 anos, entre o Reino Unido e a Espanha", comentou o chefe de governo à imprensa, após um encontro entre os 27 líderes da UE em Bruxelas, que se estendeu por toda a noite.

Antes, num comunicado de última hora, Londres assegurara que manterá as conversas bilaterais com Madri sobre Gibraltar após 29 de março de 2019, quando deve entrar em vigor o acordo de separação entre o Reino Unido e a UE, a ser aprovado numa cúpula dos atuais 28 países da UE neste domingo, em Bruxelas.

"Acabo de anunciar ao rei que a Espanha alcançou um acerto sobre Gibraltar", prosseguiu o líder socialista espanhol. "O Conselho Europeu, portanto, se realizará amanhã. A Europa e o Reino Unido aceitaram as exigências da Espanha. A Espanha suspendeu o veto e votará a favor do Brexit."

Rochedo da discórdia secular

Gibraltar é uma península rochosa de seis quilômetros quadrados na costa sul da Península Ibérica, com 30 mil habitantes. Ocupada em 1704 pela Grã-Bretanha, em 1713 a Paz de Utrecht a conferiu oficialmente ao reino britânico. Apesar disso, a Espanha insiste até hoje em seus direitos territoriais.

Devido às tensões bilaterais, a fronteira com a Espanha ficou fechada entre 1969 e 1985. Desde 2002 Londres define Gibraltar como "território ultramarino" seu, evitando as associações negativas do termo "colônia real". No referendo sobre o Brexit, 96% dos habitantes britânicos da península votaram "não".

Um porta-voz da premiê britânica, Theresa May, confirmou conversações com a Espanha "que envolveram diretamente o governo de Gibraltar", dadas "algumas circunstâncias que são específicas" a esse território. Essas conversações "foram construtivas e estamos ansiosos por adotar a mesma abordagem na relação futura", concluiu.

Simultaneamente à coletiva de Sánchez, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, emitiu convite por carta aos líderes dos Estados-membros da para a cúpula do dia seguinte.

Segundo o documento, o acordo do Brexit reduz "os riscos e perdas resultantes da retirada do Reino Unido" do bloco europeu, protegendo os direitos dos cidadãos europeus e o processo de paz na Irlanda do Norte. Ao mesmo tempo, garante que os britânicos seguirão pagando o que devem à UE, no período de transição.

"Vou recomendar no domingo que se aprove o resultado das negociações do Brexit", anunciou Tusk. "E, embora ninguém vá ter razões para estar contente nesse dia, eu gostaria de enfatizar uma coisa: nesta época crítica, a UE27 passou no teste de unidade e solidariedade."

AV/ap/afp/rtr

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