Medida prevê que governo envie ao Parlamento proposta de nova legislação sobre o clima no prazo de cem dias. Metas coincidem com as da União Europeia, incluindo zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.
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O novo governo da Espanha declarou "emergência climática" nesta terça-feira (21/01), dando um primeiro passo formal para promulgar medidas ambiciosas para combater as mudanças do clima.
A declaração afirma que o governo socialista enviará ao Parlamento, dentro de cem dias, sua proposta de legislação climática. As metas coincidem com as da União Europeia, incluindo a redução das emissões líquidas de carbono para zero até 2050.
O governo de coalizão da Espanha quer que 95% da eletricidade do país seja produzida a partir de fontes renováveis até 2040. O plano prevê também a eliminação da poluição por ônibus e caminhões e a transformação da agricultura numa prática neutra em carbono.
Os detalhes do plano devem ser divulgados quando a proposta for enviada para aprovação parlamentar.
Com a declaração de "emergência climática", a Espanha se coloca entre os primeiros países a aprovarem tal medida, de cunho principalmente simbólico. Entre os governos no mundo a implementarem declarações do tipo estão Irlanda, Canadá e França.
Em novembro passado, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução declarando "emergência climática", tornando a Europa o primeiro continente a adotar a medida.
Além disso, mais de duas dezenas de cidades ao redor do planeta declararam "emergência climática" nos últimos anos.
Cientistas dizem que a década que acabou foi de longe a mais quente já registrada na Terra.
Sete efeitos surpreendentes das mudanças climáticas
Veja algumas consequências inesperadas das mudanças climáticas para a vida na Terra – de perturbações do sono à falta de violinos e o sexo das tartarugas.
Foto: picture-alliance/dpa
Cuidado: Boom de águas-vivas!
Embora haja uma combinação de fatores por trás das enxurradas de águas-vivas que chegam a paraísos de férias como a costa do Mediterrâneo, a mudança climática também é parcialmente responsável. Temperaturas do mar mais altas estão abrindo novas áreas para elas se reproduzirem, além de aumentar a disponibilidade de seu alimento favorito, o plâncton.
Foto: picture-alliance/dpa
A madeira perfeita está sumindo
Prezado pela qualidade sonora, um violino Stradivarius original pode valer milhões de dólares. Mas eventos climáticos extremos, como tempestades violentas, estão matando milhões de árvores e ameaçando a famosa floresta de Paneveggio, no norte da Itália. Replantar árvores não vai ajudar muito no curto prazo: um abeto precisa de pelo menos 150 anos antes de se transformar num violino.
Foto: Angelo van Schaik
Pode esquecer o sono
Em noites muito quentes, dorme-se mal, especialmente nas grandes cidades. Em 2050 as metrópoles europeias poderão ter temperaturas em média 3,5ºC mais altas no verão. Isso não só afeta o sono, mas também o humor, a produtividade e a saúde mental. A única forma de escapar é mudar-se para uma cidade menor, onde as noites são mais frescas, pois há menos prédios e mais vegetação.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R.K. Singh
Coitado do nariz
Má notícia para quem sofre de alergia: o aquecimento global faz a primavera chegar mais cedo. Com um período sem geadas mais longo, as plantas têm mais tempo para crescer, florescer e produzir pólen. Portanto, o pólen espalha pelo ar muito mais cedo, o que amplia o tempo de sofrimento dos alérgicos. Será o século das máscaras antipoluição e alergias?
Foto: picture-alliance/dpa/K.-J. Hildenbrand
Bactérias e mosquitos
O calor não só faz suar, mas também afeta a saúde. No fim do século, três quartos da população mundial estarão expostos a ondas de calor mortais. O aumento das temperaturas implica mais doenças diarreicas, pois as bactérias se multiplicam melhor nos alimentos e água tépidos. O número de mosquitos provavelmente também vai aumentar, e com eles a propagação de doenças como a malária.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Schulze
Casas estão ruindo
Os solos da região do Polo Norte estão descongelando cada vez mais nos meses de verão. As consequências são dramáticas em nível local e mundial. As temperaturas mais altas tornam os pisos instáveis, as casas e as estradas racham e há muito mais insetos. Além disso, se o permafrost derreter, libertará gases CO2 e metano que podem agravar o aquecimento global. Um círculo vicioso.
Foto: Getty Images/AFP/M. Antonov
O calor e o sexo das tartarugas
A temperatura influencia o sexo de várias espécies. Para as tartarugas marinhas, o calor da areia onde os ovos são incubados determina o sexo do filhote. Temperaturas baixas beneficiam os machos, enquanto fêmeas se desenvolvem melhor nas mais altas. Pesquisadores descobriram que mais de 99% das tartarugas recém-nascidas no norte da Austrália são fêmeas, o que dificulta a sobrevivência da espécie.