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Espanha hospitaliza três por suspeita de ebola

7 de outubro de 2014

Após primeiro caso de contaminação pelo vírus fora da África, autoridades de saúde internam em Madri marido da paciente, enfermeira e homem que voltou recentemente da Nigéria. Outras 52 pessoas estão sendo monitoradas.

Foto: picture-alliance/AP Photo/Paul White

Um dia após a confirmação de que uma enfermeira espanhola foi contaminada por ebola, tornando-se a primeira pessoa fora da África a contrair o vírus, outras três foram hospitalizadas na Espanha nesta terça-feira (7/10) para observação.

Além da auxiliar de enfermagem, os médicos do hospital Carlos 3º, em Madri, tratam como casos suspeitos o marido dela, que não tem apresentado sintomas da doença; uma enfermeira; e um homem que voltou recentemente da Nigéria.

Também estão sendo monitorados 30 funcionários do setor sanitário da instituição e 22 pessoas que tiveram contato com a paciente. Esses 52, entretanto, não estão isolados: têm a temperatura medida duas vezes por dia para que sejam acompanhados eventuais sinais de infecção.

A enfermeira infectada trabalha no próprio hospital Carlos 3º, onde morreram dois missionários com ebola repatriados da África Ocidental. As autoridades espanholas estão trabalhando para descobrir como se deu o contágio.

“Todos estão apavorados. Nós não conseguimos entender como uma pessoa que estava usando uma roupa de dupla proteção e dois pares de luvas pode ter sido contaminada”, disse uma cardiologista à agência de notícias AFP.

OMS: "Mais casos são inevitáveis"

Nesta terça-feira, a Comissão Europeia anunciou que escreveu ao ministro da Saúde espanhol exigindo explicações. A Organização Médica Colegial de Espanha (OMCE) divulgou um comunicado para garantir tranquilidade aos cidadãos.

Na nota, a principal organização espanhola de médicos assegura que mantém comunicação constante com o Ministério de Saúde desde que foi conhecido o caso da auxiliar de enfermagem.

“Os protocolos estabelecidos pela OMS [Organização Mundial de Saúde] e implementados pelo Ministério de Saúde com as Secretarias de Saúde das Comunidades Autônomas são os adequados e devem ser seguidos estritamente por todos os agentes envolvidos", diz o texto.

Em entrevista à agência de notícias Reuters na segunda-feira, a diretora da OMS para Europa, Zsuzsanna Jakab, disse que mais casos de contágio por ebola no continente são inevitáveis.

"Tais casos importados e eventos similares ao que aconteceu na Espanha também vão acontecer no futuro, muito provavelmente", disse Jakab. "Sobretudo devido ao grande número de viagens tanto da Europa para os países afetados, como no sentido inverso."

NM/afp/lusa/lusa

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